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Aliados de María Corina e González cobram atas eleitorais em audiência na Suprema Corte da Venezuela

Membros do grupo contrário a Maduro se apresentaram ao órgão judicial após negativa de González e apresentaram as principais demandas sobre o processo

O governador do estado de Zulia, Manuel Rosales, ex-rival do falecido presidente Hugo Chávez e representante do partido Un Nuevo Tiempo, fala com jornalistas ao sair do Supremo Tribunal de Justiça (TSJ) em Caracas em 7 de agosto de 2024. O oponente venezuelano Edmundo Gonzalez Urrutia, que afirma ter sido o legítimo vencedor das eleições presidenciais do país, disse em 7 de agosto que desafiar uma intimação da Suprema Corte sobre os resultados contestados (Juan BARRETO/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 09h31.

Última atualização em 8 de agosto de 2024 às 10h29.

Em meio a questionamentos da comunidade internacional e da oposição sobre a falta de transparência na divulgação dos resultados na Venezuela e o procedimento judicial que averigua o resultado apresentado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), lideranças de partidos de oposição alinhados ao candidato Edmundo González Urrutia compareceram ao Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) na quarta-feira 7.

Os representantes levaram ao órgão judicial duas das principais demandas da oposição unificada, a publicação das atas eleitorais na íntegra e o "respeito ao voto", após González Urrutia anunciar que não atenderia à convocação, alegando questões de segurança e irregularidades no processo.

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O governador de Zulia, Manuel Rosales, presidente da sigla Um Novo Tempo (UNT), José Luis Cartaya, representante do Mesa da Unidade Democrática (MUD) e Simón Calzadilla, líder do Movimento Pela Venezuela (MPV), que endossaram a candidatura de González Urrutia à presidência, compareceram ao tribunal na manhã de quarta-feira. Eles descreveram o procedimento no órgão judicial — que a oposição diz não estar previsto em nenhuma legislação do país — como "interrogatórios exaustivos", feitos separadamente. Apesar disso, disseram ter feito cobranças nas audiências.

"Aproveitamos esta audiência para exigir em nome de todo o povo, do CNE, aproveitando dos nossos direitos constitucionais, a publicação das atas finais do processo eleitoral de 28 de julho, que reflete o que significou a participação massiva do povo", declarou Rosales a jornalistas, após deixar o tribunal.

O governador, que chegou a ser considerado para substituirMaría Corina após a inabilitação da líder opositora, também afirmou que o cenário atual cria uma "dúvida razoável" sobre o processo de contagem e apuração dos votos, exigindo a publicação das atas para que qualquer resultado seja admitido.

" Todos temos direito à dúvida razoável, a reclamar a publicação daquelas atas. Somos membros da Plataforma Unitária e do Comando Com a Venezuela e as cópias das atas que temos foram publicadas", disse Rosales. "Para nós, é claro que o CNE tem competência e deve publicar as atas final, por respeito ao voto, respeito pelos resultados e isso é baseado nas atas".

Simon Calzadilla, líder do MPV, também questionou o procedimento anormal pelo qual ocorreu a apresentação do resultado eleitoral. Assim como González, ele criticou a falta de transparência, e questionou o fato do processo eleitoral estar sendo finalizado no Judiciário — algo que também foi questionado por González Urrutia na quarta-feira, que afirmou se tratar de uma usurpação de competência.

"Nenhum partido político sabe, 11 dias após a eleição, qual foi o resultado da votação".

O TSJ continuará as oitivas com partidos envolvidos no processo hoje. Pelo calendário inicial divulgado pelo órgão — amplamente dominado por aliados chavistas —, o procedimento de ouvir os partidos segue até a sexta-feira, com a participação do presidenteNicolás Maduro.

A Câmara Eleitoral do Judiciário tem até 15 dias para apresentar sua sentença final sobre o resultado divulgado pelo CNE — algo que a oposição diz ser inconstitucional, e aponta como uma possível forma do oficialismo dar ares de institucionalidade à reeleição de Maduro, que dizem ser uma fraude.

Manifestantes contrarios a Maduro saem às ruas após eleições

(Com AFP)

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