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Após suicídios, Espanha promete moderar despejos

A associação espanhola dos bancos informou que seus filiados vão suspender durante dois anos as ordens de desocupação contra mutuários que tenham sido particularmente afetados pela crise econômica

Um manifestante segura um cartaz onde se lê "parem as expulsões" do lado de fora da casa de Juan Ganan e Lucena Engracia, ameaçados de despejo (Heino Kalis/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2012 às 16h21.

Madri - O ministro da Economia da Espanha , Luis de Guindos, prometeu nesta segunda-feira que nenhuma família necessitada ficará sem moradia por causa da inadimplência hipotecária, numa resposta à indignação popular depois do suicídio de uma mulher que estava sendo despejada.

A associação espanhola dos bancos informou que seus filiados vão suspender durante dois anos as ordens de desocupação contra mutuários que tenham sido particularmente afetados pela crise econômica e pelo desemprego recorde.

Os bancos recuperaram cerca de 400 mil imóveis na Espanha desde o estouro da bolha imobiliária no país, em 2008. O país em seguida mergulhou numa recessão que deixou milhões de pessoas sem emprego e impossibilitadas de pagarem seus financiamentos imobiliários.

O suicídio de Amaia Egaña, de 53 anos, ocorrido na sexta-feira, inflamou uma opinião pública já irritada com a suposta falta de compaixão dos bancos, muitos dos quais se beneficiaram de resgates financeiros organizados pela elite política e bancados pelo contribuinte.

Egaña, ex-vereadora socialista no norte da Espanha, saltou do seu apartamento de quarto andar em Barakaldo, no País Basco, quando oficiais de Justiça tentavam desalojá-la por inadimplência.


Falando em Bruxelas, De Guindos disse que é vital impedir os despejos num momento em que muitos imóveis construídos durante a febre imobiliária pré-2008 estão desocupados.

"Atualmente na Espanha, temos quase 1 milhão de unidades habitacionais vazias. Nesta situação, o governo e o Ministério da Economia... precisam tomar medidas para que nenhuma família de boa fé fique sem casa. Esse é o nosso compromisso." Diante da pressão da opinião pública, o primeiro-ministro Mariano Rajoy pediu na segunda-feira a funcionários do seu Partido Popular e da oposição socialista que acelerem as negociações sobre as reformas das leis de despejo.

Mas a Associação Espanhola dos Bancos disse que seus filiados já acertaram com o governo na semana passada uma suspensão por dois anos dos despejos que atinjam as famílias mais carentes, segundo nota divulgada na segunda-feira pela entidade.

No sábado, torcedores do Rayo Vallecano, time de um bairro proletário de Madri, estenderam no estádio uma faixa com alusão a Egaña e a outros casos semelhantes. "Não são suicídios, são assassinatos. Os bancos e políticos são cúmplices. Parem os despejos!", dizia o cartaz.

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Madri - O ministro da Economia da Espanha , Luis de Guindos, prometeu nesta segunda-feira que nenhuma família necessitada ficará sem moradia por causa da inadimplência hipotecária, numa resposta à indignação popular depois do suicídio de uma mulher que estava sendo despejada.

A associação espanhola dos bancos informou que seus filiados vão suspender durante dois anos as ordens de desocupação contra mutuários que tenham sido particularmente afetados pela crise econômica e pelo desemprego recorde.

Os bancos recuperaram cerca de 400 mil imóveis na Espanha desde o estouro da bolha imobiliária no país, em 2008. O país em seguida mergulhou numa recessão que deixou milhões de pessoas sem emprego e impossibilitadas de pagarem seus financiamentos imobiliários.

O suicídio de Amaia Egaña, de 53 anos, ocorrido na sexta-feira, inflamou uma opinião pública já irritada com a suposta falta de compaixão dos bancos, muitos dos quais se beneficiaram de resgates financeiros organizados pela elite política e bancados pelo contribuinte.

Egaña, ex-vereadora socialista no norte da Espanha, saltou do seu apartamento de quarto andar em Barakaldo, no País Basco, quando oficiais de Justiça tentavam desalojá-la por inadimplência.


Falando em Bruxelas, De Guindos disse que é vital impedir os despejos num momento em que muitos imóveis construídos durante a febre imobiliária pré-2008 estão desocupados.

"Atualmente na Espanha, temos quase 1 milhão de unidades habitacionais vazias. Nesta situação, o governo e o Ministério da Economia... precisam tomar medidas para que nenhuma família de boa fé fique sem casa. Esse é o nosso compromisso." Diante da pressão da opinião pública, o primeiro-ministro Mariano Rajoy pediu na segunda-feira a funcionários do seu Partido Popular e da oposição socialista que acelerem as negociações sobre as reformas das leis de despejo.

Mas a Associação Espanhola dos Bancos disse que seus filiados já acertaram com o governo na semana passada uma suspensão por dois anos dos despejos que atinjam as famílias mais carentes, segundo nota divulgada na segunda-feira pela entidade.

No sábado, torcedores do Rayo Vallecano, time de um bairro proletário de Madri, estenderam no estádio uma faixa com alusão a Egaña e a outros casos semelhantes. "Não são suicídios, são assassinatos. Os bancos e políticos são cúmplices. Parem os despejos!", dizia o cartaz.

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