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Austrália legaliza o casamento gay

Lei havia sido aprovada ontem pelo Parlamento e foi firmada hoje pelo governador-geral, Peter Cosgrove

Austrália: casais do mesmo sexo poderão apresentar os pedidos oficiais de matrimônio a partir de sábado (AAP/Lukas Coch/Reuters)

Austrália: casais do mesmo sexo poderão apresentar os pedidos oficiais de matrimônio a partir de sábado (AAP/Lukas Coch/Reuters)

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AFP

Publicado em 8 de dezembro de 2017 às 08h59.

Última atualização em 8 de dezembro de 2017 às 09h00.

A Austrália legalizou nesta sexta-feira o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo, depois de uma consulta nacional que registrou um grande apoio da população a esta reforma.

O governador-geral, Peter Cosgrove, representante na Austrália da rainha Elizabeth II da Inglaterra, firmou a lei, aprovada na véspera pelo Parlamento e que entrará em vigor no sábado.

"O texto já é uma lei", declarou Cosgrove em cerimônia em Canberra.

"Que dia para o amor, para a igualdade, para o respeito! A Austrália conseguiu", celebrou o primeiro-ministro Malcolm Turnbull após a aprovação no Legislativo.

A partir de sábado, os casais do mesmo sexo poderão apresentar os pedidos oficiais de matrimônio. Os primeiros casamentos poderão acontecer dentro de um mês.

"Cada australiano teve sua voz e eles afirmaram que é justo", completou Turnbull, um político de centro-direita.

Com a oposição da ala conservadora de seu movimento político à reforma, Turnbull optou por organizar nos últimos meses uma controversa e incomum consulta popular por correio, cujos resultados não eram vinculantes.

Quase 80% dos eleitores do país participaram da consulta, que durou dois meses. A apuração revelou em novembro que quase 62% dos 12,7 milhões de eleitores se pronunciaram a favor do casamento gay.

Após a divulgação dos resultados, o primeiro-ministro optou por agir rápido e apresentou ao Parlamento uma lei sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

O líder da oposição trabalhista, Bill Shorten, celebrou a aprovação do texto e pediu aos australianos que superem as divisões evidenciadas pelos debates das últimas semanas.

"É hora de fechar as feridas", disse Shorten.

Os defensores da igualdade entre sexos se reuniram diante do Parlamento em Canberra para este dia histórico, que deve incluir a Austrália entre o grupo de países que autorizam as uniões entre pessoas do mesmo sexo.

"Agradecemos a todos os australianos por seu apoio ao sim", declarou Alex Greenwich, um dos líderes da Campanha pela Igualdade.

"Agradecemos a todos os que lutam há muitos anos, em alguns casos há mais de 10 anos, pela justiça e a igualdade", completou.

Os críticos do texto tentaram apresentar emendas para permitir exceções religiosas, mas foi em vão.

A lei foi aprovada na última sessão do ano, após uma semana de debates entre os deputados.

Mais de 25 países no mundo reconhecem os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Holanda foi, em abril de 2001, o primeiro país a legalizar o matrimônio homossexual.

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