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Startup que quer mudar a moradia urbana, Yuca capta R$ 56 milhões

Empresa acaba de receber um investimento de US$ 10 milhões para expandir o portóflio de apartamentos individuais e democratizar os investimentos em fundos imobiliários no Brasil

Rafael Steinbruch, Eduardo Campos e Paulo Bichucher, Os cofundadores da Yuca: startup quer mudar os padrões de moradia urbana (Yuca/Divulgação)
MC

Maria Clara Dias

Publicado em 22 de junho de 2021 às 08h00.

Última atualização em 23 de junho de 2021 às 08h27.

A Yuca, startup do mercado imobiliário, tem como fundamento básico o conceito de compartilhar. A empresa fundada em 2019 aluga quartos e apartamentos no coração da cidade de São Paulo para jovens cada vez mais interessados em morar nos grandes centros - e pagando menos por isso. Agora, a empresa ganhou um novo fôlego para continuar com a missão de descomplicar a moradia urbana: um investimento de 10 milhões de dólares - algo em torno de 56 milhões de reais. A rodada series A foi liderada pelo fundo de venture capital Monashees, famoso por investir em unicórnios como 99, Rappi e Loggi.

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Além da Monashees, também participaram da rodada os fundos Terracota Ventures, ONEVC e a Tishman Speyer, empresa do setor imobiliário. Essa é a segunda vez que o Monashees investe na Yuca. A primeira foi em 2019, ano de fundação da proptech. Na época, o fundo investiu 6 milhões de dólares na startup, em uma rodada que também contou com Creditas, Montage, investidores anjo e também a ONEVC.

Moradia como serviço

Fundada em 2019, a Yuca quer ser uma gestora de propriedade além do nicho, oferecendo produtos diferentes para cada momento de vida do usuário. A empresa começou com o formato coliving, comprando, reformando e alugando quartos compartilhados em grandes apartamentos na cidade de São Paulo.

Além do aluguel, a Yuca é também responsável pela gestão dos imóveis. A startup cuida da limpeza e reúne todos os trâmites financeiros como condomínio, IPTU e contas básicas em um único boleto para o inquilino. É a ideia de moradia como serviço.

Segundo Eduardo Campos, CEO e cofundador da Yuca, a maioria das proptechs hoje está focada em transações envolvendo a compra, aluguel e financiamento de imóveis, mas nenhuma olha para gestão do dia a dia. Para ele, as intermediações entre locador e locatário ainda carecem de boas empresas no país, especialmente no que diz respeito à gestão financeira de imóveis.  “Acreditamos ser os únicos nesse sentido. Uma empresa que descomplica a vida de inquilinos e deixa tudo a um botão de distância”, diz.

Há cerca de dois meses, a startup passou a apostar também nos apartamentos individuais, chamados de estúdios, como uma tentativa de atender também uma demanda crescente de seus clientes que buscam opções mais acessíveis e bem localizadas, mas não compartilhadas. Somadas as duas soluções, a Yuca tem hoje cerca de 500 imóveis sob gestão, mais do que o quádruplo do portfólio do mesmo período do ano passado.

Deste total, 30% são apartamentos individuais - um rápido crescimento para uma solução criada há poucos meses. A projeção da Yuca é que no ano que vem, os estúdios representem, no mínimo,  50% do portfólio total. Em alguns bairros da cidade, segundo Campos, há filas de espera de potenciais inquilinos interessados.

A estratégia a favor dos estúdios começou ainda em 2020, com a aquisição de um prédio inteiro na Vila Madalena e de diversos estúdios no bairro de Pinheiros, na zona oeste da cidade.

Planos futuros

Com a nova captação, a Yuca pretende expandir o número desses apartamentos individuais em sua conta total. E para reafirmar o novo posicionamento, a startup deve lançar, no primeiro trimestre de 2022, novos prédios próprios. “Há muita oportunidade quando falamos em prédios inteiros, começando pelas áreas de convivência”, diz o empreendedor.

No momento, segundo o fundador, já existem outros prédios sobre gestão, mas que ainda não foram lançados - a empresa não divulga a localização desses imóveis. "Nos próximos 10 anos, será comum vermos lançamentos periódicos da Yuca”, diz.

Para consolidar a estratégia de adquirir e reformar imóveis e torná-los em estúdios privados, a Yuca irá usar os recursos obtidos por meio de seu fundo de investimento imobiliário, lançado em novembro do ano passado. Um dos primeiros voltados à renda residencial no Brasil, o fundo da Yuca captou cerca de 40 milhões de reais em sua abertura.

A ideia é usar o capital da rodada recente também para a criação de uma plataforma de investimentos que visa democratizar o acesso ao mercado imobiliário no país, tornando a operação mais simples, rentável e com mais liquidez para o investidor, segundo a empresa.

Todo esse incremento tecnológico e operacional também exigirá novas contratações. A Yuca pretende dobrar o número de funcionários (atualmente em 112) e, apenas no time de tecnologia e produto, expandir de 20 para 60 pessoas. O restante do aporte será destinado a estratégias de marketing.

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