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Credit Suisse corta recomendação e preço-alvo de BRF; ação cai até 3,3%

Banco suíço corta recomendação de BRF para neutra, citando impacto da alta dos preços dos grãos no resultado do 3° tri; preço-alvo passou para 22 reais

Credit Suisse diz que forte alta nos preços dos grãos deve impactar a rentabilidade da BRF no segundo semestre do ano e em 2021. (Germano Lüders/Exame)

Credit Suisse diz que forte alta nos preços dos grãos deve impactar a rentabilidade da BRF no segundo semestre do ano e em 2021. (Germano Lüders/Exame)

PB

Paula Barra

Publicado em 26 de outubro de 2020 às 11h38.

Última atualização em 26 de outubro de 2020 às 12h31.

O Credit Suisse cortou nesta segunda-feira, 26, a recomendação das ações da BRF (BRFS3) de outperform, equivalente a compra, para neutra, citando que a forte alta nos preços dos grãos deve impactar a rentabilidade da companhia no segundo semestre do ano e em 2021. A preço-alvo também foi revisado para baixo de 28 reais para 22 reais, implicando em um potencial de valorização de 19,44% frente ao fechamento de sexta-feira. Para JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3), o analista Victor Saragiotto, que assina o relatório, manteve a recomendação em outperform, assim como a meta para os papéis em 36 reais e 20 reais, respectivamente, dando um potencial de alta de 68,93% e 36,52%. Quer saber qual o setor mais quente da bolsa no meio deste vaivém? Assine a EXAME Research.

Nesta sessão, as ações da BRF recuavam 1,74%, cotadas em 18,10 reais, às 11h27, depois de terem caído 3,31% na mínima do dia, em 17,81 reais. JBS e Marfrig avançavam 1,22%, em 21,56 reais, e 2,80%, em 15,06 reais, respectivamente. No mesmo momento, o Ibovespa subia 0,37%, em 101.521 pontos.   

Segundo Saragiotto, os números de BRF também devem sofrer impacto negativo dos mercados Halal, segmento que produz carnes seguindo os preceitos do Islã, e exportações diretas. Do outro lado, Brasil e Ásia devem aparecer como principais destaques positivos, comentando que a demanda por processados no Brasil combinada com uma recuperação de preços de porcos e aves no mercado doméstico devem ser importantes. Já do lado do gigante asiático, disse que a sólida demanda do país somada a uma proteção (hedge) no câmbio funcionou bem para este trimestre também. 

O banco projeta uma receita líquida para a BRF de 9,7 bilhões de reais no trimestre  trimestre, crescimento de 14,4% na comparação anual, e queda de 3,0% para o Ebitda (Lucro antes de impostos, taxas, despesas e amortização, na sigla em inglês) na mesma base de comparação, indo para 1,1 bilhão de reais. 

Já para JBS, o analista espera que as operações de carne bovina e porco nos Estados Unidos sejam as grandes estrelas do resultado, com os custos sob controle. A expectativa é de um balanço sólido, com receita líquida de 68,3 bilhões de reais, crescimento de 30,9% na comparação anual, e Ebitda de 7,1 bilhões de reais, alta de 20,2%. Para Marfrig, ele ressalta que a empresa vem de um “impressionante” segundo trimestre, mas acredita que o momentum deve continuar “favorável”. O banco projeta receita líquida de 16,5 bilhões para a empresa no período, avanço de 29,6% em relação ao mesmo trimestre de 2019, e crescimento de Ebitda de 49,1%, para 2,235 bilhões de reais.

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