Ativista birmanesa Suu Kyi inicia viagem internacional
Suu Kyi, que fará 67 anos em 19 de junho, apresentará a sua "conferência do Nobel" no sábado, em Oslo
Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2012 às 16h50.
Yangun - A líder da oposição do Mianmar, Aung San Suu Kyi, começará na quarta-feira uma viagem com ares triunfantes pela Europa, onde irá proferir seu discurso pelo Nobel da Paz e aperfeiçoará sua imagem de ícone mundial da democracia.
Suu Kyi, que fará 67 anos em 19 de junho, apresentará a sua "conferência do Nobel" no sábado, em Oslo, 21 anos depois de receber a distinção que a fez ganhar uma dimensão política global.
Enquanto o oeste de seu país é abalado pela violência sectária, entre budistas e comunidades muçulmanas no estado de Rakhine, ela aterrissará em Genebra para expor às Nações Unidas a questão do trabalho forçado.
Depois seguirá para a Grã-Bretanha, onde foi educada e criou uma família, antes de ir para Paris.
Uma viagem de mais de quinze dias, ao mesmo tempo pessoal e política, nas capitais que fielmente apoiaram desde o seu primeiro discurso ativista em 1988.
Desde então, e até poucas semanas atrás, foi mantida em prisão domiciliar. Sempre em conflito com a junta militar no poder, nunca se atreveu a deixar o país por medo de ser forçada ao exílio. Livre desde o final de 2010, deputada desde abril, agora desfruta de um status diferente.
Ela "vai certamente manter sua retórica (...) de liderança moral, inspiração, e vai procurar aperfeiçoar a sua imagem de ícone democrática", afirma Renaud Egreteau, especialista em Mianmar da Universidade de Hong Kong.
"Ela é um Prêmio Nobel da Paz, e é com esta capa que ela tem todo o incentivo para se dirigir aos líderes europeus e à opinião pública".
O presidente Thein Sein, que a reintroduziu na política birmanesa, tem interesse em deixá-la usar seu grande poder de sedução. Ele quer que as últimas sanções desapareçam para reiniciar a máquina econômica, cheia de promessas para os investidores, mas em ponto morto.
Suu Kyi "é a chave para uma abertura maior para o ocidente. Deixá-la viajar pelas capitais europeias é uma condição necessária para a benevolência do ocidente para com o regime", acrescenta o pesquisador.
Suu Kyi será acompanhada por uma delegação de quatro pessoas, nenhuma das quais faz parte do círculo histórico dos fundadores da Liga Nacional pela Democracia (LND).
Os "tios", como eles são chamados com uma mistura de respeito e crítica, simbolicamente cederam o lugar para uma nova geração.
Entre eles Phyo Thaw Zeya, um rapper famoso em Mianmar, que se tornou representante de um distrito de Naypyidaw, a capital.
Suu Kyi "foi muito criticada por ter confiado nos conselhos de anciãos (...), dando a impressão de que ela estava desligada", ressalta Pavin Chachavalpongpun, da Universidade de Kyoto. "Levar os jovens com ela mostra que ela se reinventa e (...) ainda sabe o que quer a nova geração".
O pesquisador analisa a perspectiva de Suu Kyi vencer as eleições de 2015. "Ela poderá se tornar a próxima líder do Mianmar, de modo que quer traçar este perfil".
A viagem será realizada entre 13 e 30 junho. Mas a maratona vai incluir uma parte pessoal que, como de costume, vai tentar manter cuidadosamente na esfera privada.
Suu Kyi sacrificou sua vida familiar pela sua luta política. Ela desistiu inclusive de participar do funeral de seu marido em 1999, e viu apenas ocasionalmente seus dois filhos, Alexander e Kim.
"Haverá uma reunião de família", confirmou à AFP Khun Thar Myint, chefe de segurança. "Eu não quero atrapalhar o reencontro de uma família que viveu tanto tempo separada. E eu não quero que outros perturbem".
Yangun - A líder da oposição do Mianmar, Aung San Suu Kyi, começará na quarta-feira uma viagem com ares triunfantes pela Europa, onde irá proferir seu discurso pelo Nobel da Paz e aperfeiçoará sua imagem de ícone mundial da democracia.
Suu Kyi, que fará 67 anos em 19 de junho, apresentará a sua "conferência do Nobel" no sábado, em Oslo, 21 anos depois de receber a distinção que a fez ganhar uma dimensão política global.
Enquanto o oeste de seu país é abalado pela violência sectária, entre budistas e comunidades muçulmanas no estado de Rakhine, ela aterrissará em Genebra para expor às Nações Unidas a questão do trabalho forçado.
Depois seguirá para a Grã-Bretanha, onde foi educada e criou uma família, antes de ir para Paris.
Uma viagem de mais de quinze dias, ao mesmo tempo pessoal e política, nas capitais que fielmente apoiaram desde o seu primeiro discurso ativista em 1988.
Desde então, e até poucas semanas atrás, foi mantida em prisão domiciliar. Sempre em conflito com a junta militar no poder, nunca se atreveu a deixar o país por medo de ser forçada ao exílio. Livre desde o final de 2010, deputada desde abril, agora desfruta de um status diferente.
Ela "vai certamente manter sua retórica (...) de liderança moral, inspiração, e vai procurar aperfeiçoar a sua imagem de ícone democrática", afirma Renaud Egreteau, especialista em Mianmar da Universidade de Hong Kong.
"Ela é um Prêmio Nobel da Paz, e é com esta capa que ela tem todo o incentivo para se dirigir aos líderes europeus e à opinião pública".
O presidente Thein Sein, que a reintroduziu na política birmanesa, tem interesse em deixá-la usar seu grande poder de sedução. Ele quer que as últimas sanções desapareçam para reiniciar a máquina econômica, cheia de promessas para os investidores, mas em ponto morto.
Suu Kyi "é a chave para uma abertura maior para o ocidente. Deixá-la viajar pelas capitais europeias é uma condição necessária para a benevolência do ocidente para com o regime", acrescenta o pesquisador.
Suu Kyi será acompanhada por uma delegação de quatro pessoas, nenhuma das quais faz parte do círculo histórico dos fundadores da Liga Nacional pela Democracia (LND).
Os "tios", como eles são chamados com uma mistura de respeito e crítica, simbolicamente cederam o lugar para uma nova geração.
Entre eles Phyo Thaw Zeya, um rapper famoso em Mianmar, que se tornou representante de um distrito de Naypyidaw, a capital.
Suu Kyi "foi muito criticada por ter confiado nos conselhos de anciãos (...), dando a impressão de que ela estava desligada", ressalta Pavin Chachavalpongpun, da Universidade de Kyoto. "Levar os jovens com ela mostra que ela se reinventa e (...) ainda sabe o que quer a nova geração".
O pesquisador analisa a perspectiva de Suu Kyi vencer as eleições de 2015. "Ela poderá se tornar a próxima líder do Mianmar, de modo que quer traçar este perfil".
A viagem será realizada entre 13 e 30 junho. Mas a maratona vai incluir uma parte pessoal que, como de costume, vai tentar manter cuidadosamente na esfera privada.
Suu Kyi sacrificou sua vida familiar pela sua luta política. Ela desistiu inclusive de participar do funeral de seu marido em 1999, e viu apenas ocasionalmente seus dois filhos, Alexander e Kim.
"Haverá uma reunião de família", confirmou à AFP Khun Thar Myint, chefe de segurança. "Eu não quero atrapalhar o reencontro de uma família que viveu tanto tempo separada. E eu não quero que outros perturbem".