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BCE adverte que subirá os juros se inflação subir demais

Presidente do órgão garantiu que não permitirá aumento na inflação deopis da alta de 2,2%

Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, foi enfático sobre a possibilidade de aumentar juros (Jeff J Mitchell/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 13 de janeiro de 2011 às 14h38.

Frankfurt - O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, advertiu nesta quinta-feira que subirá as taxas de juros se for necessário para frear a inflação, apesar da crise de endividamento da zona do euro.

Na entrevista coletiva, após a reunião do conselho de Governo, Trichet previu, no entanto, que "manterá a estabilidade de preços no médio prazo" na zona do euro, após o aumento da inflação em dezembro até 2,2%.

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Trichet considerou que a taxa de inflação de dezembro foi mais elevada do que o esperado, o que reflete "preços da energia mais altos".

Previamente, o conselho de Governo decidiu manter as taxas de juros em 1% para os países que compartilham o euro.

O presidente do BCE considerou que esta taxa é neste momento a adequada.

O BCE prevê que nos próximos meses "a taxa de inflação poderia subir mais" e situar-se acima de 2% pelos preços das matérias-primas, mas que ficará moderado novamente no final de ano.

"As expectativas de inflação permanecem ancoradas em linha com nosso objetivo de manter a taxa de inflação baixa, mais perto de 2% no médio prazo", disse Trichet.

No entanto, Trichet deixou claro - com um tom mais forte do que esperavam os analistas e os mercados - que o BCE atuará e subirá sua taxa reitora se considerar necessário para enfrentar a inflação.

O analista de Commerzbank Michael Schubert disse à Agência Efe que se trata de uma advertência condicional, o BCE atuará no caso de modificar suas expectativas e a inflação não pare.


O presidente do BCE explicou que o conselho de Governo observa uma "pressão de alta no curto prazo sobre a inflação devido, principalmente, aos preços da energia", mas que mantêm sua avaliação que os preços tenderão a estabilizar-se.

Neste sentido, Trichet lembrou que a entidade monetária subiu o preço do dinheiro em julho de 2008 (até 4,25%), apenas meses antes da quebra de Lehman Brothers, para garantir a estabilidade quando muitos analistas e os mercados se opunham.

Em outubro de 2008, o BCE teve de começar a descer as taxas de juros pelo recrudescimento da crise financeira.

Entre outubro de 2008 e maio de 2009 a entidade monetária reduziu o preço do dinheiro até em 1% atual.

Uma alta da taxa de juro encareceria mais o refinanciamento da Grécia, Irlanda e Portugal em um momento em que estes países atravessam sérias dificuldades e os mercados penalizam sua dívida soberana, o que disparou sua rentabilidade e as gratificações de risco.

O euro subiu US$ 0,03 e superou os US$ 1,33 depois que Trichet dissesse que há pressões inflacionárias de curto prazo.

A moeda única mudou para US$ 1,3360 por volta das 16h30, frente aos US$ 1,3145 do meio-dia e US$ 1,3060 de quarta-feira à tarde.

Na entrevista coletiva, Trichet pediu à União Europeia (UE) que melhore "urgentemente" o fundo de resgate para ajudar os países em dificuldades financeiras.

Como declarou em outras ocasiões, considera que o fundo deve dispor da máxima flexibilidade na capacidade de intervenção.

Ao mesmo tempo, pediu a todos os países da zona do euro que cumpram seus objetivos de déficit e reduzir seu endividamento público diante da vulnerabilidade pelas reações adversas do mercado.

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