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Argentinas vão às ruas em defesa do parto domiciliar

Com a nudez mascarada por pinturas coloridas, os ativistas levantaram bandeiras "pelo direito de escolher onde e como dar à luz"

Direitos: mulher amamenta durante ato pelo parto domicilar, em Buenos Aire (AFP/ JUAN MABROMATA)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2015 às 17h58.

Buenos Aires - Vinte parteiras e ativistas argentinas tiraram a roupa nesta quinta-feira no centro de Buenos Aires em defesa do parto domiciliar, uma prática adotada por milhares de mulheres no país e que as autoridades agora procuram regular.

"Eu dei à luz em casa", escreveu em suas costas Eugenia Gimenez, 29 anos, que passeou sem camisa pela Avenida 9 de Julho, no centro da capital argentina, enquanto amamentava seu bebê quatro meses de idade.

Com a nudez mascarada por pinturas coloridas, os ativistas levantaram bandeiras "pelo direito de escolher onde e como dar à luz" em frente à sede do ministério da Saúde, que estuda regular a prática.

De acordo com as ativistas, as autoridades não as convidaram para as discussões sobre a eventual regulamentação das parteiras, que temem que sua atividade acabe sendo limitada.

Procurado pela AFP, o ministério da Saúde explicou que a lei contempla o "parto humanizado que apoia que os nascimentos ocorram em maternidades seguras". Eles afirmaram estar trabalhando em "recomendações para regulamentar o nascimento em casa", para que ocorra de maneira segura e humanizada.

"Pode parecer negligente, imprudente ou com falta de cuidados, mas não há protocolos especiais que contemplem o que é adequado para o bem-estar da mãe e do bebê quando o nascimento ocorre espontaneamente", disse à AFP Marina Lembo, com 14 anos de profissão e presidente da Associação Argentina de Parteiras Independentes (AAPI).

A alegação também é apoiada por médicos como Ana Paula Fagioli, para quem os hospitais "tornaram-se câmaras de tortura para as mulheres em trabalho de parto que passam horas e sob medicação para induzir o parto".

De acordo com a AAPI, em 2012 havia 9.000 partos domiciliares na Argentina, número ainda marginal considerada uma taxa de natalidade de 738.000.

A demanda por partos domiciliares está concentrada na cidade de Buenos Aires e seus arredores e são trabalho para menos de cinquenta parteiras, contou à AFP o obstetra Francisco Saraceno, que há nove anos realiza partos domiciliares.

"As mulheres que escolhem partos domiciliares não são hippies nem pertencem a uma elite social. Em todos os meus anos de experiência, tenho visto mulheres de todos os tipos de religião e realidade econômica", garantiu.

Segundo Saraceno, um parto em casa custa entre 10.000 pesos (cerca de 4 mil reais) e 15.000 pesos. Se a mãe quiser contar com um médico e um pediatra, o custo é mais elevado.

O salário médio na Argentina é 5.000 pesos (por volta de 2.400 reais) e o serviço de parto domiciliar não é atendido pelos planos de saúde.

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Buenos Aires - Vinte parteiras e ativistas argentinas tiraram a roupa nesta quinta-feira no centro de Buenos Aires em defesa do parto domiciliar, uma prática adotada por milhares de mulheres no país e que as autoridades agora procuram regular.

"Eu dei à luz em casa", escreveu em suas costas Eugenia Gimenez, 29 anos, que passeou sem camisa pela Avenida 9 de Julho, no centro da capital argentina, enquanto amamentava seu bebê quatro meses de idade.

Com a nudez mascarada por pinturas coloridas, os ativistas levantaram bandeiras "pelo direito de escolher onde e como dar à luz" em frente à sede do ministério da Saúde, que estuda regular a prática.

De acordo com as ativistas, as autoridades não as convidaram para as discussões sobre a eventual regulamentação das parteiras, que temem que sua atividade acabe sendo limitada.

Procurado pela AFP, o ministério da Saúde explicou que a lei contempla o "parto humanizado que apoia que os nascimentos ocorram em maternidades seguras". Eles afirmaram estar trabalhando em "recomendações para regulamentar o nascimento em casa", para que ocorra de maneira segura e humanizada.

"Pode parecer negligente, imprudente ou com falta de cuidados, mas não há protocolos especiais que contemplem o que é adequado para o bem-estar da mãe e do bebê quando o nascimento ocorre espontaneamente", disse à AFP Marina Lembo, com 14 anos de profissão e presidente da Associação Argentina de Parteiras Independentes (AAPI).

A alegação também é apoiada por médicos como Ana Paula Fagioli, para quem os hospitais "tornaram-se câmaras de tortura para as mulheres em trabalho de parto que passam horas e sob medicação para induzir o parto".

De acordo com a AAPI, em 2012 havia 9.000 partos domiciliares na Argentina, número ainda marginal considerada uma taxa de natalidade de 738.000.

A demanda por partos domiciliares está concentrada na cidade de Buenos Aires e seus arredores e são trabalho para menos de cinquenta parteiras, contou à AFP o obstetra Francisco Saraceno, que há nove anos realiza partos domiciliares.

"As mulheres que escolhem partos domiciliares não são hippies nem pertencem a uma elite social. Em todos os meus anos de experiência, tenho visto mulheres de todos os tipos de religião e realidade econômica", garantiu.

Segundo Saraceno, um parto em casa custa entre 10.000 pesos (cerca de 4 mil reais) e 15.000 pesos. Se a mãe quiser contar com um médico e um pediatra, o custo é mais elevado.

O salário médio na Argentina é 5.000 pesos (por volta de 2.400 reais) e o serviço de parto domiciliar não é atendido pelos planos de saúde.

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