As 24 horas cruciais para o futuro do Reino Unido
Com as pesquisas apontando uma pequena vantagem à permanência no Reino Unido, os dois lados apostam suas fichas no último dia da campanha
Da Redação
Publicado em 22 de junho de 2016 às 09h41.
Executivos de mais da metade das 100 principais empresas britânicas pediram nesta quarta-feira o voto a favor da União Europeia (UE), a 24 horas de um referendo determinante para o futuro britânico e europeu.
A saída da UE provocaria "um choque econômico", especialmente doloroso para as pequenas empresas, afirmam 1.300 empresários, incluindo executivos de 51 das 100 maiores empresas britânicas, as que integram o índice FTSE da Bolsa de Londres, em uma carta publicada no jornal The Times.
Com as pesquisas apontando uma pequena vantagem à permanência no Reino Unido, os dois lados apostam suas fichas no último dia da campanha, que será marcado pelo último grande tributo à deputada Jo Cox, pró-UE, que foi assassinada na quinta-feira passada por um homem que gritou lemas da extrema-direita durante o crime.
Entre os signatários da carta dos empresários estão Richard Branson, do grupo Virgin, e o proprietário da agência de notícias financeiras Bloomberg, o americano Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York.
"A saída do Reino Unido da UE se traduziria em mais incerteza para nossas empresas, menos comércio com a Europa e menos postos de trabalho", afirma o texto dos executivos.
As empresas dos signatários da carta têm 1,75 milhão de funcionários.
"A permanência do Reino Unido na UE significaria o contrário: mais certeza, mais comércio e mais emprego. A filiação à UE é boa para as empresas e boa para os empregos britânicos", afirmam no texto.
"As pequenas empresas e seus funcionários são particularmente vulneráveis a qualquer choque econômico, como o que aconteceria com a saída".
No outro extremo, 100 proprietários de pequenas empresas publicaram uma carta no tabloide sensacionalista The Sun em que pedem a ruptura com Bruxelas.
"A UE não é mais hoje em dia um acordo comercial. É um projeto destinado a criar uma união política e econômica gigante", criticam os empresários pró-Brexit.
Vinte e quatro horas cruciais
O primeiro-ministro britânico, o conservador David Cameron, cuja aposta pessoal ao convocar o referendo e defender a UE pode custar seu cargo em caso de derrota, recordou mais uma vez que a decisão será "irreversível", em uma entrevista à BBC.
"Não há volta atrás se votarmos pela saída. É uma decisão irreversível", disse Cameron, antes de rebater um dos principais argumentos dos partidários do Brexit, como é conhecida a opção de saída britânica da UE: "A ideia de que não somos independentes não é certa".
Cameron recorreu mais uma vez ao tom de Winston Churchill que dominou seus últimos discursos, em um movimento direcionado às gerações mais idosas - e com tendência maior de votar pela saída.
"Sou profundamente patriótico, não nos invadiram nos últimos 1.000 anos, temos instituições que nos prestam um bom serviço", afirmou, antes de prometer oposição a qualquer tentativa de avanço para a construção dos "Estados Unidos da Europa".
No lado do Brexit, o ex-prefeito de Londres Boris Johnson iniciou a quarta-feira em um mercado da capital inglesa, em um último dia de campanha intenso para convencer os indecisos, que segundo as pesquisas alcançam 10%.
"Estamos nas últimas 24 horas. É um momento crucial, muitas pessoas estão tomando sua decisão, e espero que acreditem em seu país, que acreditem no que fazemos", disse no mercado de peixes de Billingsgate.
O líder trabalhista Jeremy Corbyn vai protagonizar o último grande comício de seu partido a favor da UE.
Mais de 100 personalidades dos dois lados se reunirão em um estúdio do Channel 4 durante a noite para discutir sobre o referendo.
Entre os participantes estará o líder do UKIP (Partido para a Independência do Reino Unido), Nigel Farage, cuja oposição feroz à imigração foi relacionada ao assassinato da deputada Jo Cox.
A morte da deputada trabalhista freou o avanço do Brexit nas pesquisas. Seu marido Darren Cox afirmou na terça-feira à BBC que ela foi assassinada "por suas posições políticas".
