Polícia do Quênia mata onze pessoas após eleição
Os corpos de nove jovens mortos durante a noite na favela de Mathare, em Nairobi, foram levados ao necrotério da cidade
Reuters
Publicado em 12 de agosto de 2017 às 10h40.
Última atualização em 12 de agosto de 2017 às 11h43.
Nairóbi, Quênia - A polícia do Quênia matou pelo menos 11 pessoas em repressão aos protestos enquanto a ira contra a reeleição do presidente Uhuru Kenyatta irrompeu na cidade de Kisumu e em favelas próximas à capital, disseram autoridades e testemunhas neste sábado.
Os corpos de nove jovens mortos durante a noite na favela de Mathare, em Nairobi, foram levados ao necrotério da cidade, disse uma autoridade de segurança à Reuters. Os homens foram mortos durante operações antissaques da polícia, acrescentou a autoridade.
Separadamente, uma menina foi morta em Mathare por "tiros esporádicos" da polícia, segundo uma testemunha. O bairro é leal ao líder da oposição Raila Odinga, de 72 anos, cujo partido rejeitou a votação de terça-feira".
Um repórter da Reuters em Kisumu, centro da violência étnica pós-eleição uma década atrás, quando 1.200 pessoas morreram em todo o país, disse que gás lacrimogêneo e tiros foram disparados. Um homem foi morto, disse uma autoridade do governo.
Os distúrbios começaram momentos depois de a comissão eleitoral do Quênia anunciar, na noite de sexta-feira que Kenyatta, 55, havia garantido um segundo mandato de 5 anos no cargo, apesar de alegações da oposição de que a conta de votos era uma fraude.
O Ministro do Interior, Fred Matiang'i, afirmou que o conflito era localizado e culpou "elementos criminosos" ao invés de um protesto político legítimo.