Irã: banqueiro participou de esquema para evadir sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos ao Irã (Morteza Nikoubazl/File Photo/Reuters)
AFP
Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 20h21.
Um banqueiro turco foi declarado culpado por um júri nova-iorquino nesta quarta-feira (3) ao ser relacionado a uma ampla trama montada para ajudar o Irã a evadir sanções americanas, em um caso que perturbou as relações entre Ancara e Washington.
Um júri declarou Mehmet Hakan Atilla, vice-diretor executivo do banco turco Halkbank, culpado de cinco acusações de fraude bancária e conspiração.
O julgamento federal se baseou no depoimento do empresário turco-iraniano Reza Zarrab, que se tornou testemunha do governo depois de admitir sua participação no bilionário esquema de troca de ouro por petróleo colocado em prática para evadir as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos ao Irã.
Seu depoimento envolveu ex-ministros turcos e até o presidente Recep Tayyip Erdogan no complô, e identificou Atilla, de 47 anos, como um organizador-chave.
Zarrab, um proeminente negociante de ouro, concordou em depor depois de alcançar um acordo para se declarar culpado de violar as sanções americanas.
Detido em março de 2016 durante uma viagem com sua família para Miami, revelou ao tribunal federal de Manhattan que entre março de 2012 e março de 2013 havia entregue mais de 50 milhões de euros em propina ao ex-ministro turco da Economia Zafer Caglayan.
Desde que Reza Zarrab foi detido nos Estados Unidos, a Turquia não para de denunciar um "complô político" tramado pela rede do clérigo Fethullah Gulen, exilado nos Estados Unidos e acusado por Ancara de ser o cérebro do frustrado golpe de Estado de julho de 2016 contra Erdogan.