Aperto na classe econômica levanta dúvidas sobre segurança
As empresas estão instalando cada vez mais assentos na classe econômica, o que levanta preocupações com a saúde e a segurança dos passageiros
Da Redação
Publicado em 16 de abril de 2015 às 18h29.
Berlim - As companhias aéreas estão instalando cada vez mais assentos na classe econômica para proteger as margens de lucro da queda dos preços das passagens, o que levantou preocupações com a saúde e a segurança de passageiros e tripulação.
Designs mais finos, saídas de emergência extras e colocação criativa de cozinhas e banheiros estão contribuindo para o grande aperto de assentos, dizem observadores do setor.
"Se você é um cachorro, você tem regras muito específicas, mas se você é um ser humano, não existem regras específicas sobre o que é humano", afirmou o chefe do grupo Travelers United, Charlie Leocha, a uma comissão consultiva do governo dos Estados Unidos que analisa a questão em Washington nesta semana.
O espaçamento das poltronas, a distância de um assento para o mesmo local à frente ou atrás, foi reduzido para menos de 71 centímetros em alguns voos, contra o espaço mais comum de 79 ou 81 centímetros na classe econômica, de acordo com a indústria de assentos.
As fabricantes de avião Boeing e Airbus estão aumentando o número de lugares que podem ser espremidos em cada fileira.
Tornando as coisas ainda mais apertadas para os passageiros, as companhias aéreas têm conseguido controlar de uma forma melhor a venda de bilhetes e encher os aviões, o que significa que o assento do meio raramente fica livre.
Os fatores econômicos são claros. Os preços médios de passagens aéreas devem cair 5 por cento neste ano, de acordo com o órgão internacional de aviação Iata, enquanto que as companhias aéreas devem registrar a sua melhor margem de lucro líquido em cinco anos, ainda que em apenas 3,2 por cento.
Mas os impactos na saúde e na segurança ainda estão sendo debatidos.
A falta de espaço tem provocado mais casos de raiva a bordo, disse uma representante da Associação de Profissionais de Bordo, Julie Frederick, na audiência da Comissão Consultiva para Proteções do Consumidor de Aviação em Washington.
Vários voos tiveram que desviar no ano passado depois que os passageiros se envolveram em brigas por assentos reclináveis e pela falta de espaço para as pernas.
A situação também está dificultando o trabalho da tripulação para tratar qualquer pessoa que necessite de ajuda médica, acrescentou Frederick.
O número de passageiros que um tipo de aeronave tem permissão para transportar é definido principalmente pela rapidez com que as pessoas podem sair em caso de emergência, daí as saídas extras.
O diretor de facilidades na companhia de baixo custo Allegiant, Keith Hansen, disse na audiência que não achava que a maior densidade de assentos aumentava os riscos em caso de uma emergência.
"Não acreditamos que haja qualquer risco de segurança numa evacuação de emergência... Estas aeronaves são todas aprovadas e certificadas pela FAA", disse ele, referindo-se à Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos.
Berlim - As companhias aéreas estão instalando cada vez mais assentos na classe econômica para proteger as margens de lucro da queda dos preços das passagens, o que levantou preocupações com a saúde e a segurança de passageiros e tripulação.
Designs mais finos, saídas de emergência extras e colocação criativa de cozinhas e banheiros estão contribuindo para o grande aperto de assentos, dizem observadores do setor.
"Se você é um cachorro, você tem regras muito específicas, mas se você é um ser humano, não existem regras específicas sobre o que é humano", afirmou o chefe do grupo Travelers United, Charlie Leocha, a uma comissão consultiva do governo dos Estados Unidos que analisa a questão em Washington nesta semana.
O espaçamento das poltronas, a distância de um assento para o mesmo local à frente ou atrás, foi reduzido para menos de 71 centímetros em alguns voos, contra o espaço mais comum de 79 ou 81 centímetros na classe econômica, de acordo com a indústria de assentos.
As fabricantes de avião Boeing e Airbus estão aumentando o número de lugares que podem ser espremidos em cada fileira.
Tornando as coisas ainda mais apertadas para os passageiros, as companhias aéreas têm conseguido controlar de uma forma melhor a venda de bilhetes e encher os aviões, o que significa que o assento do meio raramente fica livre.
Os fatores econômicos são claros. Os preços médios de passagens aéreas devem cair 5 por cento neste ano, de acordo com o órgão internacional de aviação Iata, enquanto que as companhias aéreas devem registrar a sua melhor margem de lucro líquido em cinco anos, ainda que em apenas 3,2 por cento.
Mas os impactos na saúde e na segurança ainda estão sendo debatidos.
A falta de espaço tem provocado mais casos de raiva a bordo, disse uma representante da Associação de Profissionais de Bordo, Julie Frederick, na audiência da Comissão Consultiva para Proteções do Consumidor de Aviação em Washington.
Vários voos tiveram que desviar no ano passado depois que os passageiros se envolveram em brigas por assentos reclináveis e pela falta de espaço para as pernas.
A situação também está dificultando o trabalho da tripulação para tratar qualquer pessoa que necessite de ajuda médica, acrescentou Frederick.
O número de passageiros que um tipo de aeronave tem permissão para transportar é definido principalmente pela rapidez com que as pessoas podem sair em caso de emergência, daí as saídas extras.
O diretor de facilidades na companhia de baixo custo Allegiant, Keith Hansen, disse na audiência que não achava que a maior densidade de assentos aumentava os riscos em caso de uma emergência.
"Não acreditamos que haja qualquer risco de segurança numa evacuação de emergência... Estas aeronaves são todas aprovadas e certificadas pela FAA", disse ele, referindo-se à Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos.