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Atentados matam 17 no Paquistão, às vésperas de eleições

Um homem-bomba acionou seus explosivos quando o mufti Syed Janan voltava para pegar o seu carro após uma reunião com comerciantes

Policiais paquistaneses montam gurda: ao menos 109 pessoas foram mortas desde 11 de abril em atentados ligados à campanha eleitoral legislativa. (AFP / Aamir Qureshi)
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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2013 às 14h15.

Peshawar - Uma série de atentados contra partidos políticos fez ao menos 17 mortos e dezenas de feridos nesta terça-feira no noroeste do Paquistão , a quatro dias das eleições legislativas, fundamentais para a consolidação da democracia no país.

Um primeiro atentado ocorreu em Hangu, norte do Paquistão, e tinha como alvo um candidato a deputado do partido Jamaat-e-Ulema-Islam de Fazlur Rehman (JUI-F), um partido que já havia sofrido com um ataque talibã que matou 23 pessoas na véspera.

Um homem-bomba acionou seus explosivos quando o mufti Syed Janan voltava para pegar o seu carro após uma reunião com comerciantes, indicaram as fontes da segurança.

"Eu ia pegar o meu carro quando o suicida se explodiu", declarou Janan, ferido na cabeça e no ombro. "Estou são e salvo, mas meus dois guarda-costas ficaram gravemente feridos", acrescentou em uma entrevista por telefone à AFP.

"Registramos ao menos 12 mortos e mais de 40 feridos em Hangu", indicou à AFP Musarrat Qadeem, o ministro interino da Informação desta província, revisando para mais o número de mortos.

No final do dia, a explosão de uma bomba durante a passagem do comboio do irmão de Zamin Khan, candidato à assembleia provincial de Khyber Pakhtunkhwa sob a bandeira do Partido do Povo do Paquistão (PPP, no poder), deixou ao menos cinco mortos no distrito de Lower Dir, segundo autoridades locais.

"A bomba foi ativada à distância. Ela explodiu no momento em que o irmão de Zamin Khan, Zahir, fazia campanha. Cinco pessoas foram mortas, incluindo Zahir", informou à AFP um policial local, Mehtab Khan.


Ao menos 109 pessoas foram mortas desde 11 de abril em atentados ligados à campanha eleitoral legislativa, de acordo com um balanço contabilizado pela AFP.

Esses ataques limitaram a capacidade de vários partidos de fazer campanha no terreno e podem ter um impacto sobre a participação da população nesta eleição fundamental para a consolidação democrática do Paquistão, de 180 milhões de habitantes e habituado com golpes de Estado.

Os talibãs paquistaneses do TTP, um grupo islamita armado hostil à realização de eleições, consideradas não islâmicas, e que multiplica seus ataques contra partidos laicos em Karachi (sul) e Peshawar (norte), reivindicaram grande parte dos atentados durante a companha, incluindo o de segunda-feira contra um candidato local da JUI-F, Munir Khan Orakzaï.

Os talibãs afirmaram se tratar de "um ataque contra Munir Orakzaï, porque ele foi membro do governo durante os últimos cinco anos.

Foram claros em dizer que o ataque não se dirigia ao partido, membro da coalizão no poder, majoritariamente laico e próximo aos insurgentes.


Mais de 600.000 membros das forças de segurança, incluindo 50.000 soldados, devem fazer a guarda dos colégios eleitorais no sábado para tentar garantir a realização das eleições, segundo a comissão eleitoral paquistanesa.

E o chefe do poderoso Exército, o general Ashfaq Kayani, reiterou o apoio dos militares a esta eleição cujo objetivo é, segundo ele, o de reforçar o estado de direito e acabar com a alternância "entre a democracia e a ditadura".

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Peshawar - Uma série de atentados contra partidos políticos fez ao menos 17 mortos e dezenas de feridos nesta terça-feira no noroeste do Paquistão , a quatro dias das eleições legislativas, fundamentais para a consolidação da democracia no país.

Um primeiro atentado ocorreu em Hangu, norte do Paquistão, e tinha como alvo um candidato a deputado do partido Jamaat-e-Ulema-Islam de Fazlur Rehman (JUI-F), um partido que já havia sofrido com um ataque talibã que matou 23 pessoas na véspera.

Um homem-bomba acionou seus explosivos quando o mufti Syed Janan voltava para pegar o seu carro após uma reunião com comerciantes, indicaram as fontes da segurança.

"Eu ia pegar o meu carro quando o suicida se explodiu", declarou Janan, ferido na cabeça e no ombro. "Estou são e salvo, mas meus dois guarda-costas ficaram gravemente feridos", acrescentou em uma entrevista por telefone à AFP.

"Registramos ao menos 12 mortos e mais de 40 feridos em Hangu", indicou à AFP Musarrat Qadeem, o ministro interino da Informação desta província, revisando para mais o número de mortos.

No final do dia, a explosão de uma bomba durante a passagem do comboio do irmão de Zamin Khan, candidato à assembleia provincial de Khyber Pakhtunkhwa sob a bandeira do Partido do Povo do Paquistão (PPP, no poder), deixou ao menos cinco mortos no distrito de Lower Dir, segundo autoridades locais.

"A bomba foi ativada à distância. Ela explodiu no momento em que o irmão de Zamin Khan, Zahir, fazia campanha. Cinco pessoas foram mortas, incluindo Zahir", informou à AFP um policial local, Mehtab Khan.


Ao menos 109 pessoas foram mortas desde 11 de abril em atentados ligados à campanha eleitoral legislativa, de acordo com um balanço contabilizado pela AFP.

Esses ataques limitaram a capacidade de vários partidos de fazer campanha no terreno e podem ter um impacto sobre a participação da população nesta eleição fundamental para a consolidação democrática do Paquistão, de 180 milhões de habitantes e habituado com golpes de Estado.

Os talibãs paquistaneses do TTP, um grupo islamita armado hostil à realização de eleições, consideradas não islâmicas, e que multiplica seus ataques contra partidos laicos em Karachi (sul) e Peshawar (norte), reivindicaram grande parte dos atentados durante a companha, incluindo o de segunda-feira contra um candidato local da JUI-F, Munir Khan Orakzaï.

Os talibãs afirmaram se tratar de "um ataque contra Munir Orakzaï, porque ele foi membro do governo durante os últimos cinco anos.

Foram claros em dizer que o ataque não se dirigia ao partido, membro da coalizão no poder, majoritariamente laico e próximo aos insurgentes.


Mais de 600.000 membros das forças de segurança, incluindo 50.000 soldados, devem fazer a guarda dos colégios eleitorais no sábado para tentar garantir a realização das eleições, segundo a comissão eleitoral paquistanesa.

E o chefe do poderoso Exército, o general Ashfaq Kayani, reiterou o apoio dos militares a esta eleição cujo objetivo é, segundo ele, o de reforçar o estado de direito e acabar com a alternância "entre a democracia e a ditadura".

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