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Ibovespa cai 1,4% e perde os 100 mil pontos, com realização dos bancos

Índice tem pior pregão desde 2 de outubro, na sua terceira queda seguida; dólar vai a 5,68 reais

Bolsa: Ibovespa perde força após abertura do mercado americano (Germano Lüders/Exame)

Bolsa: Ibovespa perde força após abertura do mercado americano (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 09h49.

Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 18h18.

O Ibovespa reverteu a alta vista nos primeiros minutos do pregão e caiu 1,40% nesta terça-feira, 27, indo para os 99.605 mil pontos, na sua maior baixa desde 2 de outubro e na sua terceira queda seguida, em meio à realização de lucros conduzida pelos bancos, que puxaram nos últimos dias os ganhos do índice, e volatilidade das bolsas nos Estados Unidos, que encerraram em sentidos opostos. Por lá, os investidores buscam uma direção, diante das incertezas sobre nova rodada de estímulos no país, proximidade da eleição presidencial e avanço dos casos de coronavírus no mundo. Quer saber qual o setor mais quente da bolsa no meio deste vaivém? Assine a EXAME Research

Entre os principais índices acionários americanos, o Dow Jones e S&P500 fecharam em queda de 0,51% e 0,30%, respectivamente, enquanto o Nasdaq avançou 0,64%. A ação da Microsoft subiu 1,51%, à espera do balanço do terceiro trimestre, reportado após o pregão.

No mercado doméstico, a temporada de balanços do terceiro trimestre segue em destaque. Nesta manhã, o Santander reportou seu resultado do terceiro trimestre, mas, apesar de ter vindo acima das estimativas, as units do banco caíram 4,73%, figurando como a segunda maior baixa em porcentagem do índice. Na primeira e terceira posição, apareceram os papéis de Embraer (EMBR3) e B3 (B3SA3), com quedas de 6,25% e 4,06%, respectivamente.

Segundo analistas da Exame Research, apesar do resultado do Santander ter vindo melhor do que o esperado, a dinâmica de margem financeira do banco deixou a desejar no período, enquanto a dinâmica da inadimplência de curto prazo começou a subir e leva a crer que a instituição poderá ter novos aumentos de provisões para devedores duvidosos (PDD) mais à frente. 

Além disso, especialistas do mercado argumentam que o segmento já havia antecipado em alguma medida o desempenho trimestral e agora realiza os lucros. Essa foi a primeira queda das units do Santander depois de seis altas seguidas. O movimento puxou também os demais grandes bancos, com Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4), que reporta seu balanço amanhã após o pregão, e Banco do Brasil (BBSA3) caindo 2,85%, 2,79% e 4,06%, nesta ordem.  

Entre as maiores altas em variação do índice, figuraram as ações da Cosan (CSAN3), Localiza (RENT3), que divulga resultado hoje à noite, e Gerdau (GGBR4), com números previstos para amanhã, antes da abertura do mercado.

Câmbio

No mercado de câmbio, o dólar chegou a abrir em queda contra o real, mas logo entrou no campo positivo, acompanhando sua valorização perante outras moedas emergentes, como o rublo russa e a lira turca. O dólar comercial subiu 1,25%, cotado a 5,682 reais na venda. 

Também no radar dos investidores, está a decisão sobre a taxa de juros Selic na quarta-feira, 28. A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) começa nesta terça. Com ampla expectativa de manutenção da taxa de juros em 2% ao ano, os investidores devem se atentar mais ao comunicado, que pode trazer pistas sobre as próximas decisões. "Se o comunicado deixar a porta aberta para subir juros, a gente deve ver uma pressão de baixa no dólar. Se voltar a subir juros, o país fica mais atraente para investimentos [em renda fixa]. Até porque se começar a subir, deve ser um ciclo de alta, e não algo pontual", comenta Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

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