Assassino de deputada Jo Cox no Reino Unido pega prisão perpétua
Mair, de 53 anos e vinculado à extrema direita, assassinou a deputada trabalhista na reta final da campanha do histórico referendo pela saída da UE
EFE
Publicado em 23 de novembro de 2016 às 14h12.
Londres - Um tribunal do Reino Unido condenou nesta quarta-feira Thomas Mair à prisão perpétua pelo "brutal e impiedoso" assassinato da deputada trabalhista Jo Cox em 16 de junho, que foi esfaqueada e alvejada uma semana antes do referendo que decidiu pelo "Brexit".
Mair, de 53 anos e vinculado à extrema direita, assassinou a deputada trabalhista, de 41 anos e mãe de dois filhos pequenos, na reta final da campanha do histórico referendo, no qual a população decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia (UE).
Pouco antes de emitir seu veredicto de culpabilidade por assassinato, o juiz do tribunal penal de Old Bailey, em Londres, onde ocorreu a audiência judicial, condenou o acusado a cumprir prisão perpétua, uma pena que o magistrado justificou devido à "gravidade excepcional" do crime cometido.
No momento de divulgação da sentença, estavam presentes no tribunal o viúvo da parlamentar, Brendan Cox, seus pais, Jean e Gordon Leadbeater, e sua irmã, Kim.
Em declarações ao tribunal, o marido da deputada indicou que a família não tinha comparecido à audiência "para implorar um castigo".
"Não sentimos nada além de lástima por ele (em alusão a Mair), pelo fato de que sua vida estivesse tão desprovida de amor e tão cheia de ódio, que sua única maneira de encontrar um significado foi atacar uma mulher que representava tudo o que este país tem de bom, com um ato de suprema covardia", disse o viúvo.
A morte da deputada foi "um ato político e um ato de terrorismo, motivado pelo ódio", que resultou em um "esbanjamento de amor", acrescentou Brendan Cox.
O assassino de Jo Cox mantinha vínculos com organizações de extrema direita, sofria depressão e estava medicado, de acordo com informações vazadas aos veículos de imprensa britânicos logo após o incidente.
O crime aconteceu no dia 16 de junho na cidade de Birstall, no condado inglês de West Yorkshire, no momento em que Jo Cox exercia seu trabalho como parlamentar em seu distrito e comoveu à sociedade britânica, na reta final da campanha do referendo.
Mair, que negou as acusações contra ele, entre eles a de assassinato, posse de armas de fogo e danos físicos a um homem de 78 anos que tentou ajudar Jo Cox, não apresentou nenhuma alegação em sua defesa e permaneceu impassível enquanto a sentença era lida.
No momento da agressão a Jo Cox, o assassino gritou: "o Reino Unido vem primeiro", segundo as testemunhas.