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Femen denuncia postura "liberticida" da Tunísia

Três jovens ativistas estavam presas no presídio feminino de Manuba desde o último dia 12 de junho por "atentar contra a moral e os bons costumes"

Femen: a "tirania religiosa", segundo o relato das ativistas, "está em todas as partes na Tunísia, inclusive na prisão". (John Thys/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de junho de 2013 às 16h59.

Paris - As três ativistas europeias do grupo feminista radical Femen, que foram libertadas na noite de ontem na Tunísia , chegaram na manhã desta quinta-feira em Paris e, em declarações à imprensa local, consideraram o país do norte da África como "liberticida", além de não terem demonstrado arrependimento pelo ato de protesto.

As francesas Pauline Hillier e Marguerite Stern, de 27 e 23 anos, respectivamente, e a alemã Josephine Markmann, de 19, foram detidas no último dia 29 de maio após mostrarem seus peitos em um sinal de protesto contra a detenção da feminista tunisiana Amina Esbui, que ainda se encontra em prisão preventiva à espera de uma decisão da justiça.

As três jovens ativistas, que estavam presas no presídio feminino de Manuba desde o último dia 12 de junho por "atentar contra a moral e os bons costumes", foram liberadas depois que o juiz do Tribunal de Apelação de Túnis decidisse manter a sentença de dois meses de prisão, mas retirasse o cumprimento da condenação.

"O Femen não lamentará jamais nenhuma de suas ações. Nós assumimos todas as ações e seguiremos em combate, não somente na Tunísia, mas onde tivermos oportunidade de dar nossa opinião política", indicou Pauline em entrevista coletiva conjunta.

As declarações das ativistas tinham intenção de expor a falta de justiça nas prisões tunisianas, já que, segundo elas, "existem muitas Aminas" presas no país.


"É preciso apagar essa imagem da Tunísia como um país democrático e que serve de exemplo para o resto dos países árabes", acrescentou Marguerite, que ressaltou que, de acordo com seus dados, "a maioria das mulheres na Tunísia está na prisão por adultério". Segundo a ativista, o uso de calças curtas ou minissaia pode ser motivo de prisão no país.

A "tirania religiosa", segundo o relato das ativistas, "está em todas as partes na Tunísia, inclusive na prisão", onde o único livro permitido era o Alcorão, e as únicas emissões televisivas disponíveis eram as de caráter religioso.

Além disso, as duas ativistas francesas denunciaram ter sofrido inúmeras humilhações físicas e psicológicas, que, de acordo com o relato, iam desde os golpes físicos diretos até a privação de banhos.

"Essas condições sanitárias implicam problemas de saúde, como infecções. Podemos contá-la porque experimentamos", assinalou Pauline, que ressaltou "estar muito contente" por ter recuperado sua liberdade. A ativista francesa também esclareceu que a carta de arrependimento que escreveram foi só uma estratégia para poder deixar a prisão.

No entanto, seu discurso seguia a mesma linha do comunicado emitido ontem à noite pelo Femen, no qual o grupo considerou que sua "determinação fez os islâmicos refletirem", dizendo que seus seios "foram mais fortes do que pedras".

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Paris - As três ativistas europeias do grupo feminista radical Femen, que foram libertadas na noite de ontem na Tunísia , chegaram na manhã desta quinta-feira em Paris e, em declarações à imprensa local, consideraram o país do norte da África como "liberticida", além de não terem demonstrado arrependimento pelo ato de protesto.

As francesas Pauline Hillier e Marguerite Stern, de 27 e 23 anos, respectivamente, e a alemã Josephine Markmann, de 19, foram detidas no último dia 29 de maio após mostrarem seus peitos em um sinal de protesto contra a detenção da feminista tunisiana Amina Esbui, que ainda se encontra em prisão preventiva à espera de uma decisão da justiça.

As três jovens ativistas, que estavam presas no presídio feminino de Manuba desde o último dia 12 de junho por "atentar contra a moral e os bons costumes", foram liberadas depois que o juiz do Tribunal de Apelação de Túnis decidisse manter a sentença de dois meses de prisão, mas retirasse o cumprimento da condenação.

"O Femen não lamentará jamais nenhuma de suas ações. Nós assumimos todas as ações e seguiremos em combate, não somente na Tunísia, mas onde tivermos oportunidade de dar nossa opinião política", indicou Pauline em entrevista coletiva conjunta.

As declarações das ativistas tinham intenção de expor a falta de justiça nas prisões tunisianas, já que, segundo elas, "existem muitas Aminas" presas no país.


"É preciso apagar essa imagem da Tunísia como um país democrático e que serve de exemplo para o resto dos países árabes", acrescentou Marguerite, que ressaltou que, de acordo com seus dados, "a maioria das mulheres na Tunísia está na prisão por adultério". Segundo a ativista, o uso de calças curtas ou minissaia pode ser motivo de prisão no país.

A "tirania religiosa", segundo o relato das ativistas, "está em todas as partes na Tunísia, inclusive na prisão", onde o único livro permitido era o Alcorão, e as únicas emissões televisivas disponíveis eram as de caráter religioso.

Além disso, as duas ativistas francesas denunciaram ter sofrido inúmeras humilhações físicas e psicológicas, que, de acordo com o relato, iam desde os golpes físicos diretos até a privação de banhos.

"Essas condições sanitárias implicam problemas de saúde, como infecções. Podemos contá-la porque experimentamos", assinalou Pauline, que ressaltou "estar muito contente" por ter recuperado sua liberdade. A ativista francesa também esclareceu que a carta de arrependimento que escreveram foi só uma estratégia para poder deixar a prisão.

No entanto, seu discurso seguia a mesma linha do comunicado emitido ontem à noite pelo Femen, no qual o grupo considerou que sua "determinação fez os islâmicos refletirem", dizendo que seus seios "foram mais fortes do que pedras".

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