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Após inundações, trabalhos de limpeza começam em Brisbane

Socorristas continuam a procurar vítimas das enchentes que atingiram o nordeste da Austrália

A premier do estado australiano de Queensland, Anna Bligh (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 11h05.

Brisbane, Austrália - Devastada pelas mais violentas inundações em décadas, a cidade australiana de Brisbane começou nesta sexta-feira a dura tarefa de limpar e reconstruir, enquanto as equipes de busca e resgate anunciavam a descoberta de mais um corpo.

À medida que o nível das águas do rio Brisbane diminui na terceira maior cidade da Austrália, revelando o tamanho do prejuízo provocado pela chuva, socorristas continuam localizando vítimas, como a mulher encontrada nesta sexta perto de Lockyer Valley.

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Apreensivos, os moradores de Brisbane começam a voltar para avaliar o que sobrou de suas casas e negócios, que foram cobertos pela lama quando o rio transbordou.

"Há muita tristeza e dor de cabeça quando as pessoas começar a ver pela primeira vez o que aconteceu com suas casas e ruas", disse a premier do estado de Queensland, Anna Bligh, um dia depois da cheia do rio.

"Em alguns casos, temos rua atrás de rua atrás de rua onde todas as casas foram inundadas até o telhado, afetando milhares de pessoas", descreveu.

Bligh pediu aos moradores que se ajudem, enquanto a cidade de dois milhões de habitantes dá início aos trabalhos de reconstrução.

"Encorajo as pessoas, por favor, para que façam um esforço e ajudem seus amigos e familiares", disse a premier.


Nos bairros, as pessoas retiram a lama como podem e tentam salvar alguma coisa - qualquer coisa.

O nível do rio, que alcançou 4,46 metros na quinta-feira, baixou dois metros nesta sexta. Até o momento, o governo de Queensland estima que o custo da reconstrução pode chegar a cinco bilhões de dólares.

Mais de 26.000 casas foram inundadas em Brisbane, das quais 11.900 foram completamente cobertas pela água. O fornecimento de energia continua interrompido para muitos bairros, e muitas estradas ainda estão bloqueadas.

As autoridades confirmaram a morte de pelo menos 16 pessoas nos últimos quatro dias, a maioria na região de Lockyer Valley, no oeste de Brisbane, e na cidade de Toowoomba, na segunda-feira. Dezenas ainda estão desaparecidos.

As equipes de resgate relataram que o corpo de uma das vítimas foi localizado a mais de 80 quilômetros do local onde desapareceu, indicando a possibilidade de que os corpos de algumas pessoas jamais sejam encontradas.

Bligh afirmou que a cidade de Grantham, situada em um vale - o "epicentro" da tragédia, onde casas foram arrastadas e carros eram levados pela enxurrada como barquinhos de papel - "só pode ser comparada neste momento a uma zona de guerra".

"A maneira como a cidade foi literalemente revirada e espalhada por campos e estradas... vai ser bem difícil para as pessoas voltar para casa e ver alguns de seus bens mais preciosos e as coisas que mais importam para elas dispersas por campos e rodovias", lamentou Bligh.

A primeira-ministra Julia Gillard anunciou que dobrará para 1.200 o número de soldados mobilizados para ajudar as cidades atingidas pelas enchentes, o maior contingente utilizado no país para ajudar em situações de catástrofe natural desde 1974.

A polícia, por sua vez, informou que mais três pessoas foram presas por saquearem cidades atingidas pelas inundações. Mais de dez já foram detidas nesta situação.

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