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Aliados de Maria Corina na embaixada argentina podem ficar sob responsabilidade do Brasil

Isso acontece porque governo de Milei pediu para o governo brasileiro assumir a representação Argentina no país

Supporters of Venezuelan President Nicolas Maduro listen to his speech while holding placards that read "Maria Corina (Machado), Venezuela rejects you" during a rally outside the Miraflores presidential palace in Caracas on July 30, 2024. Venezuela braced for new demonstrations after four people died and dozens were injured on the eve when the authorities broke up protests against President Nicolas Maduro's claim of victory in the country's hotly disputed weekend election. (Photo by Raul ARBOLEDA / AFP) (AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 1 de agosto de 2024 às 07h30.

O pedido feito pela Argentina ao governo brasileiro para que, diante da ruptura de relações com o governo venezuelano de Nicolás Maduro, o Brasil assuma a representação de seus interesses naVenezuela, confirmada por fontes diplomáticas, implicará que o governo deLuiz Inácio Lula da Silvapasse a ser responsável pela situação dos seis colaboradores da líder opositora María Corina Machado abrigados há meses na residência diplomática argentina em Caracas.

A informação, confirmada por fontes diplomáticas ao Globo, explica-se pelo rigoroso cumprimento da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas.

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Em seu artigo 45, a convenção afirma que, "em caso de ruptura das relações diplomáticas entre dois Estados, ou se uma missão é retirada definitiva ou temporariamente:

a) O Estado acreditador está obrigado a respeitar e a proteger, mesmo em caso de conflito armado, os locais da missão, bem como os seus bens e arquivos;

b) O Estado acreditante poderá confiar a guarda dos locais da missão, bem como dos seus bens e arquivos, a um terceiro Estado aceite pelo Estado acreditador;

c) O Estado acreditante poderá confiar a proteção de seus interesses e os dos seus nacionais a um terceiro Estado aceite pelo Estado acreditador.

Já o artigo 46 indica que, "com o consentimento prévio do Estado acreditador e a pedido de um terceiro Estado nele não representado, o Estado acreditante poderá assumir a proteção temporária dos interesses do terceiro Estado e dos seus nacionais”.

É do interesse da Argentina dar proteção aos seis colaboradores de María Corina, que tem ótima relaçao com Milei, refugiados na residência argentina desde que foram alvo de ordens de captura por parte do governo de Maduro. Entre os seis colaboradores estão Magalli Meda, chefe de campanha de María Corina, e Pedro Urruchurtu, coordenador de relações internacionais. Todos foram acusados de participação em supostos planos para promover violência no país.

O presidente argentino, Javier Milei, foi um dos mais duros em suas acusações de suposta fraude ao governo deMaduro, e a Argentina entrou na lista dos países com os quais a Venezuela rompeu relações. Desde então, houve situações de tensão nos arredores da residência diplomática argentina, durante as quais a Argentina pediu ajuda aoBrasilpara evitar uma eventual invasão da construção.

O Brasil, confirmaram fontes, fez as gestões solicitadas. Não houve invasão, nem qualquer tipo de situação de risco para os colaboradores deMaría Corina, que continuarão na residência, agora sob responsabilidade do governo brasileiro. O Brasil atenderá necessidades consulares dos argentinos em Caracas, e para isso devem ser enviados reforços ao país.

O governo brasileiro já teve contatos com o candidato presidencial Edmundo González Urrutia, mas jamais com a líder opositora. O Palácio do Planalto é crítico das posições, presentes e passadas, de María Corina, e evita todo tipo de contato. Agora, será responsável por seus colaboradores.

Os diplomatas argentinos, segundo informou a imprensa em Buenos Aires, devem partir nesta quinta para Portugal, como primeira escala antes de retornar a seu país.

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