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21 pessoas morrem em hospitais por apagão que atinge a Venezuela

Um apagão atinge várias regiões da Venezuela desde quinta-feira; 15 mortes foram registradas no estado de Monagas

Pessoas atravessam rua durante blecaute em Caracas (Carlos Jasso/Reuters)
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EFE

Publicado em 11 de março de 2019 às 14h19.

Caracas — O número de mortes em hospitais pelo blecaute que atinge a Venezuela desde a quinta-feira subiu para 21, de acordo com a organização Médicos pela Saúde, que há cinco anos registra as deficiências dos 40 grandes hospitais do país.

O médico Julio Castro, porta-voz da organização, divulgou no Twitter uma lista de mortes registradas até às 21h locais (22h em Brasília) de ontem. O governo de Nicolás Maduro nega as informações.

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De acordo com a ONG, só no Hospital Manuel Núñez Tovar de Maturín, no estado de Monagas, no leste do país, 15 pessoas morreram devido às falhas no fornecimento de energia. Em Caracas, quatro recém-nascidos não resistiram ao apagão e também faleceram.

Em Maracaibo, no estado de Zulia, um bebê também morreu em decorrência da falta de luz. Em Maracay, no estado de Aragua, região central da Venezuela, a vítima foi um paciente adulto.

A Médicos pela Saúde é uma organização formada por profissionais do setor que trabalham nos 40 hospitais mais importantes do país. Alguns deles são maternidades ou unidades militares.

Desde 2014, a entidade realiza a chamada Pesquisa Nacional de Hospitais para registrar as condições das unidades citadas.

Segundo o último levantamento, realizado entre 19 de novembro do ano passado e 9 de fevereiro deste ano, 1.557 pessoas morreram na Venezuela por falta de materiais médicos e 79 por apagões.

"Nós conhecemos os hospitais. Quando divulgamos esses relatórios é porque nossos médicos e nossas enfermeiras tiveram contato com a história, com as certidões de óbito e sabem o que ocorreu. Pode haver mais (mortos) nos hospitais. É possível", disse Castro.

O blecaute que começou na quinta-feira mantém Caracas parcialmente sem luz. Outras regiões estão totalmente no escuro.

Segundo o governo de Nicolás Maduro, o problema ocorreu devido a uma "sabotagem" na hidrelétrica de Guri, a principal do país. O chavismo, no entanto, não deu detalhes sobre como isso ocorreu.

Os governistas afirmam que estão tentando resolver a falha e garantem que o abastecimento está sendo restabelecido lentamente.

A Assembleia Nacional da Venezuela, controlado pela oposição, vai discutir hoje um decreto para declarar estado de emergência no país.

As decisões do parlamento, no entanto, não estão sendo cumpridas pelo governo de Maduro desde que o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela declarou o órgão como "sem funções".

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