Atentados na Noruega reacendem discussões sobre extrema direita europeia
Anders Breivik simboliza a nova face do ultraconservadorismo europeu, que encontra simpatizantes por todo o continente
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2011 às 17h00.
São Paulo – Os atentados realizados na Noruega na última sexta-feira e seus 93 mortos reacenderam as discussões sobre o crescimento da extrema direita na Europa. Avesso às ideias radicais e grosseiras da supremacia branca e do neonazismo, Anders Behring Breivik, que assumiu a autoria dos ataques, também criticava o partido ultraconservador norueguês por “abraçar o multiculturalismo” e ser “politicamente correto” em vez de lutar por ideais.
De acordo com análise publicada por Matthew Goodwin neste domingo (24) no site do jornal britânico “The Guardian”, Breivik pode ser visto como uma face do novo extremismo europeu. Goodwin lembra que, assim como Breivik, os extremistas ingleses da Liga da Defesa Britânica defendem ideias com aparência de menor radicalismo para atrair mais simpatizantes. Para os novos nomes da extrema direita europeia, não é que os europeus sejam superiores a outros povos; são as culturas que são socialmente incompatíveis.
Em sua coluna, Matthew Goodwin comenta que passou quatro anos entrevistando ativistas de extrema direita, muitos dos quais rejeitavam a violência. Ele revela, no entanto, que há “sem dúvida, uma cultura de violência dentro das fronteiras da subcultura da ala de extrema direita”. Essa violência ficaria patente no discurso semelhante ao de Breivick: perseguição a muçulmanos, crença na capacidade dos grandes partidos em lidar com essa ameaça e ênfase no “choque de civilizações” entre a maioria e as minorias.
Esses grupos tendem a apregoar, continua o colunista, que lutam contra a extinção de sua raça, religião ou cultura, e que é preciso uma ação radical para lidar com essas ameaças, uma vez que os grupos políticos existentes não vêm conseguindo sucesso nessa luta. Assim deve pensar Breivick, que pretendia fundar um partido de extrema direita na Noruega em alternativa ao Partido Progressista.
A ameaça seria, portanto, mais cultural do que propriamente econômica, como querem aqueles que relacionam o crescimento da extrema direita europeia ao desemprego e à crise econômica. Mas sem dúvidas a atual situação da Europa só contribui para inflar ainda mais o ódio dos radicais.
São Paulo – Os atentados realizados na Noruega na última sexta-feira e seus 93 mortos reacenderam as discussões sobre o crescimento da extrema direita na Europa. Avesso às ideias radicais e grosseiras da supremacia branca e do neonazismo, Anders Behring Breivik, que assumiu a autoria dos ataques, também criticava o partido ultraconservador norueguês por “abraçar o multiculturalismo” e ser “politicamente correto” em vez de lutar por ideais.
De acordo com análise publicada por Matthew Goodwin neste domingo (24) no site do jornal britânico “The Guardian”, Breivik pode ser visto como uma face do novo extremismo europeu. Goodwin lembra que, assim como Breivik, os extremistas ingleses da Liga da Defesa Britânica defendem ideias com aparência de menor radicalismo para atrair mais simpatizantes. Para os novos nomes da extrema direita europeia, não é que os europeus sejam superiores a outros povos; são as culturas que são socialmente incompatíveis.
Em sua coluna, Matthew Goodwin comenta que passou quatro anos entrevistando ativistas de extrema direita, muitos dos quais rejeitavam a violência. Ele revela, no entanto, que há “sem dúvida, uma cultura de violência dentro das fronteiras da subcultura da ala de extrema direita”. Essa violência ficaria patente no discurso semelhante ao de Breivick: perseguição a muçulmanos, crença na capacidade dos grandes partidos em lidar com essa ameaça e ênfase no “choque de civilizações” entre a maioria e as minorias.
Esses grupos tendem a apregoar, continua o colunista, que lutam contra a extinção de sua raça, religião ou cultura, e que é preciso uma ação radical para lidar com essas ameaças, uma vez que os grupos políticos existentes não vêm conseguindo sucesso nessa luta. Assim deve pensar Breivick, que pretendia fundar um partido de extrema direita na Noruega em alternativa ao Partido Progressista.
A ameaça seria, portanto, mais cultural do que propriamente econômica, como querem aqueles que relacionam o crescimento da extrema direita europeia ao desemprego e à crise econômica. Mas sem dúvidas a atual situação da Europa só contribui para inflar ainda mais o ódio dos radicais.