Aiatolá do Irã promete vingança contra assassinos do general Soleimani
Estados Unidos mataram general iraniano, que seria responsável por articular movimentações contra o país no Iraque
EFE
Publicado em 3 de janeiro de 2020 às 08h56.
Teerã — O líder da Revolução Islâmica do Irã , o aiatolá Ali Khamenei, disse nesta sexta-feira que os responsáveis pelo assassinato do comandante da Força Quds dos Guardiães da Revolução Islâmica (IRGC), general Qasem Soleimani, sofrerão uma "dura vingança".
Em comunicado divulgado pela mídia oficial persa, o aiatolá culpou o "povo mais cruel do mundo" pelo assassinato do "comandante "honrado, que lutou bravamente por anos contra os males e bandidos do mundo".
"Sua morte não interromperá sua missão, mas os criminosos que mancharam as mãos com o sangue do general Soleimani e outros mártires no ataque da noite de quinta-feira devem esperar uma dura vingança", afirmou o líder.
A milícia iraquiana majoritariamente xiita, Forças de Mobilização Popular (PMF, na sigla em inglês), denunciou ontem que seu vice-presidente, Abu Mahdi al-Muhandis, e Qasem Soleimani morreram no início da manhã em um atentado dos EUA contra o veículo em que viajavam em Bagdá.
Em sua conta oficial no Twitter, a PMF disse que o veículo foi alvo de um ataque aéreo na estrada para o aeroporto internacional.
Um fonte do aeroporto de Bagdá confirmou à Agência Efe que a morte de Al Muhandis teria ocorrido em um ataque perto dessas instalações nos arredores da capital, onde dois veículos ficaram queimados. Segundo a fonte, que pediu anonimato, outras sete pessoas morreram, incluindo duas de nacionalidade iraniana.
O general Soleimani era o responsável pelas operações fora do Irã dos Guardiães da Revolução Islâmica e esteve presente na Síria e no Iraque, supervisionando as milícias apoiadas por Teerã nos dois países árabes.
Khamenei enfatizou hoje que "o mártir Soleimani é uma figura internacional da resistência, e todos os devotos da resistência agora são seus vingadores".
O líder iraniano, que declarou três dias de luto nacional, insistiu que "o desaparecimento do nosso altruísta e amado general é amargo, mas a luta continua e a conquista da vitória final tornarão a vida mais amarga para os assassinos e criminosos".
O suposto bombardeio seletivo ocorreu nas primeiras horas desta sexta, depois que as tensões aumentaram nos últimos dias entre Washington e Teerã com o ataque de apoiadores da PMF na Embaixada dos EUA em Bagdá, quando eles conseguiram invadir e incendiar uma pequena parte do complexo.