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Após impeachment na Câmara, Trump busca absolvição rápida no Senado

O magnata já começou as movimentações um dia após a Câmara votar e fazer dele o 3º presidente na história dos EUA a ser levado para um julgamento político

Trump: Câmara dos Representantes já aprovou processo de impeachment do presidente norte-americano (Yuri Gripas/Reuters)
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AFP

Publicado em 19 de dezembro de 2019 às 21h21.

Última atualização em 20 de dezembro de 2019 às 10h36.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump , começou nesta quinta-feira (19) a pressionar o Senado, dominado por seus correligionários republicanos, a agir o mais rápido possível no sentido de sua absolvição, um dia depois da votação na Câmara de Representantes que fez dele o terceiro presidente na história do país a ser levado para um julgamento político.

Agora, o Senado se vê às voltas com a organização do julgamento de Trump, provavelmente em janeiro, pelas acusações de abuso de poder e de obstrução ao trabalho do Congresso. Hoje de manhã, Trump atacou os democratas por ameaçarem adiar o envio das acusações, na tentativa de pressionar o Senado.

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"Ontem à noite, fui levado a um julgamento político sem nenhum voto republicano" contra, apontou Trump, que acredita que o processo acabará estimulando suas bases e beneficiando-o nas eleições presidenciais de 2020. "Não sinto que sou acusado porque se trata de um truque, uma armadilha. É algo horrível o que fizeram", disse Trump na Casa Branca.

"Vulgarizam a palavra impeachment. Isto jamais deverá ocorrer novamente com outro presidente". Para o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, o processo na Câmara de Representantes foi "o mais rápido, o menos exaustivo e o mais injusto da história".

Divisão partidária

Depois da votação na Câmara, dominada pelos democratas, no Senado são necessários pelo menos 67 votos para tirar Trump do cargo. É pouco provável que isso aconteça, já que os republicanos são maioria na Casa, com 53 das 100 cadeiras.

"É de longe o julgamento político com a base mais frágil já aprovado na Câmara na história dos Estados Unidos", afirmou McConnell, acrescentando que uma parte do Legislativo sucumbiu a uma "raiva partidarista".

O líder da minoria democrata do Senado, Chuck Schumer, usou as palavras de McConnell contra o próprio e rebateu, alegando que ele está programando o julgamento político "mais rápido, menos exaustivo e mais injusto da história moderna".

Disse ainda que McConnell está impedindo que os democratas convoquem testemunhas.

"As testemunhas que sugerimos são altos funcionários de Trump", disse Schumer. "Não são democratas", completou, questionando McConnell sobre seu medo de que testemunhas e documentos sejam convocados.

"Seria porque o presidente é tão frágil que nenhum dos homens do presidente pode se defender sob juramento?", insistiu.

Os democratas acusam Trump de usar seu poder presidencial para pressionar a Ucrânia, suspendendo temporariamente o envio de 391 milhões de dólares em ajuda militar para o país que enfrenta um conflito com separatistas pró-russos no leste.

A Casa Branca se negou a cooperar com a investigação na Câmara baixa, classificando-a de "inconstitucional" e proibiu vários de seus assessores de testemunhar no Congresso.

Por este motivo, os democratas acusaram Trump tanto de ter abusado de seu poder para benefício pessoal quanto de ter obstruído o trabalho do Congresso.

Desde o início da investigação, Trump denunciou uma "caça às bruxas" e, ontem, acusou seus rivais de tentarem submetê-lo a um julgamento "desde antes" de se candidatar à Presidência.

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