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Argentina não reconhece Maduro e anuncia sanções contra a Venezuela

A Argentina suspendeu a entrada no país de "integrantes de alto nível do regime venezuelano"

Maurício Macri, presidente da Argentina: país afirma que acolheu mais de 130.000 imigrantes venezuelanos (Enrique Marcarian/Reuters)
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EFE

Publicado em 10 de janeiro de 2019 às 20h07.

Buenos Aires - O governo da Argentina declarou nesta quinta-feira que "desconhece a legitimidade" do segundo mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro , assinalou a Assembleia Nacional, de maioria opositora, como o único órgão democrático e anunciou sanções contra o país, financeiras e contra funcionários "de alto nível".

Em comunicado, o Ministério de Relações Exteriores argentino ressaltou que não reconhece a posse de Maduro para um novo mandato de seis anos porque procede das eleições de maio do ano passado, "cuja legitimidade foi oportunamente desconhecida pela República Argentina".

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Além de "condenar a ruptura da ordem constitucional e do estado de direito na Venezuela", a chancelaria argentina ratificou seu "pleno reconhecimento da Assembleia Nacional como único órgão democraticamente eleito em tal país".

Em linha com os demais países do Grupo de Lima, a Argentina suspendeu o acordo de isenção de vistos para passaportes diplomáticos e oficiais, e proibiu a entrada no país de "integrantes de alto nível do regime venezuelano".

O governo argentino também antecipou que a Unidade de Informação Financeira emitirá um alerta ao setor financeiro e bancário sobre os riscos de realizar operações com empresas públicas venezuelanas ou controladas pelo Estado caribenho.

No texto, a chancelaria ressaltou que "continuará denunciando as violações de direitos humanos, tal como se veio fazendo desde a posse do governo por parte do presidente Mauricio Macri".

O Executivo lembrou que, "consequente com esta posição", solicitou ao Tribunal Penal Internacional, junto a outros países, o início de uma investigação sobre crimes contra a humanidade na Venezuela, promoveu sua suspensão do Mercosul e defendeu a aplicação da Carta Democrática dentro da Organização dos Estados Americanos (OEA).

No plano bilateral, a Argentina só conta em Caracas como representante com um encarregado de negócios, e suspendeu as negociações comerciais e "os mecanismos de diálogo político".

Por último, o Ministério de Exteriores argentino destacou que o país acolheu "de braços abertos" mais de 130.000 imigrantes venezuelanos, "que escapam da crise política, econômica e humanitária que vive seu país, retribuindo o apoio que a Venezuela deu aos exilados argentinos durante a última ditadura militar".

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