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Agência da ONU exige 'zona de segurança' em torno da maior usina nuclear da Europa

"Os bombardeios no local e nos arredores devem parar imediatamente para evitar mais danos nas instalações", alerto a Agência

Rafael Grossi, da AIEA, fala com a imprensa na usina nuclear ucraniana em Zaporizhzhia em 1º de setembro de 2022 (Anadolu Agency/Getty Images)

Rafael Grossi, da AIEA, fala com a imprensa na usina nuclear ucraniana em Zaporizhzhia em 1º de setembro de 2022 (Anadolu Agency/Getty Images)

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AFP

Publicado em 6 de setembro de 2022 às 15h49.

Última atualização em 6 de setembro de 2022 às 16h15.

A agência nuclear da ONU pediu nesta terça-feira (6) o estabelecimento de uma "zona de segurança" em torno da usina ucraniana em Zaporizhzhia e alertou que a situação é "insustentável" na central, ocupada por tropas russas e palco de combates frequentes. 

"É urgente tomar medidas provisórias", como "o estabelecimento de uma zona de segurança nuclear e de proteção", alerta a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em um relatório de 52 páginas.

"Os bombardeios no local e nos arredores devem parar imediatamente para evitar mais danos nas instalações", continuou, destacando as "condições extremamente estressantes" nas quais o pessoal ucraniano trabalha, sob controle dos militares russos.

Russos e ucranianos se acusam mutuamente dos bombardeios em Zaporizhzhia e na cidade de Enerdogar, onde está a usina.

Segundo o ministério da Defesa russo, "nas últimas 24 horas, as Forças Armadas ucranianas dispararam 15 projéteis de artilharia contra a cidade de Energodar e o território da usina nuclear de Zaporizhzhia, a maior".

Três projéteis caíram sobre as instalações e um deles explodiu perto dos tanques de armazenamento de água ao lado do segundo reator dos seis reatores da usina, embora a radioatividade permaneça "dentro das normas", segundo o Ministério.

O relatório da AIEA é resultado da missão realizada na quinta-feira passada por seus inspetores em Zaporizhzhia. O diretor da agência, Rafael Grossi, vai transmiti-lo ao Conselho de Segurança da ONU.

Após essa missão, Grossi afirmou que a "integridade física" da infraestrutura da usina foi "violada em várias ocasiões". Um dia depois, Kiev anunciou que havia atacado uma base russa em Energodar.

A maior parte da equipe internacional deixou a fábrica na sexta-feira. Dos seis especialistas que ficaram, quatro saíram na segunda-feira e dois devem ficar permanentemente.

A divulgação do relatório ocorre um dia após o desligamento do último reator em operação do complexo.

Uma linha de energia, conectada a uma usina termelétrica próxima, foi "deliberadamente desconectada para extinguir um incêndio", disse a AIEA em nota.

De acordo com a operadora ucraniana Energoatom, o incêndio "ocorreu como resultado de um bombardeio".

A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, pediu a abertura de um corredor humanitário para os civis que desejam deixar a área da usina.

Incêndio em depósito de petróleo

Uma mulher ferida fala do lado de fora de sua casa em ruínas na cidade de Mykolaiv, no sul da Ucrânia, em 29 de agosto de 2022

O Estado-Maior do exército ucraniano informou nesta terça-feira três ataques com mísseis russos em 24 horas e mais de 35 ataques aéreos, bem como quase 50 disparos de lançadores de foguetes múltiplos. 

Os ucranianos realizaram cerca de trinta ataques e, segundo o Estado-Maior, "o trabalho coordenado de aviação e artilharia atingiu vários locais militares russos, incluindo posições de artilharia e sistemas antiaéreos".

Um novo bombardeio russo atingiu um prédio residencial no centro de Kharkiv, o segundo maior da Ucrânia, nesta terça-feira, informou o prefeito Igor Terejov.

Em Kryvy Rig (centro), cidade natal do presidente ucraniano Volodimir Zelensky, um "grande incêndio" começou em um depósito de petróleo após um ataque russo, disse o governador regional.

No leste da Rússia, o presidente Vladimir Putin compareceu nesta terça-feira a exercícios militares em larga escala envolvendo vários países aliados, incluindo a China.

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