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Antes do referendo, Crimeia celebra reunificação com Rússia

Em gesto simbólico, autoridades separatistas retiraram escudo ucraniano da fachada do Legislativo da Crimeia, e no lugar içaram enorme bandeira tricolor russa

Ativista pró-Rússia: crimeanos já comemoram abertamente nas ruas a reunificação com a Rússia, conscientes que o referendo de domingo é um mero trâmite para consumar sua cisão da Ucrânia (Baz Ratner/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 14 de março de 2014 às 18h05.

Simferopol - Os crimeanos já comemoram abertamente nas ruas a reunificação com a Rússia , conscientes que o referendo de domingo é um mero trâmite para consumar sua cisão da Ucrânia .

"Estou absolutamente convencido que a grande maioria dos crimeanos votará no domingo a favor da reunificação com a Rússia", afirmou nesta sexta-feira em entrevista coletiva Sergei Axionov, primeiro-ministro da Crimeia.

Em um simbólico gesto, as autoridades separatistas retiraram hoje o escudo ucraniano da fachada do Legislativo em Simferopol, capital da Crimeia, e em seu lugar içaram uma enorme bandeira tricolor russa.

"Esta é a nova bandeira da Crimeia", disse orgulhoso um cossaco proveniente da região russa de Krasnodar que faz parte do esquema de segurança que isola o Parlamento.

O festivo ambiente eleitoral em Simferopol está muito afastado da tensão que se viveu quando tropas com capuzes e sem distintivos apareceram no final de fevereiro nos principais enclaves estratégicos da península.

Agora, a ordem nas ruas da Crimeia corre a cargo das milícias populares de autodefesa, cujos soldados receberam autorização para portar armamentos após jurar lealdade à república.

Os russos da Crimeia estão convencidos que o ingresso na Rússia trará um reviravolta em suas vidas depois de mais de 20 anos de miséria como parte da Ucrânia - e as perspectivas econômicas de fazer parte do poderoso vizinho do norte demonstrou ser um fator decisivo na futura consulta popular.

"Não posso acreditar. Em breve seremos parte da Rússia. Não conheço ninguém que queira continuar na Ucrânia. Eu nasci na União Soviética e a Rússia é minha única pátria", declarou Oleg, um jovem taxista.


Nas calçadas, praças e pontos de ônibus de Simferopol os únicos cartazes eleitorais expostos apoiam a anexação à Federação Russa.

"Juntos com a Rússia", afirmam esses cartazes, que ignoram que 25% dos crimeanos são ucranianos e 12% tártaros, minorias que apoiam a integridade territorial da Ucrânia.

Na praça de Lênin, onde mais de uma centena de soldados de autodefesa esperava receber ordens e desfraldava bandeiras russas, o edifício do governo está iluminado esta noite com palavras que não deixam lugar a dúvidas sobre o futuro da Crimeia.

"Crimeia é Rússia", "A casa da Crimeia é a Rússia" e "O futuro da Crimeia está na Rússia", destacam as mensagens às quais os soldados respondem com sonoros aplausos.

Na capital crimeana, onde a minoria ucraniana tem medo de sair às ruas, não há espaço para a opção que contempla uma ampla autonomia no seio da Ucrânia, ainda mais depois que nesta semana o Parlamento separatista já aprovou uma Declaração de Independência.

A exceção são os tártaros que se concentraram hoje à beira da estrada nos arredores de Simferopol para manifestar sua oposição ao referendo e a favor da retirada das tropas russas de território ucraniano.

Embora os observadores eleitorais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) não estejam na Crimeia e o Tribunal Constitucional da Ucrânia tenha declarado anticonstitucional a consulta independentista, Axionov insistiu que o referendo será legal independentemente do nível de participação.

"Em qualquer caso, o referendo será legal. Garanto que a votação será limpa e justa", disse Axionov, ressaltando que o precedente do Kosovo permitirá aos crimeanos "decidir como e onde viver".

O homem forte da Crimeia garantiu que na próxima semana já estará formalizada legalmente a integração com a Rússia, embora o processo político deva se prolongar durante quase um ano.

Além disso, negou que a Rússia tivesse enviado tropas adicionais à Crimeia, além das que integram a frota do Mar Negro posicionadas no porto de Sebastopol, e lembrou que o exército russo esteve sempre presente na península desde o século XVIII.

Além dos 1,5 milhão de crimeanos, no domingo também comparecerão às urnas mais de 300 mil moradores do município de Sebastopol, a cidade mais russa da península, que depende administrativamente de Kiev.