Nesta quarta-feira, Jo Cox completaria 42 anos. Uma procissão percorrerá o Tâmisa em sua homenagem e um ato em sua memória será organizado em Trafalgar Square, praça no centro de Londres.
Executivos de mais da metade das 100 principais empresas britânicas pediram nesta quarta-feira o voto a favor da União Europeia (UE), a 24 horas de um referendo determinante para o futuro britânico e europeu.
A saída da UE provocaria "um choque econômico", especialmente doloroso para as pequenas empresas, afirmam 1.300 empresários, incluindo executivos de 51 das 100 maiores empresas britânicas, as que integram o índice FTSE da Bolsa de Londres, em uma carta publicada no jornal The Times.
Com as pesquisas apontando uma pequena vantagem à permanência no Reino Unido, os dois lados apostam suas fichas no último dia da campanha, que será marcado pelo último grande tributo à deputada Jo Cox, pró-UE, que foi assassinada na quinta-feira passada por um homem que gritou lemas da extrema-direita durante o crime.
Entre os signatários da carta dos empresários estão Richard Branson, do grupo Virgin, e o proprietário da agência de notícias financeiras Bloomberg, o americano Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York.
"A saída do Reino Unido da UE se traduziria em mais incerteza para nossas empresas, menos comércio com a Europa e menos postos de trabalho", afirma o texto dos executivos.
As empresas dos signatários da carta têm 1,75 milhão de funcionários.
"A permanência do Reino Unido na UE significaria o contrário: mais certeza, mais comércio e mais emprego. A filiação à UE é boa para as empresas e boa para os empregos britânicos", afirmam no texto.
"As pequenas empresas e seus funcionários são particularmente vulneráveis a qualquer choque econômico, como o que aconteceria com a saída".
No outro extremo, 100 proprietários de pequenas empresas publicaram uma carta no tabloide sensacionalista The Sun em que pedem a ruptura com Bruxelas.
"A UE não é mais hoje em dia um acordo comercial. É um projeto destinado a criar uma união política e econômica gigante", criticam os empresários pró-Brexit.
Vinte e quatro horas cruciais
O primeiro-ministro britânico, o conservador David Cameron, cuja aposta pessoal ao convocar o referendo e defender a UE pode custar seu cargo em caso de derrota, recordou mais uma vez que a decisão será "irreversível", em uma entrevista à BBC.
"Não há volta atrás se votarmos pela saída. É uma decisão irreversível", disse Cameron, antes de rebater um dos principais argumentos dos partidários do Brexit, como é conhecida a opção de saída britânica da UE: "A ideia de que não somos independentes não é certa".
Cameron recorreu mais uma vez ao tom de Winston Churchill que dominou seus últimos discursos, em um movimento direcionado às gerações mais idosas - e com tendência maior de votar pela saída.
"Sou profundamente patriótico, não nos invadiram nos últimos 1.000 anos, temos instituições que nos prestam um bom serviço", afirmou, antes de prometer oposição a qualquer tentativa de avanço para a construção dos "Estados Unidos da Europa".
No lado do Brexit, o ex-prefeito de Londres Boris Johnson iniciou a quarta-feira em um mercado da capital inglesa, em um último dia de campanha intenso para convencer os indecisos, que segundo as pesquisas alcançam 10%.
"Estamos nas últimas 24 horas. É um momento crucial, muitas pessoas estão tomando sua decisão, e espero que acreditem em seu país, que acreditem no que fazemos", disse no mercado de peixes de Billingsgate.
O líder trabalhista Jeremy Corbyn vai protagonizar o último grande comício de seu partido a favor da UE.
Mais de 100 personalidades dos dois lados se reunirão em um estúdio do Channel 4 durante a noite para discutir sobre o referendo.
Entre os participantes estará o líder do UKIP (Partido para a Independência do Reino Unido), Nigel Farage, cuja oposição feroz à imigração foi relacionada ao assassinato da deputada Jo Cox.
A morte da deputada trabalhista freou o avanço do Brexit nas pesquisas. Seu marido Darren Cox afirmou na terça-feira à BBC que ela foi assassinada "por suas posições políticas".
Nesta quarta-feira, Jo Cox completaria 42 anos. Uma procissão percorrerá o Tâmisa em sua homenagem e um ato em sua memória será organizado em Trafalgar Square, praça no centro de Londres.