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Amante de Petraeus guardava dados sigilosos, dizem fontes

Não ficou claro qual era o conteúdo do material sigiloso, nem em quais circunstâncias Paula Broadwell teve acesso a ele

O general Petraeus fez carreira brilhante no exército americano e na CIA, mas escorregou no Gmail (Alex Wong / Getty Images)

O general Petraeus fez carreira brilhante no exército americano e na CIA, mas escorregou no Gmail (Alex Wong / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 14 de novembro de 2012 às 18h44.

Washington - Um computador usado por Paula Broadwell, pivô de um escândalo que derrubou o general David Petraeus do comando da CIA, continha um substancial volume de informações sigilosas, disseram fontes ligadas à investigação na quarta-feira.

Não ficou claro qual era o conteúdo do material sigiloso, nem em quais circunstâncias Broadwell teve acesso a ele. Mas seu volume justifica que a investigação prossiga, disse uma das fontes, pedindo anonimato.

Em entrevista coletiva na quarta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse não haver indícios até agora de que documentos secretos tenham sido vazados por causa do relacionamento extraconjugal que Petraeus manteve com Broadwell. Obama afirmou, no entanto, que não queria se antecipar ao resultado das investigações.

Como oficial da reserva da inteligência militar, Broadwell - coautora de uma biografia de Petraeus - tinha credenciais para acessar material secreto, segundo várias fontes oficiais. No entanto, as regras do governo exigem que esse tipo de material seja guardado em locais ou computadores mais protegidos.


Na noite de segunda-feira, agentes do FBI fizeram buscas na casa de Broadwell, na Carolina do Norte, e saíram do local levando o que pareciam ser dois computadores e dez caixas de documentos. Funcionários públicos disseram que a ação ocorreu com consentimento da investigada.

Broadwell praticamente não apareceu em público desde o início do escândalo, e não foi possível estabelecer contato com ela na quarta-feira.

O escândalo começou quando uma socialite da Flórida, Jill Kelley, denunciou às autoridades que estava recebendo emails intimidatórios de Broadwell. A investigação do FBI levou à descoberta do relacionamento de Broadwell com Petraeus, que por causa disso renunciou na sexta-feira à direção da Agência Central de Inteligência.

Durante a investigação, tanto Petraeus quanto Broadwell negaram que o general tenha entregado informações sigilosas à biógrafa, e o FBI aceitou essas explicações, segundo fontes ligadas ao caso.

Essas fontes também disseram que dificilmente a investigação resultará em um processo penal contra os envolvidos. Caso se prove que Broadwell contrariou as regras para a guarda das informações, ela deve sofrer sanções administrativas.

A investigação sobre o caso acabou mostrando também que Kelley, autora das denúncias iniciais, manteve um volume excepcional de emails e outras mensagens com o general John Allen, comandante das forças dos EUA no Afeganistão.

Por causa das suspeitas despertadas por esse relacionamento, o governo decidiu suspender temporariamente a indicação de Allen para outro cargo nas Forças Armadas, que dependia de sabatina no Congresso.

Petraeus não fez declarações públicas desde que deixou o comando da CIA, mas aceitou depor ao Congresso sobre o ataque do último 11 de setembro ao consulado dos EUA em Benghazi (Líbia), que deixou quatro mortos.

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