Americano recuperado da covid-19 recebe conta hospitalar de R$ 5,5 milhões
Segundo jornal americano, paciente com coronavírus recebeu documento de 181 páginas com 3.000 cobranças detalhadas
Clara Cerioni
Publicado em 13 de junho de 2020 às 17h54.
Última atualização em 15 de junho de 2020 às 11h37.
Depois de passar por uma experiência de quase-morte após contrair o novo coronavírus , um americano de 70 anos recebeu em casa a conta hospitalar de seus 62 dias internado: 1,1 milhão de dólares, o equivalente a 5,5 milhões de reais. Ganhou, ainda, um documento de 181 páginas detalhando todas as cobranças, segundo reporta o jornal "Seattle Times".
O paciente, que se chama Michael Flor, chegou tão perto de morrer que em uma noite uma enfermeira ligou para sua esposa e filhos se despedirem. Hoje, ele se recupera bem, mas ao jornal disse que seu coração quase falhou quando recebeu a carta do hospital. "Abri e disse 'jesus'!", contou Flor.
Segundo os detalhes da cobrança, o quarto em que ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva consumiu 9,7 mil dólares por dia.Por 42 dias, ele também esteve em uma câmara isolada, o que custou 408 mil dólares. Já o ventilador mecânico que o manteve vivo por 29 dias foi 2,8 mil dólares por dia. Outros umquarto da conta são gastos com medicamentos.
Ao todo, existem cerca de 3.000 cobranças detalhadas, cerca de 50 por dia, diz o jornal. Apesar do drama,Flor possui seguros de saúde, o que o garantirá não pagar por toda a conta.
Há, ainda, o fato de o Congresso americano ter reservado mais de 100 mil dólares para ajudar hospitais e companhias de seguros a arcar com os custos da pandemia, o que pode ajudá-lo.
Passando por tudo isso, Flor disse que ficou surpreso com sua própria reação, que foi de culpa."Sinto-me culpado por sobreviver", disse ele. “Há uma sensação de 'por que eu?' Por que eu mereço tudo isso? Olhar para o custo incrível de tudo isso definitivamente contribui para a culpa desse sobrevivente".
A repercussão do caso levantou mais uma vez o debate sobre o sistema de saúde dos Estados Unidos, onde a maior parte da população não tem plano e muitos não procuramtratamento, se expondo a um maior risco e alimentando a propagação da doença.