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Biden telefona para Putin pela 1ª vez e expressa preocupação com opositor russo

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, anunciou o telefonema entre os dois líderes em sua entrevista coletiva diária

Biden: o Kremlin, por sua vez, informou, em um comunicado, que Putin disse ao americano apoiar a "normalização" das relações entre a Rússia e os EUA (Drew Angerer/Getty Images)

Biden: o Kremlin, por sua vez, informou, em um comunicado, que Putin disse ao americano apoiar a "normalização" das relações entre a Rússia e os EUA (Drew Angerer/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 26 de janeiro de 2021 às 17h52.

Última atualização em 26 de janeiro de 2021 às 22h04.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, nesta terça-feira, 26, pela primeira vez desde que assumiu o cargo e levantou preocupações sobre as atividades russas, incluindo o tratamento ao opositor Alexei Navalny, crítico do Kremlin preso, informou a Casa Branca.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, anunciou o telefonema entre os dois líderes em sua entrevista coletiva diária. Ela disse que os tópicos incluíram a proposta de Biden de estender o tratado de armas nucleares do Novo Start com a Rússia por cinco anos e o "forte apoio dos Estados Unidos à soberania da Ucrânia" em face da "contínua agressão russa".

O Kremlin, por sua vez, informou, em um comunicado, que Putin disse ao americano apoiar a "normalização" das relações entre a Rússia e os Estados Unidos. Putin "sublinhou que uma normalização das relações entre a Rússia e os Estados Unidos responderia aos interesses de ambos os países e também de toda a comunidade internacional, dada a responsabilidade particular [de ambos os Estados] em manter a segurança e a estabilidade mundiais", afirmou a Presidência russa.

G7 condena a prisão 'política' do opositor russo Navalny

Os países do G7 condenaram nesta terça-feira, 26, a prisão "por motivos políticos" do opositor russo Alexei Navalny e pediram sua "libertação imediata e incondicional", assim como de seus apoiadores detidos no sábado durante manifestações em toda a Rússia.

Em comunicado conjunto divulgado por Londres, que preside este ano o grupo, os chefes das diplomacias britânica, americana, francesa, alemã, italiana, japonesa e canadense afirmaram estar "unidos em sua condenação à prisão por motivos políticos de Alexei Navalny".

Eles se declararam "extremamente preocupados com a prisão de milhares de manifestantes pacíficos e jornalistas" no sábado e pediram sua soltura.

“A repressão violenta pela polícia do direito de todos de expressar suas opiniões é inaceitável”, afirma o comunicado.

“Esses acontecimentos confirmam a tendência negativa contínua de reduzir o espaço para a oposição, a sociedade civil, os defensores dos direitos humanos e as vozes independentes na Rússia”, acrescenta.

Navalny foi envenenado no final de agosto com uma substância neurotóxica. Depois de cinco meses se recuperando na Alemanha, o opositor retornou à Rússia em 17 de janeiro, onde foi imediatamente detido no âmbito de vários processos judiciais contra ele.

Para exigir sua liberdade, milhares de pessoas protestaram no sábado em toda a Rússia, especialmente em cidades que não costumam se mobilizar.

Segundo cálculos da ONG OVD-Info, na última manifestação cerca de 3.900 pessoas foram presas e 15 foram acusadas de crimes passíveis de penas pesadas.

"Continuaremos monitorando de perto a resposta da Rússia aos apelos da comunidade internacional para libertar Navalny, os manifestantes e jornalistas detidos arbitrariamente, e para que seja realizada uma investigação criminal sobre o envenenamento do opositor", alertaram os chanceleres do G7.

Apoiadores de Navalny convocam manifestação em frente ao serviço secreto

Apoiadores de Alexei Navalny convocaram uma manifestação no domingo em frente à sede do Serviço Federal de Segurança (FSB) em Moscou para exigir a libertação do opositor russo em um segundo fim de semana de protestos.

Em mensagem postada no Facebook nesta terça-feira, 26, a equipe de Navalny anunciou manifestações às 12h locais (6h no horário do Brasília) em frente ao Lubyanka, sede do FSB, e na Praça Staraya, que fica a cerca de 10 minutos a pé.

"Depois marcharemos por Moscou. Vamos definir nossa rota de acordo com a situação", disse a fonte.
Os manifestantes da oposição se reúnem regularmente em frente ao Lubyanka, símbolo do terror stalinista, onde os serviços secretos soviéticos torturaram e executaram milhares de pessoas.

Recentemente, Alexei Navalny acusou o FSB de tê-lo envenenado no final de agosto com um agente neurotóxico, por ordem do presidente Vladimir Putin, acusações que foram rejeitadas pelo Kremlin.

Depois de cinco meses se recuperando na Alemanha, o opositor retornou à Rússia em 17 de janeiro, onde foi imediatamente detido no âmbito de vários processos judiciais contra ele.

Navalny deve comparecer no dia 2 de fevereiro por suposta violação dos termos de uma pena suspensa de três anos e meio de 2014, que pode ser convertida em prisão.

"Em Lubyanka estão o FSB, os envenenadores. E na Praça Staraya, a administração presidencial que decide se Navalny deve ser preso ou libertado. É por isso que nos dirigimos a eles", afirmou Léonid Volkov, colaborador próximo de Navalny, à AFP nesta terça.

Em busca da liberdade do opositor, milhares de pessoas se reuniram no sábado em toda a Rússia. Devido ao sucesso, o movimento de Navalny convocou novos protestos para 31 de janeiro.

Segundo cálculos da ONG OVD-Info, na última manifestação cerca de 3.900 pessoas foram presas e 15 foram acusadas de crimes passíveis de penas pesadas.

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