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Após dia de empolgação, mercados voltam a fechar em baixa na Ásia

O índice futuro do S&P 500, que reúne as maiores empresas dos Estados Unidos, era negociado em baixa de cerca de 1,2% às 7h

Bolsa de Xangai: papéis asiáticos fecharam em queda (Aly Song/Reuters)

Bolsa de Xangai: papéis asiáticos fecharam em queda (Aly Song/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de março de 2020 às 06h56.

Última atualização em 26 de março de 2020 às 07h10.

As bolsas na Ásia voltaram a cair levemente nesta quinta-feira, 26. Os mercados no mundo haviam fechado em alta na quarta-feira, 27, em meio à empolgação pelo pacote de 2 trilhões de dólares aprovado no Senado dos Estados Unidos — o texto deve ser votado pela Câmara até o fim da semana. Agora, parte da realidade local voltou à tona.

As ações no índice Nikkei, o principal do Japão, caíram 4,51% em meio a um aumento de casos locais de coronavírus. No acumulado dos últimos dois dias, o índice havia subido 18%. A pandemia parecia relativamente controlada no país, mas a animação dos investidores minguou depois que o governador de Tóquio pediu na quarta-feira aos cidadãos que evitem saídas desnecessárias.

O Japão tem cerca de 1.300 casos confirmados. O governo nacional também está montando um quartel-general de ação contra o coronavírus e pode declarar estado de emergência. Os investidores temerem por paralisações mais rigorosas no comércio e na circulação de pessoas, que podem afetar a já combalida economia japonesa, que fechou 2019 em recessão.

Além da situação local no Japão, outras bolsas caíram na Ásia, ainda que com menores baixas. Os índices de Shenzhen e Xangai caíram 0,84% e 0,6%. A queda em Hong Kong foi de 0,74% e na Coreia do Sul, de 1,09%. Após a animação de ontem, pairam dúvidas sobre se os pacotes de estímulo americanos serão suficientes para conter a crise global. O mundo tem mais de 474.000 casos de coronavírus e mais de 21.000 mortes.

A divulgação de número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que promete trazer desemprego recorde, também desestimulou as bolsas internacionais. O Stoxx 600, principal índice europeu, operava em queda acima de 1,6% às 7h, influenciado também por perspectivas de recessão e queda na atividade econômica em toda a Europa.

O índice futuro do S&P 500, que reúne as maiores empresas dos Estados Unidos, era negociado em baixa de cerca de 1,2% às 7h. Na semana, até o fechamento oficial da quarta-feira, o índice acumula alta de 7%.

O Ibovespa acompanhou as altas no mercado internacional na semana e fechou a quarta-feira subindo 7,5%, após subir 9,7% na terça-feira. Na semana, o índice acumula alta de quase 12%.

Além da expectativa de estímulos do governo americano, a bolsa brasileira também foi incentivada ontem por especulações de incentivo às aéreas (que fez ações de Gol e Azul subirem dois dígitos) e a possibilidade de aumento do auxílio a trabalhadores informais para 300 reais, segundo o secretário de política econômica, Adolfo Sachsida.

Como nas bolsas internacionais, ainda há dúvidas se as medidas do governo brasileiro serão suficientes para conter a crise e frear uma queda brusca nos empregos e na economia.

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