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África chega a 622 mortes por mpox enquanto espera chegada das vacinas

No último mês, OMS decretou emergência de saúde internacional para classificar contágio da doença

Um profissional de saúde educa os pacientes em sua chegada ao centro de tratamento de Mpox no hospital de referência geral de Nyiragongo, ao norte da cidade de Goma, República Democrática do Congo, em 16 de agosto de 2024. O Ministro da Saúde Samuel-Roger Kamba disse em uma mensagem de vídeo que o país "registrou 15.664 casos potenciais e 548 mortes desde o início do ano", com todas as 26 províncias afetadas. A agência de saúde das Nações Unidas (ONU) estava preocupada com o aumento de casos e fatalidades na República Democrática do Congo e a disseminação para Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda (GUERCHOM NDEBO/AFP)
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 28 de agosto de 2024 às 08h07.

Última atualização em 28 de agosto de 2024 às 08h12.

Mais de 22,8 mil casos e pelo menos 622 mortes por mpox (antes chamada de varíola do macaco) foram reportados desde janeiro deste ano em 13 países africanos, confirmou na terça-feira, 27, a agência de saúde pública da União Africana (UA), enquanto o continente aguarda a chegada de vacinas contra a doença.

“Vocês podem ver o aumento (...) em comparação com a semana passada (...) Isso nos mostra que o surto ainda está progredindo ”, disse Jean Kaseya, diretor-geral dos Centros Africanos de Controle e Prevenção de Doenças (CDC África), em entrevista coletiva.

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De acordo com os dados mais recentes da agência, 22.863 infecções (incluindo 3.641 confirmadas e 19.222 suspeitas ) foram documentadas até o momento em Burundi, Camarões, República Centro-Africana (RCA), República do Congo, Costa do Marfim, R epública Democrática do Congo (RDC), Gabão, Libéria, Quênia, Nigéria, Ruanda, África do Sul e Uganda.

A vigilância (epidemiológica) naÁfricacontinua fraca. Sabemos que em muitas regiões temos uma subnotificação de casos”, alertou Kaseya, além de dizer que a instituição enviará 72 epidemiologistas para as zonas afetadas a fim de melhorar o registro de infecções.

Sobre a chegada das vacinas ao continente, o diretor dos CDC África declarou que espera que as primeiras doses cheguem no início de setembro próximo à RDC, país onde se concentra o surto.

“Não queremos ver nenhum tipo de problema com relação a uma rápida implantação das vacinas na África”, disse Kaseya, lembrando que a União Europeia (UE) doará ao continente mais de 215 mil doses da vacina fabricada pela empresa farmacêutica dinamarquesaBavarian Nordic, a única aprovada contra mpox pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA) e pela Administração de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA).

Essas se somariam aos 100 mil frascos para vacinar 500 mil pessoas que foram doados pela Espanha, segundo anunciou o Ministério da Saúde do país europeu nesta terça-feira.

Os CDC África também estão aguardando as 50 mil doses prometidas à RDC pelos Estados Unidos, as 100 mil anunciadas pela França e outras 15 mil anunciadas como doação pela Bavarian Nordic sob a coordenação da Aliança de Vacinas GAVI, disse Kaseya.

“O que estamos fazendo é tentar unir os esforços de todos os países africanos”, disse o diretor geral da agência de saúde, que planeja convocar uma reunião dos chefes de Estado da região em setembro para aprovar um "plano de resposta continental".

O governo da RDC pediu ao Japão que doasse dois milhões de doses da vacina produzida pela empresa japonesa KM Biologics, e as negociações “progrediram bastante” nesse sentido, disse o epidemiologista Ngashi Ngongo, chefe do Escritório Executivo dos CDC África, na entrevista coletiva.

“Estávamos enfrentando a covid-19. Não tínhamos vacinas, nem medicamentos, nem seringas ou luvas e fomos abandonados. Hoje estamos em uma situação semelhante (...) porque não fabricamos vacinas”, lamentou Kaseya.

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