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Ascensão de Trump faz número de grupos radicais bater recorde nos EUA

Desde que magnata anunciou intenção de disputar presidência em junho de 2015, número de grupos extremistas aumentou 30%

Donald Trump: Aumento de grupos radicais começou ainda nos discursos de campanha do americano (Alex Wong/Getty Images)

Donald Trump: Aumento de grupos radicais começou ainda nos discursos de campanha do americano (Alex Wong/Getty Images)

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EFE

Publicado em 20 de fevereiro de 2019 às 18h56.

Washington - O número de grupos radicais que atuam nos Estados Unidos atingiu um recorde em 2018, chegando a 2018, o quarto ano consecutivo de aumento, o que coincide com a ascensão política do atual presidente do país, Donald Trump.

Os dados foram divulgados em um relatório apresentado nesta quarta-feira pela organização Southern Poverty Law Center (SPLC).

"Esses são os grupos que foram especialmente estimulados pelo discurso de Trump", denunciou a diretora do Projeto de Inteligência do SPLC, Heidi Beirich, durante a apresentação anual do relatório.

O documento mostra que o número de grupos extremistas no país bateu recorde em 2018. Nos últimos quatro anos, desde que Trump anunciou a intenção de disputar a presidência em junho de 2015, o crescimento registrado foi de 30%.

A tendência é a oposta à observada durante os três anos anteriores, no governo de Barack Obama, quando o número de grupos radicais em atividades no país caiu.

"Trump despertou os demônios", lamentou Beirich.

Segundo a diretora do SPLC, a tendência de queda se reverteu com os discursos de campanha de Trump. A alta se acentuou assim que ele chegou na Casa Branca porque algumas políticas do governo teriam "validado" o medo que parte da população tem de estrangeiros.

"Trump faz com que as pessoas sintam que o país está mudando perigosamente", criticou Beirich, acusando o Partido Republicano e alguns veículos da extrema direita de amplificar a mensagem de ódio. "Estão alimentando um monstro", disse ela.

A ativista alertou que a tendência gerou uma reação similar de grupos que estão no espectro ideológico oposto aos simpatizantes de Trump. E citou como exemplos ofensas que revoltaram a comunidade afro-americana, como os constantes ataques de Trump aos jogadores de futebol americano que decidiram se ajoelhar durante a execução do hino nacional como protesto contra a violência policial no país.

"Todos esses episódios são aproveitados pelos grupos supremacistas negros para recrutar novos membros", advertiu a diretora do SPLC.

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