46% das armas nas mãos de civis no mundo estão nos EUA, diz pesquisa
Os EUA concentram quase a metade do total, apesar da população do país representar apenas 4% dos habitantes do mundo.
EFE
Publicado em 18 de junho de 2018 às 22h30.
Última atualização em 18 de junho de 2018 às 22h33.
Nações Unidas - Os americanos possuem 46% das 857 milhões de armas de fogo nas mãos de civis no mundo todo, de acordo com um estudo publicado nesta segunda-feira pela Small Arms Survey.
A organização independente com sede em Genebra apresentou na sede da ONU a primeira atualização desses números em mais de uma década.
Segundo os dados, das mais de 1 bilhão de armas de fogo existentes no mundo, 85% são de civis. As demais pertencem aos Exércitos e às forças de segurança dos países.
A Small Arms Survey calcula que parte das armas possuídas pela população civil não foi registrada. Por isso, os 857 milhões informados pela organização são uma estimativa.
Com 393,3 milhões de armas, os EUA concentram quase a metade do total, apesar da população do país representar apenas 4% dos habitantes do mundo.
A Índia, com 71,1 milhões, e a China, com 49,7 milhões, estão na sequência do ranking com mais armas nas mãos de civis, mas as populações dos dois países são muito maiores do que a americana.
De acordo com a Small Arms Survey, há 120,5 armas de fogos "civis" por cada 100 habitantes nos EUA, número muito superior aos outros países nesta estatística: Iêmen (52,8) e Montenegro (39,1).
"A cultura americana para armas é única", disse em entrevista coletiva o autor do relatório, Aaron Karp.
Em escala global, a compra de armas entre civis também está cresecendo. No entanto, Karp avalia que os dados disponíveis não são suficientes para tirar conclusões claras sobre o fenômeno.
No último relatório do tipo feito pela Small Arms Survey, em 2006, a estimativa era que havia 650 milhões de armas em mãos de civis, um número 32% inferior que o da nova pesquisa.
A organização afirma que uma parte do aumento se deve à melhoria na compilação de dados, mas garante que uma parte significativa da alta reflete um crescimento no número de armas disponíveis. EFE