Em Sebastopol, que também quer ingressar na Rússia como ente federado, a vitória da opção russa está garantida de antemão, já que mais de 90% de seus habitantes são russos étnicos.

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Simferopol - Os crimeanos já comemoram abertamente nas ruas a reunificação com a Rússia , conscientes que o referendo de domingo é um mero trâmite para consumar sua cisão da Ucrânia .

"Estou absolutamente convencido que a grande maioria dos crimeanos votará no domingo a favor da reunificação com a Rússia", afirmou nesta sexta-feira em entrevista coletiva Sergei Axionov, primeiro-ministro da Crimeia.

Em um simbólico gesto, as autoridades separatistas retiraram hoje o escudo ucraniano da fachada do Legislativo em Simferopol, capital da Crimeia, e em seu lugar içaram uma enorme bandeira tricolor russa.

"Esta é a nova bandeira da Crimeia", disse orgulhoso um cossaco proveniente da região russa de Krasnodar que faz parte do esquema de segurança que isola o Parlamento.

O festivo ambiente eleitoral em Simferopol está muito afastado da tensão que se viveu quando tropas com capuzes e sem distintivos apareceram no final de fevereiro nos principais enclaves estratégicos da península.

Agora, a ordem nas ruas da Crimeia corre a cargo das milícias populares de autodefesa, cujos soldados receberam autorização para portar armamentos após jurar lealdade à república.

Os russos da Crimeia estão convencidos que o ingresso na Rússia trará um reviravolta em suas vidas depois de mais de 20 anos de miséria como parte da Ucrânia - e as perspectivas econômicas de fazer parte do poderoso vizinho do norte demonstrou ser um fator decisivo na futura consulta popular.

"Não posso acreditar. Em breve seremos parte da Rússia. Não conheço ninguém que queira continuar na Ucrânia. Eu nasci na União Soviética e a Rússia é minha única pátria", declarou Oleg, um jovem taxista.


Nas calçadas, praças e pontos de ônibus de Simferopol os únicos cartazes eleitorais expostos apoiam a anexação à Federação Russa.

"Juntos com a Rússia", afirmam esses cartazes, que ignoram que 25% dos crimeanos são ucranianos e 12% tártaros, minorias que apoiam a integridade territorial da Ucrânia.

Na praça de Lênin, onde mais de uma centena de soldados de autodefesa esperava receber ordens e desfraldava bandeiras russas, o edifício do governo está iluminado esta noite com palavras que não deixam lugar a dúvidas sobre o futuro da Crimeia.

"Crimeia é Rússia", "A casa da Crimeia é a Rússia" e "O futuro da Crimeia está na Rússia", destacam as mensagens às quais os soldados respondem com sonoros aplausos.

Na capital crimeana, onde a minoria ucraniana tem medo de sair às ruas, não há espaço para a opção que contempla uma ampla autonomia no seio da Ucrânia, ainda mais depois que nesta semana o Parlamento separatista já aprovou uma Declaração de Independência.

A exceção são os tártaros que se concentraram hoje à beira da estrada nos arredores de Simferopol para manifestar sua oposição ao referendo e a favor da retirada das tropas russas de território ucraniano.

Embora os observadores eleitorais da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) não estejam na Crimeia e o Tribunal Constitucional da Ucrânia tenha declarado anticonstitucional a consulta independentista, Axionov insistiu que o referendo será legal independentemente do nível de participação.

"Em qualquer caso, o referendo será legal. Garanto que a votação será limpa e justa", disse Axionov, ressaltando que o precedente do Kosovo permitirá aos crimeanos "decidir como e onde viver".

O homem forte da Crimeia garantiu que na próxima semana já estará formalizada legalmente a integração com a Rússia, embora o processo político deva se prolongar durante quase um ano.

Além disso, negou que a Rússia tivesse enviado tropas adicionais à Crimeia, além das que integram a frota do Mar Negro posicionadas no porto de Sebastopol, e lembrou que o exército russo esteve sempre presente na península desde o século XVIII.

Além dos 1,5 milhão de crimeanos, no domingo também comparecerão às urnas mais de 300 mil moradores do município de Sebastopol, a cidade mais russa da península, que depende administrativamente de Kiev.

Em Sebastopol, que também quer ingressar na Rússia como ente federado, a vitória da opção russa está garantida de antemão, já que mais de 90% de seus habitantes são russos étnicos.

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