América Latina enterra 'receita de repressão' contra drogas
Presidentes da Colômbia, Peru e Bolívia uniram suas vozes na ONU para promover uma abordagem baseada na saúde e na cooperação internacional
Da Redação
Publicado em 21 de abril de 2016 às 16h02.
Os presidentes dos três grandes produtores de cocaína da América Latina - Colômbia, Peru e Bolívia - uniram suas vozes nesta quinta na ONU para enterrar de uma vez a "receita da repressão" na luta contra as drogas e para promover uma abordagem baseada na saúde e na cooperação internacional.
O colombiano Juan Manuel Santos, o peruano Ollanta Humala e o boliviano Evo Morales discursaram no encerramento da sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre o problema mundial das drogas, aberta na terça-feira em Nova York.
Santos denunciou o fracasso da chamada "guerra contra as drogas" lançada pelos Estados Unidos na década de 1970 para pôr fim ao tráfico, defendendo que é hora de rever o tratamento, agora, com uma abordagem humana. Ele condenou a "receita baseada na repressão".
A Colômbia foi um dos países que impulsionaram a sessão, junto com México e Guatemala.
Segundo o presidente colombiano, o documento aprovado pela ONU é um "passo na direção correta", que se aproxima de uma visão "mais global", embora "não seja suficiente".
Ainda de acordo com Santos, a sessão especial da ONU marca um "processo irreversível de transformação da política de drogas".
Antes dele, Ollanta Humala pediu que se enfrente o problema do ponto de vista de uma "responsabilidade compartilhada" entre países produtores e consumidores, como os Estados Unidos.
"O Peru está fazendo seu trabalho" e reduziu a área de cultivo de cocaína para narcotráfico de 63 mil hectares há cinco anos, para atuais 33 mil, informou.
Humala defendeu o "uso milenar da folha de coca", pediu "respeito" pelos povos que utilizam-na com fins medicinais, ou para se alimentar, e destacou a importância de "se levar a presença do Estado" para zonas de cultivo.
Ele se referiu ainda à reconversão dos cultivos, citando o exemplo do desenvolvimento do cacau no Peru, hoje em dia "oitavo produtor mundial", graças ao cultivo em zonas antes dedicadas à coca.
Já o boliviano Evo Morales pediu "ações concretas" para liberar a região "do problema da droga como pretexto de dominação".
"É preciso acabar com o intervencionismo", afirmou o presidente boliviano, que também pediu um novo olhar para esse tema.
No encontro, Morales mostrou uma folha de coca, a qual disse usar em sua forma natural por se tratar de um "alimento saudável" e "medicinal".
A sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre as drogas foi aberta na terça-feira (19), com a aprovação de um documento que busca estabelecer uma nova abordagem de saúde compartilhada por vários países da América Latina.
Apesar dos avanços, muitos países, entre eles Brasil e Costa Rica, manifestaram sua decepção com a ausência de uma moratória à pena de morte. Outros, como Uruguai e Jamaica, criticaram que não se tenha incluído algum tipo de menção à descriminalização da posse de determinadas substâncias.
Os presidentes dos três grandes produtores de cocaína da América Latina - Colômbia, Peru e Bolívia - uniram suas vozes nesta quinta na ONU para enterrar de uma vez a "receita da repressão" na luta contra as drogas e para promover uma abordagem baseada na saúde e na cooperação internacional.
O colombiano Juan Manuel Santos, o peruano Ollanta Humala e o boliviano Evo Morales discursaram no encerramento da sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre o problema mundial das drogas, aberta na terça-feira em Nova York.
Santos denunciou o fracasso da chamada "guerra contra as drogas" lançada pelos Estados Unidos na década de 1970 para pôr fim ao tráfico, defendendo que é hora de rever o tratamento, agora, com uma abordagem humana. Ele condenou a "receita baseada na repressão".
A Colômbia foi um dos países que impulsionaram a sessão, junto com México e Guatemala.
Segundo o presidente colombiano, o documento aprovado pela ONU é um "passo na direção correta", que se aproxima de uma visão "mais global", embora "não seja suficiente".
Ainda de acordo com Santos, a sessão especial da ONU marca um "processo irreversível de transformação da política de drogas".
Antes dele, Ollanta Humala pediu que se enfrente o problema do ponto de vista de uma "responsabilidade compartilhada" entre países produtores e consumidores, como os Estados Unidos.
"O Peru está fazendo seu trabalho" e reduziu a área de cultivo de cocaína para narcotráfico de 63 mil hectares há cinco anos, para atuais 33 mil, informou.
Humala defendeu o "uso milenar da folha de coca", pediu "respeito" pelos povos que utilizam-na com fins medicinais, ou para se alimentar, e destacou a importância de "se levar a presença do Estado" para zonas de cultivo.
Ele se referiu ainda à reconversão dos cultivos, citando o exemplo do desenvolvimento do cacau no Peru, hoje em dia "oitavo produtor mundial", graças ao cultivo em zonas antes dedicadas à coca.
Já o boliviano Evo Morales pediu "ações concretas" para liberar a região "do problema da droga como pretexto de dominação".
"É preciso acabar com o intervencionismo", afirmou o presidente boliviano, que também pediu um novo olhar para esse tema.
No encontro, Morales mostrou uma folha de coca, a qual disse usar em sua forma natural por se tratar de um "alimento saudável" e "medicinal".
A sessão especial da Assembleia Geral da ONU sobre as drogas foi aberta na terça-feira (19), com a aprovação de um documento que busca estabelecer uma nova abordagem de saúde compartilhada por vários países da América Latina.
Apesar dos avanços, muitos países, entre eles Brasil e Costa Rica, manifestaram sua decepção com a ausência de uma moratória à pena de morte. Outros, como Uruguai e Jamaica, criticaram que não se tenha incluído algum tipo de menção à descriminalização da posse de determinadas substâncias.