Exame Logo

Americanos comerão mais carne do que nunca em 2018

Para ser mais preciso, o consumidor médio comerá 100,8 quilos de carne vermelha e de frango neste ano

Americanos estão evitando carboidratos e comendo mais proteína, mas qualquer benefício para a saúde pode ser superado pelo volume de carne, ovos e produtos lácteos consumidos (moodboard/Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Publicado em 3 de janeiro de 2018 às 08h57.

Última atualização em 3 de janeiro de 2018 às 09h08.

Bloomberg -Apesar de tudo o que se falou sobre a proteína do feijão e o hambúrguer de laboratório, os americanos estão preparados para comer mais carne do que nunca em 2018.

Para ser mais preciso, o consumidor médio comerá 100,8 quilos de carne vermelha e de frango neste ano, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, na sigla em inglês), e ultrapassará o recorde de 2004. Por sua vez, a produção local será superior a 45 bilhões de quilos pela primeira vez, pois os donos do gado estão ampliando seus rebanhos graças aos grãos baratos para as rações.

Veja também

Embora a estimativa per capita do USDA não seja um verdadeiro indicador de consumo, funciona como um substituto. Esse indicador mostra que a demanda de ovos também atingirá um recorde histórico em 2018. Laticínios como o queijo e a manteiga também têm se popularizado.

“Se você prestar atenção nos itens que os consumidores dizem que querem ter na dieta, a proteína é a primeira da lista”, disse David Portalatin, assessor do setor de alimentos da NPD Group em Houston.

Mais proteína

Muitos americanos estão evitando os carboidratos e comendo mais proteína, mas qualquer benefício para a saúde pode ser superado pelo volume de carne, ovos e produtos lácteos consumidos. O governo recomenda que os adultos comam 141 gramas a 184 gramas de proteína por dia, porém o USDA projeta que em média cada pessoa comerá quase 283 gramas de carne e de frango por dia em 2018.

Essa é uma guinada em relação ao período 2007-2014, quando a demanda per capita de carne e de frango caiu 9 por cento porque o aumento da demanda de etanol à base de milho e uma seca provocaram uma disparada nos preços das commodities. Embora hoje o gado bovino e os suínos sejam muito mais baratos do que no pico de 2014, os preços ainda podem se recuperar. As exportações de carne dos EUA cresceram com a melhoria da economia global e superaram os ganhos da demanda interna.

Os substitutos da carne ganharam destaque nos últimos anos em meio à preocupação com o impacto de uma dieta carnívora na saúde, no bem-estar dos animais e no meio ambiente. Por exemplo, a Epic Burger, com sede em Chicago, começou a vender no ano passado o Beyond Burger, um bife de hambúrguer feito de plantas que imita a carne. A proteína de plantas, insetos ou carne cultivada é uma das principais tendências alimentares, mas não se prevê que a categoria afete muito as vendas de produtos de origem animal ainda, segundo um relatório do CoBank em novembro.

“Daqui a dez anos, o consumo de plantas será maior, mas a carne será sempre o principal”, disse o fundador da Epic Burger, David Friedman. “As pessoas estão sempre procurando colocar mais proteína nas dietas. Mas elas querem boa qualidade e transparência nos alimentos que comem.”

Acompanhe tudo sobre:AlimentosAnimaisCarnes e derivadosEstados Unidos (EUA)

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame