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Após maio no azul, Ibovespa tem junho intenso pela frente

A bolsa brasileira fechou maio no azul pela primeira vez desde 2009. Para junho, sobram pontos de atenção, como a liberação do FGTS no Brasil

Mercado financeiro: guerra comercial poderia levar a economia à recessão em três trimestres (Paulo Whitaker/Reuters)

Mercado financeiro: guerra comercial poderia levar a economia à recessão em três trimestres (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2019 às 06h13.

Última atualização em 3 de junho de 2019 às 06h23.

Os bons ventos de maio continuarão durante junho na bolsa brasileira? Essa é a grande pergunta nas mesas de negociação a partir desta segunda-feira.

Apesar de ter caída 0,4% na sexta-feira, o índice Ibovespa fechou maio com alta de 0,7%, a primeira para o mês desde 2009. O feito só foi possível porque nos últimos 10 dias do mês investidores se concentraram nos episódios internos, que mostraram melhor articulação entre os poderes, e deixaram em segundo plano a leva de más notícias internacionais.

O problema, para junho, é que o cenário exterior tende a ficar ainda mais inóspito, enquanto internamente há uma leva de desafios pela frente. O primeiro deles é a economia que encolheu 0,2% no primeiro trimestre e ainda sofre com desemprego alto e ausência de projetos de curto prazo que deem fôlego ao consumo — o avanço da proposta de liberar o saque do FGTS pode ser decisivo para o humor dos investidores.

As discussões políticas devem continuar centradas numa queda de braço entre o governo e o Congresso, que tende a ter o quórum esvaziado para os festejos juninos. A pauta mais importante segue sendo a reforma da Previdência, que já recebeu 277 emendas e segue sem previsão de deixar a comissão especial na Câmara.

Lá fora, a escalada de tensões segue a pleno vapor com um oferecimento do presidente americano, Donald Trump. Além de mirar a China em particular e algumas de suas maiores empresas, como a Huawei, Trump centrou fogo no México na semana passada.

Relatório publicado no domingo pelo banco Goldman Sachs projeta em 60% as chances de o Estados Unidos aumentarem tarifas sobre 300 bilhões de importações chinesas, acima da previsão anterior, de 40%. O Goldman Sachs ainda estimou em 70% as chances de as tarifas de 5% sobre importações mexicanas, anunciadas na semana passada por Donald Trump, de fato entrarem em vigor no dia 10 de junho. A chance da leva seguinte, ampliando as taxas para 10%, ser iniciada em 10 de julho seria de 50%. O banco ainda rebaixou a chance de um novo Nafta ser aprovado este ano, de 60% para 35%.

Segundo outro banco, o Morgan Stanley, a disputa comercial pode levar os EUA a uma recessão em três trimestres. Seria o suficiente para botar fogo na disputa presidencial americana de 2020, que tem Trump como favorito.

Investidores também acompanharão de perto a escolha do novo primeiro-ministro britânico. Um nome que defenda um desembarque sem acordo da União Europeia tende a elevar as incertezas na Europa.

A segunda-feira começou com chuva forte em São Paulo. Que impacto as águas de junho terão no Ibovespa?

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