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Alemanha inaugura primeiro terminal de gás natural liquefeito do país

Governo planeja abrir outros quatro terminais de GNL financiados nos próximos meses, além de uma infraestrutura privada

Terminais permitem importação por via marítima de gás natural que foi resfriado e convertido em líquido para facilitar o transporte (AFP/AFP)
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AFP

Publicado em 17 de dezembro de 2022 às 09h52.

A Alemanha inaugura neste sábado (17) seu primeiro terminal de gás natural liquefeito (GNL), construído em tempo recorde antes das dificuldades do país em se adaptar a viver sem os hidrocarbonetos russos.

A instalação no porto de Wilhelmshaven, no Mar do Norte, será inaugurada pelo chanceler Olaf Scholz em uma cerimônia a bordo do navio conhecido como Unidade Flutuante de Armazenamento e Regaseificação (FRSU), batizado de Hoegh Esperanza.

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O terminal, já carregado com gás nigeriano que pode abastecer 50 mil residências por um ano, começará o fornecimento em 22 de dezembro.

A Alemanha planeja abrir outros quatro terminais de GNL financiados pelo governo nos próximos meses, além de uma infraestrutura privada.

Todos esses terminais juntos devem fornecer 30 bilhões de metros cúbicos de gás por ano a partir do ano que vem, o que representa um terço das necessidades totais do país.

Isso se Berlim encontrar GNL suficiente para enchê-los.

Esses terminais permitem que o gás natural resfriado seja importado por via marítima e condensado em líquido para facilitar o transporte.

As unidades FRSU armazenam GNL e o convertem em gás pronto para o uso.

Até agora, a Alemanha não possuía esses terminais e 55% de seu abastecimento dependia do gás barato enviado por gasoduto da Rússia.

Terminais sem gás?

Mas desde a invasão da Ucrânia, as entregas de gás para a Alemanha caíram e Berlim foi forçada a recorrer ao GNL processado em portos da Bélgica, França e Holanda, pagando um bônus pelos custos de transporte.

O governo decidiu investir para construir suas próprias instalações o mais rápido possível e gastou bilhões de euros para obter o FSRU.

No entanto, a Alemanha ainda não assinou nenhum contrato importante de longo prazo para garantir o fornecimento desses terminais a partir de janeiro.

"A capacidade de importação existe. Mas estou preocupado com os suprimentos", disse à AFP Johan Lilliestam, pesquisador da Universidade de Potsdam.

Existe um contrato com o Catar para abastecer o terminal de Wilhelmshaven, mas as entregas só estão previstas para 2026.

Os fornecedores querem contratos de longo prazo, mas a Alemanha não quer amarrar as mãos com acordos de muitos anos, já que o país pretende atingir a neutralidade de carbono até 2045.

"As empresas precisam saber que as compras na Alemanha vão diminuir eventualmente se quisermos cumprir nossas metas de proteção climática", disse o ministro da Economia, Robert Habeck.

Frio e inverno

Inicialmente, a primeira economia da zona do euro pode ser forçada a comprar GNL nos mercados à vista, o que significará preços mais altos para os consumidores.

Além disso, o mercado pode encolher no próximo ano devido à demanda renovada da China, que deixa para trás sua rígida política anticovid, alertou à AFP Andreas Schroeder, especialista do instituto de energia ICIS.

“Se a Europa conseguiu receber tanto GNL nos últimos meses foi porque a demanda chinesa estava baixa”, explicou.

O gigante asiático assinou um acordo para comprar gás do Catar por 27 anos, o mais longo da história, segundo o país árabe.

A Alemanha passou por um inverno frio até agora, o que reduziu as reservas mais rápido do que o esperado.

"O consumo de gás está aumentando. Isso é um risco, especialmente se o frio continuar", afirmou Klaus Mueller, diretor da agência governamental que regula o mercado de gás e eletricidade.

Existe um risco real de que a Alemanha sofra interrupções temporárias no fornecimento nos próximos meses, segundo Schroeder.

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