Alemanha cria anteprojeto para endurecer luta contra doping
O governo alemão apresentou anteprojeto de lei que prevê penas de até três anos de prisão para atletas que utilizem substâncias proibidas
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2014 às 12h41.
Berlim - O governo alemão apresentou nesta quarta-feira um anteprojeto de lei que prevê penas de até três anos de prisão para atletas que utilizem substâncias proibidas, e que também possibilita a troca de informações entre a promotoria do país com a agência nacional antidoping.
"O esporte tem grande significado social e é apoiado por dinheiro público. Por isso, é de interesse público protegê-lo de influências negativas", disse o ministro do Interior, Thomas de Maizière, ao apresentar o projeto.
A expectativa é que o texto vá a votação no parlamento alemão em abril do ano que vem.
O governo do país mudou um procedimento habitual, de só apresentar projetos aprovados pelo Conselho de Ministros, o que não aconteceu. Segundo De Maizière e Heiko Maas, ministro da Justiça, isso aconteceu com objetivo de ampliar o debate público sobre o tema.
O anteprojeto fala em punir não só por doping , propriamente dito, mas também por posse de substâncias proibidas.
Além disso, os médicos responsáveis em auxiliar os atletas que burlam o sistema, receberiam penas mais duras que os atletas.
Os especialistas poderiam ser condenados a até 10 anos de prisão, por "colocar em perigo a saúde de grande número de pessoas". Caso o atleta em questão for menor de idade, as penas seriam agravadas.
O texto não interfere na legislação esportiva, que aconteceriam em paralelo aos processos criminais, pois o objetivo era não tirar força da justiça desportiva do país. Existe a preocupação de que quem for punido por doping e depois seja absolvido na justiça comum, processe a federação de sua modalidade.
Inicialmente, a lei só se aplicaria a atletas de alto rendimento, seja aqueles que estejam registrados na agência nacional antidoping como tal, ou que alcancem altos valores em subsídios, patrocínios e premiações.
Estrangeiros que atuem na Alemanha ou atletas do país que se dopem em competições no exterior, poderão ser enquadrados na lei, aso ela entre em vigor.
Há uma semana, no entanto, acusações do membro de sua ex-equipe voltaram a colocar o brilho dessa trajetória em xeque.
De acordo com o ciclista Tyler Hamilton, Armstrong teria injetado eritropoietina recombinante (EPO) durante a Volta da França de 1999. O principal efeito dessa hormônio sintético é a elevação das taxas de hemoglobina no sangue, e consequente elevação do transporte de oxigênio. O próprio Hamilton admitiu ter feito doping. Por conta disso, no último dia 20, ele devolveu a medalha de ouro que ganhou nos últimos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.
Mas ele não está sozinho nessas acusações. Na semana em que Armstrong colocou um ponto final em sua carreira, em janeiro deste ano, a revista Sport Illustrated (EUA) publicou uma série de entrevistas que o acusavam de instigar o doping em sua equipe durante os anos 90 – entre outros.
Dois dias depois da publicação, a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) abriu investigações contra o atleta.
Até agora, caso sejam comprovadas, ainda não se sabe quais os reflexos dessas acusações para a vidade Armstrong.
Bruno Lins, Jorge Célio, Josiane da Silva, Luciana França, Lucimara Silvestre e Lucimar Teodoro apresentaram altos níveis da substância eritropoietina, que eleva o número de glóbulos vermelhos no sangue.
O técnico Jayme Netto e o fisiologista Pedro Balikian ministraram as injeções. Jayme Netto ganhou suspensão de dois anos e abandonou o esporte.
A recorrência – o exame antidoping do ano anterior acusara o mesmo resultado – levou Rebeca a ser banida do esporte pela Federação Internacional de Natação em 2008.
No ano passado, a ex-nadadora tentou seguir carreira política. Concorreu ao cargo de deputada distrital de Brasília pelo PC do B. Conquistou 437 votos nas urnas – número insuficiente para se eleger.
Retornou às pistas em 2006. Um ano depois, levou o ouro nos Jogos Pan-Americanos. E, em 2008, alcançou a marca de 7,04 metros no salto olímpico e conquistou a primeira posição nos Jogos Olímpicos de Pequim.
As investigações contra a atleta começaram em 2004. Até 2007, ela negava o uso de esteroides ou outras drogas. Na confissão, no entanto, Marion acusou seu ex-treinador, Trevor Graham, de oferecer a substância anabolizante a ela alegando ser um suplemento nutricional.
Em 2008, Marion cumpriu pena de seis meses em prisão federal por mentir durante o julgamento do caso de esteroides. Em maio passado, a ex-velocista retornou para a carreira de atleta – agora, como jogadora de basquete.
Até 1997, Agassi era apenas uma sucessão de vitórias: Wimbledon em 1992, Aberta dos EUA, em 1994 e Aberto da Austrália, em 1995. O desempenho baixo nas quadras devido a uma lesão nos pulsos o levou a valer-se da metanfetamina Crystal Merth, que apesar de mais barata é dez vezes mais potente do que a cocaína. O exame antidoping da ATP revelou o consumo dessa substância. No entanto, para safar-se da punição, Agassi escreveu uma carta repleta de mentiras à ATP – que acreditou em cada palavra e deixou o tenista sair ileso. Até se aposentar das quadras, Agassi contabilizou várias outras vitórias e voltou ao topo do ranking mundial. Toda essa história veio a público apenas em 2009, quando o próprio Agassi relatou o caso em sua autobiografia Open. A ATP, no entanto, decidiu encerrar o inquérito contra o ex-tenista.
A via crucis começou em 4 de abril de 1991, quando jogava pelo Napoli da Itália. O exame antidoping apontou consumo de cocaína. O craque foi suspenso da Federação Italiana por 15 meses.
Um mês depois, foi preso em Buenos Aires por porte de drogas. Após pagar fiança e ser liberado, deu tiros com uma espinguarda de ar comprimido contra os jornalistas que estavam em frente a sua casa. Foi obrigado, pela justiça argentina, a fazer um tratamento de desintoxicação em 1992.
Na primeira fase da Copa do Mundo de 1994, o exame antidoping após a partida contra a Nigéria acusou uso de efedrina, substância anabolizante. A Fifa suspendeu Maradona por 15 meses.
Apesar de se internar em uma clinica de reabilitação em 1996, ele novamente foi pego pelo exame antidoping em uma partida do Boca Juniors contra o Argentinos Juniors. Dois meses depois, Maradona se despediu dos gramados como jogador.
Na Copa do Mundo de 2010, voltou para o campo agora como técnico da seleção argentina.
Três dias depois, no entanto, ele teve que devolver a medalha de ouro. Motivo? Um teste realizado após a prova acusou uso da substancia estanozolol, um esteroide anabolizante.
Ele recorreu da punição. Um ano depois, porém, o técnico Charles Francis confessou que injetava substâncias proibidas no velocista desde 1981. Ambos ficaram suspensos dois anos dos esportes.
Em 1992, Johnson voltou para as pistas. Mas foi flagrado com o uso de esteroides um ano depois em uma prova no Canadá. A reincidência na prática ilegal rendeu o fim de sua carreira. Ele foi banido do esporte pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (Iaaf).