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Alemanha arquiva investigação sobre supostas escutas dos EUA

O procurador-geral alemão indicou que comentários vagos de Washington não eram uma prova solvente para demonstrar que a espionagem havia ocorrido

Chanceler alemã, Angela Merkel: na época do escândalo, o presidente Barack Obama excluiu futuras operações de espionagem contra Merkel, o que deu a entender que, de fato, isso ocorria (Fabrizio Bensch/Files/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 12 de junho de 2015 às 13h19.

Berlim - A procuradoria federal alemã anunciou nesta sexta-feira o arquivamento da investigação sobre a suposta espionagem da Agência Nacional de Segurança americana ( NSA ) envolvendo um telefone celular da chanceler Angela Merkel .

"O procurador-geral federal encerrou a investigação sobre as suspeitas de espionagem ao celular utilizado pela chanceler por parte dos serviços de inteligência" americanos, porque as acusações "não podem ser provadas legalmente no âmbito do direito penal", afirmou um comunicado da procuradoria de Karlsruhe (sudoeste).

A justiça alemã havia anunciado o início de uma investigação "contra pessoas desconhecidas", ou seja, sem identificar um suposto responsável, por atos de espionagem e atividades em favor de um serviço de inteligência estrangeiro.

A Alemanha foi atingida no verão de 2013 pelas revelações do ex-funcionário da NSA Edward Snowden sobre um suposto sistema de vigilância em massa das conversas telefônicas e comunicações na internet que afetaria os cidadãos alemães, incluindo a própria chanceler, durante vários anos.

O presidente Barack Obama excluiu na época futuras operações de espionagem contra Angela Merkel, o que dava a entender, de fato, que elas haviam ocorrido no passado.

Nesta sexta-feira, no entanto, o procurador-geral alemão Harald Range indicou que os comentários vagos de Washington não eram uma prova solvente para demonstrar que a espionagem havia ocorrido.

"As vagas declarações feitas pelos líderes dos Estados Unidos da América sobre uma possível vigilância das telecomunicações da chanceler não são suficientes para descrever (a existência) deste tipo de atividades".

"Os comentários, interpretados pela opinião pública como uma admissão geral de culpa, não absolvem de buscar provas sólidas em conformidade com as exigências do código criminal".

Não apenas o celular

Interrogado em uma coletiva de imprensa após este anúncio, o porta-voz do governo, Steffen Seibert, se absteve de comentar a situação, mas insistiu que o caso "não envolve especialmente o telefone celular ou as comunicações (de Merkel), mas todos os cidadãos".

"Trata-se de saber se o direito alemão é respeitado por nossos sócios. Isso envolve as diferenças de opinião que temos com nossos sócios sobre o equilíbrio entre a exigência em segurança e a proteção de dados pessoais", afirmou.

Quando o escândalo explodiu, Merkel convocou o presidente Obama e disse em público ao seu tradicional aliado e sócio na Otan que espionar entre amigos não estava certo.

O episódio afetou profundamente a tradicionalmente estreita relação entre as duas potências, que não passavam por um momento parecido desde a invasão dos Estados Unidos ao Iraque, em 2003. Em julho de 2014, depois de dois novos casos sobre uma suposta espionagem por parte de Washington, Berlim expulsou o representante da CIA na Alemanha.

Neste ano, no entanto, os meios de comunicação trouxeram à tona evidências de que a Alemanha não seria simplesmente uma vítima, mas que seu próprio serviço de inteligência, o BND, teria ajudado a NSA a espionar outros, entre eles o governo francês, a Comissão Europeia e o grupo Airbus.

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Berlim - A procuradoria federal alemã anunciou nesta sexta-feira o arquivamento da investigação sobre a suposta espionagem da Agência Nacional de Segurança americana ( NSA ) envolvendo um telefone celular da chanceler Angela Merkel .

"O procurador-geral federal encerrou a investigação sobre as suspeitas de espionagem ao celular utilizado pela chanceler por parte dos serviços de inteligência" americanos, porque as acusações "não podem ser provadas legalmente no âmbito do direito penal", afirmou um comunicado da procuradoria de Karlsruhe (sudoeste).

A justiça alemã havia anunciado o início de uma investigação "contra pessoas desconhecidas", ou seja, sem identificar um suposto responsável, por atos de espionagem e atividades em favor de um serviço de inteligência estrangeiro.

A Alemanha foi atingida no verão de 2013 pelas revelações do ex-funcionário da NSA Edward Snowden sobre um suposto sistema de vigilância em massa das conversas telefônicas e comunicações na internet que afetaria os cidadãos alemães, incluindo a própria chanceler, durante vários anos.

O presidente Barack Obama excluiu na época futuras operações de espionagem contra Angela Merkel, o que dava a entender, de fato, que elas haviam ocorrido no passado.

Nesta sexta-feira, no entanto, o procurador-geral alemão Harald Range indicou que os comentários vagos de Washington não eram uma prova solvente para demonstrar que a espionagem havia ocorrido.

"As vagas declarações feitas pelos líderes dos Estados Unidos da América sobre uma possível vigilância das telecomunicações da chanceler não são suficientes para descrever (a existência) deste tipo de atividades".

"Os comentários, interpretados pela opinião pública como uma admissão geral de culpa, não absolvem de buscar provas sólidas em conformidade com as exigências do código criminal".

Não apenas o celular

Interrogado em uma coletiva de imprensa após este anúncio, o porta-voz do governo, Steffen Seibert, se absteve de comentar a situação, mas insistiu que o caso "não envolve especialmente o telefone celular ou as comunicações (de Merkel), mas todos os cidadãos".

"Trata-se de saber se o direito alemão é respeitado por nossos sócios. Isso envolve as diferenças de opinião que temos com nossos sócios sobre o equilíbrio entre a exigência em segurança e a proteção de dados pessoais", afirmou.

Quando o escândalo explodiu, Merkel convocou o presidente Obama e disse em público ao seu tradicional aliado e sócio na Otan que espionar entre amigos não estava certo.

O episódio afetou profundamente a tradicionalmente estreita relação entre as duas potências, que não passavam por um momento parecido desde a invasão dos Estados Unidos ao Iraque, em 2003. Em julho de 2014, depois de dois novos casos sobre uma suposta espionagem por parte de Washington, Berlim expulsou o representante da CIA na Alemanha.

Neste ano, no entanto, os meios de comunicação trouxeram à tona evidências de que a Alemanha não seria simplesmente uma vítima, mas que seu próprio serviço de inteligência, o BND, teria ajudado a NSA a espionar outros, entre eles o governo francês, a Comissão Europeia e o grupo Airbus.

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