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Reserva, de Luciano Huck, é acusada de racismo

A campanha foi montada no Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, e considerada ofensiva pelo público

Ação de marketing da marca Reserva, de Luciano Huck, acusada de racismo: campanha foi montada no Shopping Rio Sul (Divulgação/Facebook oficial)

Ação de marketing da marca Reserva, de Luciano Huck, acusada de racismo: campanha foi montada no Shopping Rio Sul (Divulgação/Facebook oficial)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 3 de fevereiro de 2016 às 17h37.

São Paulo - A Reserva, marca de roupas da qual Luciano Huck é sócio, está causando polêmica com sua campanha mais recente. A grife carioca está sendo acusada de racismo por colocar manequins negros de cabeça para baixo na vitrine, com os pés amarrados por cordas.

A campanha foi montada no Shopping Rio Sul, no Rio de Janeiro, e considerada ofensiva pelo público.

Reserva. Sempre um mau gosto pra montar vitrines e mandar mensagens.

Posted by Douglas Soares on Monday, February 1, 2016

Na página da marca, consumidores criticaram a empresa. Para um usuário, ação foi insensível com a história da escravidão no Brasil. “Com todas as lutas que vêm sendo engajadas e tendo visibilidade atualmente, vocês pegam e fazem uma parada dessa?”, criticou.

“Quando vocês vão tirar aqueles manequins negros amarrados de cabeça para baixo da vitrine?”, exigiu outro.

A empresa se defendeu, afirmando em sua página no Facebook que “até a marca é posta de cabeça para baixo, mas isso a foto do autor dela não mostra”.

A EXAME.com, ela afirmou que todos os manequins são pintados de preto e “colocados de cabeça para baixo em período de liquidação, não havendo qualquer intenção ou traço de racismo em sua estratégia de marketing”.

Na entrada do shopping, um carro estacionado de cabeça para baixo também fazia parte da ação da marca.

A empresa também afirmou que possui uma política de compromisso com a igualdade de gêneros e raças. Ela afirmou que realiza ações sociais e de inclusão e tem como políticas de gestão a licença-paternidade de um mês, mesma quantidade de funcionários homens e mulheres e com paridade salarial, contratação de pessoas com mais de 60 anos, entre outras medidas.

O caso está sendo investigado pela Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, através do Núcleo Contra a Desigualdade Racial (Nucora), que foi acionado pelo movimento SOS Racismo Brasil.

A instituição solicitará informações à empresa e, se confirmado o caráter discriminatório da prática publicitária, a empresa fica sujeita à ação civil pública ajuizada para a retirada dos manequins, bem como para a reparação dos danos morais coletivos que podem ter sido causados.

Outros exemplos

Essa não foi a primeira vez que a empresa se envolveu em polêmicas. Em março do ano passado, uma campanha colocou máscaras de veado e macaco no manequim, dizendo que “o preconceito está na sua cabeça”.

Outra marca de roupas do apresentador Luciano Huck também foi alvo de críticas em 2015. O Procon notificou a marca UseHuck por causa da venda de uma camiseta infantil com a estampa `Vem ni mim que tô facin', por incitar pedofilia e violência contra crianças e adolescentes. 

Matéria atualizada às 18:30 com pronunciamento da Reserva e da Defensoria Pública.

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