10 lugares no mundo que podem estar próximos do fim
O mundo não vai acabar nesta sexta-feira, como sugere o Calendário Maia, mas, para alguns lugares, a ameaça de sumir do mapa é real e crescente. Pressões humanas, aquecimento global e o aumento do nível do mar colocam em risco esses destinos
Vanessa Barbosa
Publicado em 9 de janeiro de 2014 às 16h45.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h48.
Dono da água mais salgada do mundo e famosa por suas supostas propriedades medicinais, o Mar Morto está desaparecendo a taxas recordes. Nos últimos 50 anos, um terço de sua superfície sumiu. Em 2011, a baixa foi de cerca de 1,5 m – a maior e mais rápida já registrada ao longo de um ano. A explicação em grande medida vem do aumento da captação de água do seu afluente, o Rio Jordão, única fonte de água doce da região, usada por empresas e para irrigação de plantações agrícolas. A evaporação natural também é um fator que contribui para a degradação do mar.
Estendendo-se por mais de 2.000 quilômetros ao longo da costa do estado de Queensland, a Grande Barreira de Corais é composta por quase três mil pequenos recifes e mais de 900 ilhas no oceano Pacífico. A maior barreira de corais do planeta vive uma crise ambiental sem precedentes. Relatório recente mostra que a Grande Barreira de Corais Australiana já perdeu mais da metade de sua cobertura (50,7%) nos últimos 27 anos. E, se nada for feito na próxima década, podem restar apenas 5% da formação no ano de 2022, diz o documento do Instituto Australiano de Ciência Marinha, que sintetizou mais de 2 mil trabalhos científicos sobre o assunto.
Quando foi atingida pela supertempestade Sandy em outubro, parte de Nova York, incluindo aí as linhas de metrô, ficou praticamente submersa. Motivos não faltam para preocupação. Um estudo feito pelo think tank norte-americano Climate Center, uma entidade especializada em questões de mudanças climáticas criou um mapa online onde é possível verificar as projeção da elevação do nível do mar até o final do século em um mundo em aquecimento constante. Com uma elevação de até dois metros no nível das águas, prevista para 2100, toda a parte baixa de Nova York estaria sob risco de submergir.
Quatro trilhões de toneladas. Esse é o volume estimado de gelo que derreteu ao longo dos últimos 20 anos na Groelândia e na Antártica, segundo um estudo realizado por uma equipe internacional de pesquisadores apoiados pela NASA e pela Agência Espacial Europeia (ESA). O volume de gelo que virou água no período contribuiu para o aumento de 11 milímetros no nível do mar, uma forte evidência do aquecimento global. Cerca de dois terços da perda está vindo da Groenlândia, e o restante da Antártica.
Criado em 1925, o parque mais antigo da África é também o refúgio do gorila da montanha, que se encontra sob risco de extinção. Pelo menos 200 animais dessa espécie vivem no parque, localizado na República Democrática do Congo. Mas eles não estão a salvo. A floresta, que também abriga refugiados da guerra civil de Ruanda, de 1994, tem sido alvo de desmatamento e caça ilegal, o que ameaça a sobrevivência dos primatas.
Estudo recente feito pela Universiade de Ohio, nos EUA, mostra que a neve do Kilimanjaro, o pico mais alto da África, está “derretendo”. Segundo os cientistas, os glaciares diminuíram pelo menos 17 metros desde a década de 60. Eles não sabem precisar, no entanto, se a redução da camada de gelo é causada pelo aquecimento global ou pela variação climática natural. Nesse ritmo, a neve do monte pode desaparecer dentro de 20 anos.
Encravado entre a China e a Índia, o reino do Butão possui muitas montanhas e picos nevados, entre eles o Monte Chomolhari ou Jomolhari, com aproximadamente 7,3 mil metros de altura. O rápido derretimento do gelo que corre para os lagos nos vales é uma ameaça para as comunidades da região. Há o perigo das represas nos lagos romperem e causarem deslizamentos de terra e enchentes, destruindo assim vilarejos locais, mosteiros e plantações.
A mudança no uso da terra, o desmatamento maciço, impulsionado pelo rápido crescimento da população humana, tem deteriorado as savanas africanas, segundo um estudo da Universidade de Duke. Agora, alertam os cientistas, restam apenas 25% de um ecossistema que já foi maior que todo os Estados Unidos. O ambiente é o habitat natural dos leões, que estão desaparecendo em ritmo alarmante na África - a população de felinos diminuiu 68% em apenas 50 anos.
Com mais de 700 quilômetros de trilhas e geleiras, o Glacier National Park, localizado no estado de Montana, nos EUA, apresenta alguns efeitos claros do aquecimento global. Segundo estudos de instituições americanas, os glaciares estão diminuindo e muitas já desapareceram. Estima-se que havia cerca de 150 geleiras na região em 1850, mas em 2010 havia apenas 25 de grandes dimensões (mais de 25 acres), de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
As Ilhas Salomão são uma nação insular a leste de Papua-Nova Guiné e que consiste de quase mil ilhas. Como outros micropaíses insulares, o aumento do nível do mar é uma grande preocupação para a região. Comunidades inteiras estão se realocando para evitar catástrofes a medida que as marés sobem. As ilhas com altitudes mais baixas são as mais atingidas.
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