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AL precisa de uma Europa forte, diz chanceler cubano

O chanceler representa seu país na 22ª Cúpula Ibero-Americana que reúne em Cádiz, na Espanha, os chefes de estado e de Governo

O chanceler cubano, Bruno Rodríguez: ''Todos precisamos de um mundo multipolar, os grandes desafios são planetários'' (©AFP / Timothy A. Clary)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de novembro de 2012 às 17h17.

Cádiz (Espanha) - A América Latina precisa de uma Europa forte, que esteja na arena internacional como uma potência global, afirmou nesta sexta-feira em Cádiz o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, em entrevista à Agência Efe.

O chanceler representa seu país na 22ª Cúpula Ibero-Americana que reúne nesta cidade da Andaluzia os chefes de estado e de Governo e chanceleres da América Latina, Espanha, Portugal e Andorra, e que está marcada por uma profunda crise nos países europeus.

''Todos precisamos de um mundo multipolar, os grandes desafios são planetários'', declarou, citando desafios como a ameaça nuclear e a mudança climática.

Cuba considera que as cúpulas ibero-americanas devem se renovar com um novo olhar para a América Latina por se tratar, agora, de uma época diferente, e isso dá à Espanha, disse, a oportunidade que existe quando a região procura uma grande diversificação de relações.

''Já não se trata do pátio dos Estados Unidos, entrou no cenário mundial com alta população, grandes recursos do planeta, um alto PIB e como ator independente'', ressaltou Rodríguez.

Porém, ele lamentou que a atual ordem internacional seja ''pouco equitativa e excludente'', onde um grupo de países falam em nome de todos.

Os países emergentes têm que conseguir uma representação diferente e ser tratados como iguais. Os países do sul devem ser parceiros, e é preciso ''renunciar a práticas passadas que são obsoletas'', afirmou.


''Viajamos todos no mesmo barco com um destino comum no qual nos afundaremos ou nos salvaremos todos'', advertiu o chanceler cubano.

Sobre a relação com os Estados Unidos e as perspectivas que se abrem após a reeleição do presidente, Barack Obama, Rodríguez informou que o governo cubano fez uma proposta para o reatamento de contatos sobre temas de interesse comum'', como o migratório ou o reinício do correio postal direto.

O bloqueio comercial dos Estados Unidos é ''obsoleto'', e pesquisas apontam que a população desse país está contra essa medida, disse.

''Esperamos que Obama escute o povo que o elegeu e dê passos nesse sentido que seriam amparados de forma construtiva pelo governo cubano'', declarou.

Rodríguez lembrou, além disso, que a União Europeia se pronunciou historicamente contra o bloqueio a Cuba, que ''acumula danos extraordinários para uma economia pequena''. Segundo chanceler, 76% dos cubanos nasceram sob as condições do bloqueio americano.

A posição comum que a União Europeia tem sobre Cuba desde 1996 é, de acordo com ele, ''inoperante'' e ancorada no passado, viola o direito internacional e a liberdade de comércio.

Por outro lado, Rodríguez destacou que existe uma profunda relação histórica e cultura entre a península ibérica e a América Latina, ''fora de qualquer conjuntura política''.

''Sinto que há uma oportunidade comum entre Europa e América Latina e entre Espanha e América Latina'''', afirmou o chanceler cubano.

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Cádiz (Espanha) - A América Latina precisa de uma Europa forte, que esteja na arena internacional como uma potência global, afirmou nesta sexta-feira em Cádiz o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, em entrevista à Agência Efe.

O chanceler representa seu país na 22ª Cúpula Ibero-Americana que reúne nesta cidade da Andaluzia os chefes de estado e de Governo e chanceleres da América Latina, Espanha, Portugal e Andorra, e que está marcada por uma profunda crise nos países europeus.

''Todos precisamos de um mundo multipolar, os grandes desafios são planetários'', declarou, citando desafios como a ameaça nuclear e a mudança climática.

Cuba considera que as cúpulas ibero-americanas devem se renovar com um novo olhar para a América Latina por se tratar, agora, de uma época diferente, e isso dá à Espanha, disse, a oportunidade que existe quando a região procura uma grande diversificação de relações.

''Já não se trata do pátio dos Estados Unidos, entrou no cenário mundial com alta população, grandes recursos do planeta, um alto PIB e como ator independente'', ressaltou Rodríguez.

Porém, ele lamentou que a atual ordem internacional seja ''pouco equitativa e excludente'', onde um grupo de países falam em nome de todos.

Os países emergentes têm que conseguir uma representação diferente e ser tratados como iguais. Os países do sul devem ser parceiros, e é preciso ''renunciar a práticas passadas que são obsoletas'', afirmou.


''Viajamos todos no mesmo barco com um destino comum no qual nos afundaremos ou nos salvaremos todos'', advertiu o chanceler cubano.

Sobre a relação com os Estados Unidos e as perspectivas que se abrem após a reeleição do presidente, Barack Obama, Rodríguez informou que o governo cubano fez uma proposta para o reatamento de contatos sobre temas de interesse comum'', como o migratório ou o reinício do correio postal direto.

O bloqueio comercial dos Estados Unidos é ''obsoleto'', e pesquisas apontam que a população desse país está contra essa medida, disse.

''Esperamos que Obama escute o povo que o elegeu e dê passos nesse sentido que seriam amparados de forma construtiva pelo governo cubano'', declarou.

Rodríguez lembrou, além disso, que a União Europeia se pronunciou historicamente contra o bloqueio a Cuba, que ''acumula danos extraordinários para uma economia pequena''. Segundo chanceler, 76% dos cubanos nasceram sob as condições do bloqueio americano.

A posição comum que a União Europeia tem sobre Cuba desde 1996 é, de acordo com ele, ''inoperante'' e ancorada no passado, viola o direito internacional e a liberdade de comércio.

Por outro lado, Rodríguez destacou que existe uma profunda relação histórica e cultura entre a península ibérica e a América Latina, ''fora de qualquer conjuntura política''.

''Sinto que há uma oportunidade comum entre Europa e América Latina e entre Espanha e América Latina'''', afirmou o chanceler cubano.

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