Exame Logo

Ataque a jornalistas reacende debate sobre controle de armas

Familiares, amigos e toda a comunidade choravam pelo incidente, que reavivou as convocações pela limitação do acesso às armas de fogo nos Estados Unidos

Jornalistas assassinados: "O que sabemos é que o número daqueles que morrem em incidentes relacionados com armas de fogo é muito maior do que o de vítimas do terrorismo", disse Obama (Reprodução/ WDBJ)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2015 às 13h00.

O assassinato de dois jornalistas, enquanto faziam uma transmissão ao vivo, por um ex-repórter que veio a se suicidar trouxe à tona novamente o tema do controle de armas e a violência nos Estados Unidos .

O atirador, negro e identificado como Vester Lee Flanagan, de 41 anos, também conhecido com seu nome profissional Bryce Williams, publicou nas redes sociais vídeos chocantes do assassinato cometido na quarta-feira na Virgínia.

A repórter Alison Parker, de 24 anos, e o cinegrafista Adam Ward, de 27, foram mortos a tiros enquanto realizavam uma entrevista ao vivo para o canal WDBJ, afiliado à CBS em Roanoke, 385 km a sudeste de Washington.

Flanagan havia trabalhado para a WDBJ e havia sido demitido em 2013.

Familiares, amigos e toda a comunidade choravam pelo incidente, que reavivou as convocações pela limitação do acesso às armas de fogo nos Estados Unidos, colocando mais uma vez o recorrente tema da violência em destaque. Ao que parece, Flanagan comprou a arma de forma legal.

Além disso, o violento episódio colocou em evidência como a internet proporciona uma vitrine para pessoas desequilibradas divulgarem um horrendo crime como este.

Coração partido

"'Me dói o coração que aconteça algo como isso", lamentou o presidente Barack Obama à WPVI, estação local da rede ABC na Filadélfia.

Obama sempre lamentou o fato de nunca ter conseguido implantar o controle de armas.

"O que sabemos é que o número daqueles que morrem em incidentes relacionados com armas de fogo é muito maior do que o de vítimas do terrorismo", lembrou.

A Casa Branca pediu novamente que o Congresso legisle sobre a venda e o uso de armas de fogo.

"Devemos agir para deter a violência com armas de fogo, não podemos esperar mais", escreveu a pré-candidata democrata Hillary Clinton no Twitter.

O tiroteio ocorreu perto do local onde ocorreu o massacre de 2007 na Virginia Tech University.

Andy Parker, pai de Alison, lançou após os assassinatos um apelo emocionado para que seja feito um controle de armas.

"Devemos fazer algo a respeito das pessoas loucas que têm acesso a armas", disse à Fox News.

Apesar dos reiterados tiroteios e massacres registrados nos Estados Unidos, os legisladores hesitam em aprovar leis que limitem o acesso às armas, em parte para não provocar a ira de eleitores que defendem com unhas e dentes seu direito de portar armas.

Bomba humana

A rede ABC News anunciou ter recebido um manifesto de 23 páginas duas horas após a morte dos jornalistas da WDBJ.

No manifesto, Flanagan disse que havia sido levado ao limite pelo massacre em junho de fiéis negros em uma igreja de Charleston, Carolina do Sul.

"O tiroteio na igreja foi o ponto culminante (...), mas minha raiva estava aumentando (...) era uma bomba humana (...) esperando para fazer BUM!!!", disse no texto.

No documento, classificado por ele de nota de "suicídio para amigos e familiares", se queixa de discriminação racial e perseguição "por ser um gay negro".

Mas afirma que o tiroteio na igreja de Charleston foi o que o levou a cometer os assassinatos de quarta-feira.

Gritos e disparos

Alison Parker entrevistava Vicki Gardner, titular da Câmara de Comércio de Smith Mountain Lake, em uma varanda de um complexo turístico em Moneta, perto de Roanoke, quando o ataque ocorreu.

Gardner, de 62 anos, ficou gravemente ferida, foi internada no hospital de Roanoke e seu estado era estável.

Nas imagens filmadas pelo cinegrafista Ward antes de morrer é possível ver uma sorridente Parker realizando a entrevista. Então são ouvidos vários disparos, a câmera cai no chão e filma as pernas do agressor, que mata fora do enquadramento a jornalista, de quem só se ouvem os gritos.

Após o tiroteio, as imagens voltam aos estúdios do canal e mostram a apresentadora do noticiário perplexa. "Não estou certa do que ocorreu", afirma. Pouco depois o gerente da rede confirma os falecimentos.

Horas mais tarde, um inquietante vídeo dos assassinatos, aparentemente filmado pelo próprio Flanagan, é publicado no Facebook e no Twitter.

