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Arábia Saudita cogita admitir que jornalista morreu durante interrogatório

Jamal Khashoggi, cidadão saudita que mora nos EUA, teria morrido durante um "interrogatório que deu errado", de acordo com a imprensa norte-americana

Jamal Khashoggi: jornalista desapareceu desde que entrou no consulado saudita de Istambul no dia 2 de outubro (Osman Orsal/Reuters)
A

AFP

Publicado em 15 de outubro de 2018 às 21h46.

A Arábia Saudita está considerando admitir que o jornalista Jamal Khashoggi morreu durante um interrogatório que deu errado, afirmou a imprensa dos Estados Unidos nesta segunda-feira, 15.

Khashoggi, um cidadão saudita residente nos EUA, que se tornou cada vez mais crítico do poderoso príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, não é visto desde que entrou no consulado de Istambul do reino para resolver a papelada do casamento no dia 2 de outubro.

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Autoridades turcas disseram acreditar que ele foi morto, uma alegação que a Arábia Saudita nega.

A CNN citou duas fontes dizendo que os sauditas estão preparando um relatório no qual reconhecerá que a morte de Khashoggi resultou de um interrogatório que deu errado durante um sequestro.

Uma fonte da CNN advertiu que o relatório ainda está sendo preparado e pode mudar, enquanto outra fonte disse que provavelmente concluirá que a operação ocorreu sem autorização e que os envolvidos serão responsabilizados.

O destino de Khashoggi incomodou aliados ocidentais tradicionais de Washington e da Arábia Saudita.

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda que conversou com o rei Salman, da Arábia Saudita, que negou veementemente o envolvimento do reino no desaparecimento de Khashoggi.

"Parece que talvez possam ter sido assassinos desonestos. Quem sabe?", disse o presidente, descrevendo a situação como "terrível".

Trump enviou seu secretário de Estado, Mike Pompeo, ao país saudita nesta segunda para descobrir "em primeira mão o que aconteceu, o que eles sabem, o que está acontecendo".

A agência de notícias estatal turca Anadolu disse que Pompeo é esperado na Turquia na quarta-feira, 17, para se encontrar com o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, depois das negociações em Riad.

O príncipe Mohammed, 33, filho do rei Salman, consolidou seu controle em junho de 2017, quando foi nomeado príncipe herdeiro para substituir seu primo, Mohammed bin Nayef, que foi demitido.

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