Argentina pede que Uruguai suspenda decisão sobre fábrica
Governo argentino rejeitou "a decisão unilateral" de autorizar aumento da produção da fábrica de celulose UPM
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2013 às 22h53.
Buenos Aires - O governo argentino rejeitou nesta quarta-feira 'a decisão unilateral do Uruguai ' de autorizar o aumento da produção da fábrica de celulose UPM e solicitou ao Executivo de José Mujica que 'suspenda sua decisão'.
A decisão foi anunciada pelo chanceler argentino, Héctor Timerman, em entrevista coletiva, acompanhado pelo governador da província de Entre Ríos, limítrofe com o Uruguai, Sergio Urribarri.
'A Argentina solicita formalmente ao governo uruguaio que suspenda a decisão e que continuemos na mesa de diálogo', disse Timerman.
'Fazemos isso porque Uruguai violou em oito oportunidades o mecanismo de informação e consulta estipulado por ambos países', acrescentou.
O chanceler assegurou que o governo argentino também rejeita a decisão do Executivo Uruguaio 'porque se privilegiam os interesses da UPM sobre a história de dois povos irmãos, tendo o Uruguai deixado a mesa de negociações de forma unilateral'.
Na entrevista Timerman divulgou também o relatório que a Argentina elaborou sobre a situação das águas no rio Uruguai por causa do despejo de líquidos da UPM.
Nesse sentido, e dado que o Uruguai adotou de forma unilateral a decisão de autorizar o aumento da produção da papeleira, assegurou que a Argentina 'de forma unilateral se encontra liberada da obrigação de anunciar de forma conjunta' os resultados das análises realizadas nas águas do rio Uruguai.
O relatório em questão detalha os níveis de toxicidade dos vazamentos da fábrica de celulose e consta de 'mais de 70 expedientes'.
A decisão do Executivo de Cristina Kirchner acontece em plena convalescença da presidente argentina após uma operação que lhe retirou um hematoma craniano.
Após saber da doença da governante, Mujica enviou a Cristina 'uma mensagem de preocupação' por sua saúde.
'Obviamente as relações, independentemente dos fatos recentes, estão sempre abertas e se acrescenta o vínculo histórico e o afeto que o presidente tem por sua colega', declarou também em entrevista coletiva em Montevidéu o ministro de Desenvolvimento Social uruguaio, Daniel Olesker.
Mujica anunciou no último dia 2 de outubro sua autorização para que a fábrica de celulose, situada na cidade uruguaia de Fray Bentos, em frente à cidade argentina de Gualeguaychú, aumente sua produção em 100 mil toneladas anuais desde que cumpra uma série de requisitos ambientais.
A instalação desta fábrica em 2005 foi motivo do pior conflito em décadas entre Uruguai e Argentina e derivou em um julgamento na Corte Internacional de Justiça de Haia e no bloqueio durante três anos da mais importante ponte que une os dois países pelos moradores de Gualeguaychú.
Após o pedido do aumento de produção da fábrica de celulose, a Argentina anunciou de forma taxativa sua oposição a dita iniciativa, ao mesmo tempo em que os moradores de Gualeguaychú, que se opuseram à usina em um primeiro momento, ameaçaram voltar a bloquear a principal rota entre os países.
Buenos Aires - O governo argentino rejeitou nesta quarta-feira 'a decisão unilateral do Uruguai ' de autorizar o aumento da produção da fábrica de celulose UPM e solicitou ao Executivo de José Mujica que 'suspenda sua decisão'.
A decisão foi anunciada pelo chanceler argentino, Héctor Timerman, em entrevista coletiva, acompanhado pelo governador da província de Entre Ríos, limítrofe com o Uruguai, Sergio Urribarri.
'A Argentina solicita formalmente ao governo uruguaio que suspenda a decisão e que continuemos na mesa de diálogo', disse Timerman.
'Fazemos isso porque Uruguai violou em oito oportunidades o mecanismo de informação e consulta estipulado por ambos países', acrescentou.
O chanceler assegurou que o governo argentino também rejeita a decisão do Executivo Uruguaio 'porque se privilegiam os interesses da UPM sobre a história de dois povos irmãos, tendo o Uruguai deixado a mesa de negociações de forma unilateral'.
Na entrevista Timerman divulgou também o relatório que a Argentina elaborou sobre a situação das águas no rio Uruguai por causa do despejo de líquidos da UPM.
Nesse sentido, e dado que o Uruguai adotou de forma unilateral a decisão de autorizar o aumento da produção da papeleira, assegurou que a Argentina 'de forma unilateral se encontra liberada da obrigação de anunciar de forma conjunta' os resultados das análises realizadas nas águas do rio Uruguai.
O relatório em questão detalha os níveis de toxicidade dos vazamentos da fábrica de celulose e consta de 'mais de 70 expedientes'.
A decisão do Executivo de Cristina Kirchner acontece em plena convalescença da presidente argentina após uma operação que lhe retirou um hematoma craniano.
Após saber da doença da governante, Mujica enviou a Cristina 'uma mensagem de preocupação' por sua saúde.
'Obviamente as relações, independentemente dos fatos recentes, estão sempre abertas e se acrescenta o vínculo histórico e o afeto que o presidente tem por sua colega', declarou também em entrevista coletiva em Montevidéu o ministro de Desenvolvimento Social uruguaio, Daniel Olesker.
Mujica anunciou no último dia 2 de outubro sua autorização para que a fábrica de celulose, situada na cidade uruguaia de Fray Bentos, em frente à cidade argentina de Gualeguaychú, aumente sua produção em 100 mil toneladas anuais desde que cumpra uma série de requisitos ambientais.
A instalação desta fábrica em 2005 foi motivo do pior conflito em décadas entre Uruguai e Argentina e derivou em um julgamento na Corte Internacional de Justiça de Haia e no bloqueio durante três anos da mais importante ponte que une os dois países pelos moradores de Gualeguaychú.
Após o pedido do aumento de produção da fábrica de celulose, a Argentina anunciou de forma taxativa sua oposição a dita iniciativa, ao mesmo tempo em que os moradores de Gualeguaychú, que se opuseram à usina em um primeiro momento, ameaçaram voltar a bloquear a principal rota entre os países.