É evidente que ninguém percebe a presença do atirador, já que o cinegrafista está de costas e a jornalista está concentrada na entrevista.

Veja também

O assassinato de dois jornalistas, enquanto faziam uma transmissão ao vivo, por um ex-repórter que veio a se suicidar trouxe à tona novamente o tema do controle de armas e a violência nos Estados Unidos .

O atirador, negro e identificado como Vester Lee Flanagan, de 41 anos, também conhecido com seu nome profissional Bryce Williams, publicou nas redes sociais vídeos chocantes do assassinato cometido na quarta-feira na Virgínia.

A repórter Alison Parker, de 24 anos, e o cinegrafista Adam Ward, de 27, foram mortos a tiros enquanto realizavam uma entrevista ao vivo para o canal WDBJ, afiliado à CBS em Roanoke, 385 km a sudeste de Washington.

Flanagan havia trabalhado para a WDBJ e havia sido demitido em 2013.

Familiares, amigos e toda a comunidade choravam pelo incidente, que reavivou as convocações pela limitação do acesso às armas de fogo nos Estados Unidos, colocando mais uma vez o recorrente tema da violência em destaque. Ao que parece, Flanagan comprou a arma de forma legal.

Além disso, o violento episódio colocou em evidência como a internet proporciona uma vitrine para pessoas desequilibradas divulgarem um horrendo crime como este.

Coração partido

"'Me dói o coração que aconteça algo como isso", lamentou o presidente Barack Obama à WPVI, estação local da rede ABC na Filadélfia.

Obama sempre lamentou o fato de nunca ter conseguido implantar o controle de armas.

"O que sabemos é que o número daqueles que morrem em incidentes relacionados com armas de fogo é muito maior do que o de vítimas do terrorismo", lembrou.

A Casa Branca pediu novamente que o Congresso legisle sobre a venda e o uso de armas de fogo.

"Devemos agir para deter a violência com armas de fogo, não podemos esperar mais", escreveu a pré-candidata democrata Hillary Clinton no Twitter.

O tiroteio ocorreu perto do local onde ocorreu o massacre de 2007 na Virginia Tech University.

Andy Parker, pai de Alison, lançou após os assassinatos um apelo emocionado para que seja feito um controle de armas.

"Devemos fazer algo a respeito das pessoas loucas que têm acesso a armas", disse à Fox News.

Apesar dos reiterados tiroteios e massacres registrados nos Estados Unidos, os legisladores hesitam em aprovar leis que limitem o acesso às armas, em parte para não provocar a ira de eleitores que defendem com unhas e dentes seu direito de portar armas.

Bomba humana

A rede ABC News anunciou ter recebido um manifesto de 23 páginas duas horas após a morte dos jornalistas da WDBJ.

No manifesto, Flanagan disse que havia sido levado ao limite pelo massacre em junho de fiéis negros em uma igreja de Charleston, Carolina do Sul.

"O tiroteio na igreja foi o ponto culminante (...), mas minha raiva estava aumentando (...) era uma bomba humana (...) esperando para fazer BUM!!!", disse no texto.

No documento, classificado por ele de nota de "suicídio para amigos e familiares", se queixa de discriminação racial e perseguição "por ser um gay negro".

Mas afirma que o tiroteio na igreja de Charleston foi o que o levou a cometer os assassinatos de quarta-feira.

Gritos e disparos

Alison Parker entrevistava Vicki Gardner, titular da Câmara de Comércio de Smith Mountain Lake, em uma varanda de um complexo turístico em Moneta, perto de Roanoke, quando o ataque ocorreu.

Gardner, de 62 anos, ficou gravemente ferida, foi internada no hospital de Roanoke e seu estado era estável.

Nas imagens filmadas pelo cinegrafista Ward antes de morrer é possível ver uma sorridente Parker realizando a entrevista. Então são ouvidos vários disparos, a câmera cai no chão e filma as pernas do agressor, que mata fora do enquadramento a jornalista, de quem só se ouvem os gritos.

Após o tiroteio, as imagens voltam aos estúdios do canal e mostram a apresentadora do noticiário perplexa. "Não estou certa do que ocorreu", afirma. Pouco depois o gerente da rede confirma os falecimentos.

Horas mais tarde, um inquietante vídeo dos assassinatos, aparentemente filmado pelo próprio Flanagan, é publicado no Facebook e no Twitter.

É evidente que ninguém percebe a presença do atirador, já que o cinegrafista está de costas e a jornalista está concentrada na entrevista.

Acompanhe tudo sobre:ArmasEstados Unidos (EUA)Países ricosViolência urbana

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame