Bélgica expulsará diplomata russo por caso de ex-espião no Reino Unido
Governo belga considerou medida "plenamente justificada", considerando a elevada probabilidade de envolvimento da Rússia no ataque a Sergei Skripal
EFE
Publicado em 27 de março de 2018 às 15h50.
O Conselho de Ministros da Bélgica decidiu nesta terça-feira expulsar um diplomata russo do país, se juntando à resposta internacional ao envenenamento do ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha Yulia no último dia 4 na cidade britânica de Salisbury.
"Levando em conta a gravidade dos eventos em Salisbury e da elevada probabilidade do envolvimento da Rússia nesse ataque, consideramos que a medida está plenamente justificada", declarou o governo do primeiro-ministro Charles Michel em comunicado que foi difundido pela emissora pública de radiodifusão "RTBF".
O diplomata terá 14 dias para deixar o país, assim que o embaixador da Rússia na Bélgica, Alexander Tokovinin, receber a notificação da decisão, um trâmite que deverá ser realizado nas próximas 48 horas.
A medida ficou conhecida horas depois que a Otan, com sede em Bruxelas, anunciou hoje a expulsão de sete diplomatas russos e rejeitou as acreditações de outros três indivíduos pelo envenenamento de Skripal e de sua filha com um agente nervoso militar de fabricação russa.
Vários Estados comunitários decidiram ontem, individualmente, expulsar mais de 30 diplomatas russos, que se somam aos 23 que foram banidos do Reino Unido na semana passada, enquanto os Estados Unidos expulsaram outros 60, uma ação que também contou com a adesão de outros países, como Canadá, Austrália, Ucrânia e Albânia.
Apesar da expulsão do diplomata russo de seu território, o governo belga defendeu "um diálogo franco e aberto com a Rússia sobre os assuntos de interesse comum" e pediu que se esclareça o caso do ex-espião e "respeito à Convenção sobre Armas Químicas ".
Por sua vez, o embaixador russo disse em declarações à "RTBF" que Moscou lamenta a decisão e que haverá uma resposta.
"Certamente que a Rússia vai reagir a esse processo", declarou Tokovinin.