Mercado Imobiliário

Sonho da casa própria cresce entre investidores brasileiros, diz Anbima

Pesquisa mostra crescimento da intenção de compra de imóveis entre quem investe pelo terceiro ano consecutivo

Casa própria: adquirir imóveis é a principal motivação do investidor brasileiro (Krisanapong detraphiphat/Getty Images)

Casa própria: adquirir imóveis é a principal motivação do investidor brasileiro (Krisanapong detraphiphat/Getty Images)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 13 de junho de 2024 às 15h18.

Os investidores brasileiros já tem um destino certo para o rendimento de seus investimentos: a aquisição da casa própria. Pesquisa realizada pelo Datafolha em parceria com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostrou um aumento na intenção de compra de imóveis entre quem investe.

Em 2023, 33% dos entrevistados disseram ter interesse em direcionar os recursos das aplicações para compra da casa própria. A porcentagem cresceu em relação aos níveis de 2022 (30%) e 2021 (29%), mas ainda se mantém na liderança: a casa própria é o principal destino de investimento desde a primeira edição do estudo em 2017.

A tendência ganhou força com a pandemia, quando as taxas de juros caíram ao menor nível histórico, em 2% ao ano. A taxa de juros sofreu um efeito rebote nos anos seguintes e voltou ao patamar dos dois dígitos. Porém, a Selic está novamente em um cenário de queda, o que coloca a aquisição de imóveis, mais uma vez, nos holofotes na visão de Wanessa Guimarães, sócia da HCI Invest e planejadora financeira CFP pela Planejar.

 "Com a queda da taxa Selic, muitos que viviam de aluguel encontraram oportunidades para financiar um imóvel, aproveitando o custo reduzido do crédito. Esse cenário tem incentivado a compra de imóveis, especialmente entre as classes C e B, devido à diminuição das taxas de juros e do custo dos financiamentos imobiliários", afirmou Guimarães em nota.

Outro ponto observado pelos investidores é o cenário econômico. Em momentos de instabilidade, a troca de ativos financeiros por imobilizados também renova a força. "O imóvel, por ser um ativo tangível, proporciona uma sensação de segurança maior em comparação a investimentos financeiros, o que tem motivado essa transição.”

Qual o perfil do investidor que busca um imóvel?

Os mais interessados em usar os recursos dos investimentos para comprar imóveis são as classes D e E (36%), seguidas pela classe C (35%). Já as classes A e B têm preferência por viagens, passeios e aposentadoria, com cada um desses objetivos mencionado por 14% dos entrevistados.

Na análise de gerações, os millennials (28 a 42 anos) e geração Z (16 a 27 anos) foram os mais interessados em adquirir um imóvel com os recursos das aplicações (37%). A geração X, que tem entre 43 e 62 anos, também tem a compra de imóveis como principal objetivo de investimento, com 32%. 

A diferença fica com os boomers, que têm de 63 a 80 anos. Eles preferem manter os recursos investidos (28%) ao invés de comprar da casa própria.

"Esta diferença reflete o estágio de vida de cada grupo: os mais jovens estão focados em acumular patrimônio, enquanto os mais velhos priorizam a manutenção de sua segurança financeira", defendeu Guimarães.

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