Venda de imóveis usados em São Paulo dá sinais de reaquecimento
Pesquisa do Secovi na primeira quinzena de agosto mostra maior volume de negócios desde que o setor começou a sentir os impactos da pandemia
Ernesto Yoshida
Publicado em 20 de agosto de 2020 às 18h17.
Última atualização em 20 de agosto de 2020 às 18h17.
Uma sondagem feita pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP) mostra que, para 60% das 40 imobiliárias consultadas na capital paulista e em outras cidades do estado de São Paulo, as transações de compra e venda de imóveis usados aumentaram na primeira quinzena de agosto em relação às duas últimas semanas de julho. Esse foi o melhor resultado registrado desde o início de abril, quando o setor começou a sentir os primeiros impactos da pandemia . “Constatamos que melhoraram os números das etapas da jornada que antecede a compra e a venda. Exemplo disso foi o aumento de agendamentos de visitas e de propostas recebidas pelas empresas”, afirma Claudio Hermolin, vice-presidente de Intermediação Imobiliária e Marketing do Secovi-SP.
Locação de imóveis
Enquanto a vendas de usados começa a dar sinais de retomada, um balanço divulgado esta semana pelo Secovi-SP mostra que o valor dos contratos de locação residencial fechados na cidade de São Paulo permaneceu estável (+0,90%) em julho em relação ao mês anterior. Segundo a Pesquisa de Locação do Secovi-SP, nos últimos 12 meses (de agosto de 2019 a julho de 2020), houve uma retração de -1,39% nos preços, percentual bem abaixo do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas, que registrou variação de 9,27% no mesmo período.
Segundo Adriano Sartori, vice-presidente de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP, essa queda se justifica pelo fato de muitos inquilinos terem buscado, junto aos proprietários, a redução dos valores de locação por causa de dificuldades econômicas relacionadas à pandemia. “Constatamos essa queda gradual do valor médio de locação desde maio deste ano”, afirma.
3 dormitórios em alta
Os imóveis que mais subiram de preço, segundo o levantamento, foram os de três dormitórios (3%), seguidos pelas unidades de um e dois dormitórios, que tiveram uma leve alta de 0,40% e 0,60% respectivamente. O dado corrobora uma outra pesquisa divulgada recentemente pela consultoria paranaense Brain. Segundo o levantamento, a pandemia vem interferindo na quantidade de cômodos buscados.
A pesquisa mostra também que o tipo de garantia mais buscada em julho nos contratos de locação foram o fiador (46%), seguido pelo depósito de três aluguéis (38%) e pelo seguro-fiança (16%). Em relação à velocidade de locação, os dados do Secovi apontam para um intervalo médio de 33 a 57 dias para casas e sobrados e um ritmo mais lento mais os apartamentos, de 40 a 83 dias.