Assassino de embaixador protegeu presidente turco em oito eventos
Nos eventos, Altintas integrava o segundo grupo de segurança de Erdogan, depois dos seguranças pessoais do presidente
AFP
Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 09h11.
Última atualização em 21 de dezembro de 2016 às 09h13.
O policial turco que assassinou o embaixador russo em Ancara estava de serviço em oito eventos com a presença do presidente Recep Tayyip Erdogan desde a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho, informa a imprensa local.
Na segunda-feira à noite, Mevlut Mert Altintas, de 22 anos, deu nove tiros contra o embaixador Andrei Karlov em uma galeria de arte, antes ser morto pela polícia turca.
Altintas, que integrou a unidade antidistúrbios da polícia por dois anos e meio, trabalhou a partir de julho em oito eventos com a presença de Erdogan, de acordo com o jornal turco Hurriyet.
Nos eventos, Altintas integrava o segundo grupo de segurança de Erdogan, depois dos seguranças pessoais do presidente, informa Abdulkadir Selvi, jornalista conhecido por seus contatos nos círculos do poder.
O chefe da diplomacia turca, Mevlut Cavusoglu, disse ao secretário de Estado americano, John Kerry, que a rede do pregador Fethullah Gülen, grande inimigo de Erdogan, estava "por trás" do assassinato.
Gülen, que vive no exílio nos Estados Unidos, também é acusado de ter sido o instigador da tentativa de golpe de julho, o que ele nega.
As autoridades turcas estão investigando os possíveis vínculos entre Altintas e Gülen, incluindo um centro de ensino frequentado pelo policial e dirigido pelo grupo ligado ao pregador.
As forças de segurança anunciaram a detenção de 13 pessoas na investigação do assassinato, incluindo parentes de Altintas.