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Após vitória, islamitas defendem democracia na Tunísia

Partido que venceu as eleições no país pediu ajuda para a construção de um 'regime democrático'

Um toque de recolher foi decretado em Sidi Bouzid em função dos distúrbios (Mokhtar Kahouli/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2011 às 14h45.

Túnis - Vencedores da primeira eleição livre na Tunísia, islamitas do Ennahda insistiram nesta sexta-feira no seu engajamento democrático, mas violências explodiram na cidade símbolo da revolução, Sidi Buzid.

"A democracia é para todo mundo", disse à imprensa o líder do Ennahda Rached Ghannouchi em Túnis.

O Ennahda dispõe de 90 eleitos em um total de 217 que compõem a nova Assembleia Constituinte após a eleição do dia 23 de outubro.

Eles venceram as quatro principais formações de esquerda do país --o Congresso pela República (CPR), Ettakatol, o Partido Democrata Progressista (PDP) e a coalizão do Pólo Democrático Modernista (PDM)--, que totalizaram 73 cadeiras.

As outras cadeiras foram conquistadas por partidos de menor expressão ou pessoas independentes.

"Pedimos a todos os nossos irmãos, independente de orientação política, que participem da construção de um regime democrático", prosseguiu Ghannuchi.

"A revolução não aconteceu para destruir um Estado, e sim para destruir um regime. Estamos determinados a proteger o Estado tunisiano", afirmou.

Ao mesmo tempo, um toque de recolher foi decretado em Sidi Bouzid (centro).

A sede do Ennahda e vários prédios administrativos, entre eles a prefeitura e o Tribunal, foram saqueados após o anúncio do resultado da eleição.

As manifestações continuaram nesta sexta-feira em Ghanucchi, que pediu calma e afirmou ter "a mão do RCD (antigo partido do presidente deposto Zine El Abidine Ben Ali) dissolvido" nos distúrbios.


Os manifestantes contestaram a invalidação pela comissão eleitoral da lista "Petição popular" do empresário tunisiano Hechmi Haamdi, que ganhou neste distrito, sua região natal.

Os islamitas, perseguidos, presos ou condenados ao exílio pela ditadura de Ben Ali, estão em posição favorável na futura Assembleia que vai redigir a nova constituição.

As negociações entre os partidos começaram logo após a eleição de domingo, mas não podem ser consideradas oficiais até a primeira reunião da nova Assembleia eleita para nomear um novo presidente, que, ele próprio, designará um Primeiro-Ministro.

O Ennahda afirmou que seu número dois, Hamadi Jebali, 62 anos, 16 na prisão - incluindo 10 na solitária - está concorrendo para a liderança do governo.

Dadas às preocupações na Tunísia e no exterior em relação ao poder dos islamitas, "é responsabilidade do partido tranquilizar o país", ressaltou o jornal La Presse nesta sexta-feira.

O Ennahda atingiu a liderança do Estado sem uma maioria absoluta e "isso é bom!" festejou o jornal. "Seus líderes terão de exercer o poder com a obrigação de sempre explicar e justificar suas propostas e decisões", explicou.

La Presse questiona a capacidade do Ennahda de respeitar os direitos conquistados democraticamente (direitos das mulheres, liberdades fundamentais, etc) "quando a base ou os religiosos exigirem o fim dos compromissos firmados neste momento".

Ghannouchi reiterou o seu "compromisso com as mulheres da Tunísia para reforçar o seu papel na formulação de políticas, com o objetivo de evitar retrocessos em suas conquistas. Quarenta e duas das 49 mulheres eleitas para a Assembleia são membros de seu partido", disse ele.

Contudo, para La Presse, os líderes islâmicos "precisam saber que, se eles negarem suas obrigações (...) vão encontrar diante de si uma Tunísia madura, responsável e consciente de seus interesses e força" .

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Túnis - Vencedores da primeira eleição livre na Tunísia, islamitas do Ennahda insistiram nesta sexta-feira no seu engajamento democrático, mas violências explodiram na cidade símbolo da revolução, Sidi Buzid.

"A democracia é para todo mundo", disse à imprensa o líder do Ennahda Rached Ghannouchi em Túnis.

O Ennahda dispõe de 90 eleitos em um total de 217 que compõem a nova Assembleia Constituinte após a eleição do dia 23 de outubro.

Eles venceram as quatro principais formações de esquerda do país --o Congresso pela República (CPR), Ettakatol, o Partido Democrata Progressista (PDP) e a coalizão do Pólo Democrático Modernista (PDM)--, que totalizaram 73 cadeiras.

As outras cadeiras foram conquistadas por partidos de menor expressão ou pessoas independentes.

"Pedimos a todos os nossos irmãos, independente de orientação política, que participem da construção de um regime democrático", prosseguiu Ghannuchi.

"A revolução não aconteceu para destruir um Estado, e sim para destruir um regime. Estamos determinados a proteger o Estado tunisiano", afirmou.

Ao mesmo tempo, um toque de recolher foi decretado em Sidi Bouzid (centro).

A sede do Ennahda e vários prédios administrativos, entre eles a prefeitura e o Tribunal, foram saqueados após o anúncio do resultado da eleição.

As manifestações continuaram nesta sexta-feira em Ghanucchi, que pediu calma e afirmou ter "a mão do RCD (antigo partido do presidente deposto Zine El Abidine Ben Ali) dissolvido" nos distúrbios.


Os manifestantes contestaram a invalidação pela comissão eleitoral da lista "Petição popular" do empresário tunisiano Hechmi Haamdi, que ganhou neste distrito, sua região natal.

Os islamitas, perseguidos, presos ou condenados ao exílio pela ditadura de Ben Ali, estão em posição favorável na futura Assembleia que vai redigir a nova constituição.

As negociações entre os partidos começaram logo após a eleição de domingo, mas não podem ser consideradas oficiais até a primeira reunião da nova Assembleia eleita para nomear um novo presidente, que, ele próprio, designará um Primeiro-Ministro.

O Ennahda afirmou que seu número dois, Hamadi Jebali, 62 anos, 16 na prisão - incluindo 10 na solitária - está concorrendo para a liderança do governo.

Dadas às preocupações na Tunísia e no exterior em relação ao poder dos islamitas, "é responsabilidade do partido tranquilizar o país", ressaltou o jornal La Presse nesta sexta-feira.

O Ennahda atingiu a liderança do Estado sem uma maioria absoluta e "isso é bom!" festejou o jornal. "Seus líderes terão de exercer o poder com a obrigação de sempre explicar e justificar suas propostas e decisões", explicou.

La Presse questiona a capacidade do Ennahda de respeitar os direitos conquistados democraticamente (direitos das mulheres, liberdades fundamentais, etc) "quando a base ou os religiosos exigirem o fim dos compromissos firmados neste momento".

Ghannouchi reiterou o seu "compromisso com as mulheres da Tunísia para reforçar o seu papel na formulação de políticas, com o objetivo de evitar retrocessos em suas conquistas. Quarenta e duas das 49 mulheres eleitas para a Assembleia são membros de seu partido", disse ele.

Contudo, para La Presse, os líderes islâmicos "precisam saber que, se eles negarem suas obrigações (...) vão encontrar diante de si uma Tunísia madura, responsável e consciente de seus interesses e força" .

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