Mundo

Arkansas aprova lei criticada por discriminar homossexuais

Câmara dos Representantes do Arkansas aprovou lei de liberdade religiosa similar à de Indiana, que foi motivo de polêmica por permitir discriminação


	Gays: lei do Arkansas requer agora a assinatura do governador do estado
 (Jonathan Alcorn/Reuters)

Gays: lei do Arkansas requer agora a assinatura do governador do estado (Jonathan Alcorn/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 31 de março de 2015 às 23h52.

Washington - A Câmara dos Representantes do Arkansas, nos Estados Unidos, aprovou nesta terça-feira uma lei de liberdade religiosa similar à de Indiana, que foi motivo de uma grande polêmica nacional porque, segundo seus críticos, permitiria negar serviços aos homossexuais.

A lei do Arkansas requer agora a assinatura do governador do estado, Asa Hutchinson, um republicano moderado que expressou recentemente sua vontade de dar o sinal verde à controvertida norma.

Por sua parte, o governador de Indiana, o republicano Mike Pence, pediu hoje ao Legislativo do estado que avalie mudanças na lei de liberdade religiosa para deixar claro que não abre a porta à discriminação dos homossexuais.

"As leis de Arkansas e Indiana são idênticas em termos de linguagem e intenção. Situam os homossexuais, as pessoas de cor, as minorias religiosas e as mulheres em risco de serem discriminados", disse a diretora legal da Human Rights Campaign, Sarah Warbelow, ao "Huffington Post".

Vários negócios e organizações pediram a retirada da lei do Arkansas, como já ocorreu com a de Indiana, por considerá-la discriminatória com os homossexuais e, ao mesmo tempo, prejudicial para a imagem do estado.

Como já fez perante a lei de liberdade religiosa de Indiana, o executivo-chefe da Apple, Tim Cook, criticou no Twitter a iniciativa do Arkansas e pediu ao governador que a vete.

A multinacional Wal-Mart, com sede em Bentonville (Arkansas), também uniu-se às vozes que rejeitam a norma e reivindicou seu veto ao governador.

Por sua parte, o governador de Indiana assegurou hoje em entrevista coletiva que a lei, aprovada por ele mesmo na semana passada, foi criticada injustamente e explicada de maneira errônea pelos meios de comunicação.

"Após muita reflexão e em consultas com os líderes da assembleia geral, concluí que seria adequado iniciar uma legislação que deixe claro que esta lei não permite que as empresas neguem os serviços a ninguém", disse Pence.

A Casa Branca reforçou hoje, antes de saber da aprovação da lei do Arkansas, que a nova lei de liberdade religiosa aprovada no estado de Indiana é discriminatória, vai contra os interesses de empresários e foi criticada por políticos republicanos e democratas.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, acusou o governador Pence de ter "tentado falsamente" comparar a lei de seu estado com outra aprovada em nível federal em 1993, que garantia certas possibilidades de objeção a minorias religiosas, mas só em interações com o governo.

Na opinião da Casa Branca, a lei de Indiana é muito mais ampla ao ser aplicável a "indivíduos e não minorias religiosas", e a interações no setor privado, motivo pelo qual é "mais aberta e poderia ser usada em uma tentativa para justificar a discriminação contra alguém".

"Por isso, vimos tal clamor em ambos partidos contra esta lei", acrescentou o porta-voz, que destacou a oposição da comunidade empresarial do estado e de grupos religiosos.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)GaysLGBTPaíses ricosPreconceitos

Mais de Mundo

'A defesa da democracia é mais importante do que qualquer título', diz Biden em discurso

Governo Lula se diz irritado com falas de Maduro, mas evita responder declarações

Netanyahu discursa no Congresso americano sob protestos de rua e boicote de dezenas de democratas

Em discurso a irmandade negra, Kamala pede ajuda para registrar eleitores e mobilizar base a votar

Mais na Exame